Na rua, na chuva, na fazenda

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Não faziam nem quinze minutos que Alexandre e Fernanda percorriam o trajeto para a casa da garota e a sensação que ambos tinham é que estavam presos juntos a uma hora, trancados numa espécie de cela da amizade, onde só seriam libertados caso eles fizessem as pazes. As nuvens negras carregadas davam aviso prévio de chuva e intimidava um pouco os pedestres que corriam desesperados pelas ruas de São Paulo, alguns de guarda chuva e muitos sem proteção alguma. O transito estava um transtorno, definitivamente o horário de pico que estava causando todo um engarrafamento não era o ponto forte citado pelos turistas da cidade.
O tempo que passará dirigindo foi de muita serventia para Alexandre que sentia seu coração ter taquicardia inúmeras vezes em frações de segundos até que respirando profundamente ele toma coragem de encarar sua ex namorada e falar:

-Fernanda eu quero muito me explicar com você.

-Alexandre, você não precisa me explicar nada, acho que o que eu vi foi o suficiente. Você não acha?

A pergunta de Fernanda perfura o coração do professor feito espada de dois gumes e ele sente um nó na garganta:

-Aquele beijo não significou nada para mim. Você precisa acreditar em mim, ou procura pelo menos me entender, por favor?!

-Se você me ofereceu carona com a intenção de conversarmos sobre nós, me desculpe mais eu não tô afim de ter essa conversa agora.

-E quando quer ter essa conversa então?

-Nunca. Eu não quero mais falar com você eu não quero mais te ver, não quero estar no mesmo lugar que você. Me deixa em paz tá legal!

A voz de Fernanda soa estridente dentro do carro e logo após extravasar sua dor, a garota sente escorrer uma lágrima de seus olhos e não suportando dividir o mesmo espaço que Alexandre, ela abre a porta do carro ainda em movimento e se prepara para sair, quando o professor estaciona descendo do automovel sem dar sinal de alerta:

-Hei, onde você vai? Você vai se molhar nessa chuva.

Alexandre pergunta gritando para Fernanda, sentindo as gotas geladas caírem sobre seus ombros e tentando ignorar todas as buzinas voltadas a ele, por ter parado seu carro no meio da rua ele prossegue andando atrás da garota:

-Eu vou para qualquer lugar onde eu possa ficar bem longe de você.

-Fernanda, pelo amor de Deus, para de agir como uma criança, você vai acabar ficando doente.

-Se poupe professor, não finja se importar comigo.

-Eu me importo com você e me importo muito.

-Eu não acredito em você.

-Acredite.

-Então demonstre e me faça acreditar em você de novo... Porque toda a confiança, respeito e amor que eu sentia por você acabaram no momento em que eu te vi beijando outra mulher ou melhor dizendo sua ex mulher.

Fernanda ainda andava contra mão a todos os motoristas tentando se livrar de seu professor, enquanto ele corria atrás dela desesperado. Ambos já estavam completamente encharcados quando Alexandre alcança o braço de sua aluna e virando seu corpo para ele grosseiramente a surpreende com um beijo forçado.

-Me solta. O que você tá fazendo?

Incrédula com a atitude de Alexandre, Fernanda se debate em meio ao beijo e eles se olham com milímetros de distância:

-Eu estou demonstrando o quanto te amo. Estou beijando você no meio da rua, na chuva, indo contra todos os meus princípios só para dizer que eu quero você de volta pra mim. Eu não consigo mais viver sem você.

Minha aluna, malcriada (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora