Meu pesadelo

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Já havia anoitecido, Vera Lúcia e Cecília haviam ido embora da casa de Liliana, enquanto Fernanda dormia. Ao que parece o cansaço da garota, não se derá apenas pelas conexões que fez de um avião para o outro, ela estava exausta a uma semana, só não havia contado para ninguém o verdadeiro motivo de seu cansaço e se dependesse dela nunca contaria.

A garota dormia em seu quarto, onde nada havia mudado, as paredes ainda tinham um tom de rosa bebê e seu teto ainda possuía estrelas neon coladas por seus pais a pedido da garota que peculiarmente já sonhou em ser astronauta, mais esse desejo assim como vários outros também foi passageiro.

Seu corpo estava envolto em um cobertor felpudo e macio, mas essa não era a razão pela qual Fernanda transpirava insistentemente, seu calafrio era causado mais uma vez pelo mesmo pesadelo de toda noite.

E lá estava ela em um sábado à noite, numa festa na casa de uma amiga, curtindo com suas colegas de faculdade e seu namorado, no ato seguinte a garota estava em um quarto escuro aos beijos com um rapaz gatinho que estáva flertando com ela a festa toda, quando a luz se acende e Antony aparece com seus olhos vermelhos e cheios de raiva.

_Não Antony, não.

Depois do som estridente de dois tiros sequenciais a garota pode sentir o corpo ainda quente do rapaz que caíra aos seus pés, morto.

Fernanda acorda passando as duas mãos pelo pescoço, a garota estava completamente sem ar era como se estivesse sendo sufocada por alguém.

Ao se levantar da cama, Fernanda sai do quarto cambaleando confusa depois de seu pesadelo, absorta entre o sonho e a realidade e com o intuito de beber água no momento em que passa pelo quarto de sua mãe, ouve soluços e voz de choro. Curiosa a garota se aproxima da porta que estava entreaberta, quando ouve Liliana se lamentando com alguém pelo face Time:

- Eu, eu não sei o que fazer Sandra. Sinceramente eu não sei o que fazer, estou perdida, tudo o que sei é que cada vez que eu olho para a Fernanda, eu vejo o Augusto, eles se parecem tanto, ela herdou aqueles olhos azuis profundo dele e eu não suporto isso, posso estar ficando louca mais, acho que por causa de tudo o que o Augusto me fez sofrer estou pegando raiva da minha própria filha...

Depois de ter ouvido parte da conversa de sua mãe com sua amiga e psicóloga, a garota volta para seu quarto, aborrecida por saber que sua mãe sentia raiva dela, e ofendida por estar carregando um sentimento tão negativo sobre ela sem merecer. Depois de segundos andando de um lado para o outro, ela tem uma idéia e apanhando seu celular, faz um ligação para sua prima:

- Oi, Cissa? Sou eu, Fernanda. E aí, tá afim de sair hoje?

- Afim de sair, sei lá, onde você quer ir prima?

- Em algum lugar que tenha bebida, quero comemorar minha volta para o Brasil. E chama algum amigo seu que tenha carro, e que possa vir me buscar em casa.

- Ok, eu conheço alguém.

- Então, até daqui uma hora, te espero. Beijo!

Assim que a garota desliga o celular, entra em seu banheiro para tomar um banho, a noite iria ser longa e suas expectativas eram boas.

A noite chegara num piscar de olhos, Fernanda acompanhada por Cecília e seu amigo de faculdade André, dançavam ao som de um hit eletrônico, a boate pela qual eles optaram, estava lotada, mal dava para se mover na pista de dança e logo depois que a música acaba o rapaz um pouco alto na bebida, segura na mão das duas garotas e arrasta elas para o balcão do bar:

- E aí gostosas qual vai ser a bebida dessa vez?

- Qualquer coisa bem forte, hoje eu to afim de encher a cara.

Minha aluna, malcriada (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora