Aqui não é seu lugar

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Acordar assustada depois do mesmo pesadelo de sempre já não era uma novidade para Fernanda. O rosto de Antony sempre voltava para os seus sonhos depois de uma noitada de bebedeira. Ao abrir os olhos a garota sente eles lacrimejarem devido ao excesso de claridade no quarto em que estava. Sua pulsação estava acelerada e seu coração quase saindo pela boca. Evitando se mover na cama, ela percebe que seu corpo estava nu e pelo peso do braço másculo envolto em sua cintura a garota se da conta de que não estava sozinha.
Sua cabeça doía, seu paladar tinha um gosto amargo e a velha amnesia havia voltado, pois ela não se lembrava de nada do que aconteceu depois da  breve conversa que ela teve com a garçonete da boate que lhe entregou os comprimidos de ecstasy.
Quando de repente o rapaz que estava dividindo a cama com ela, se mexe libertando a cintura da garota, que até então estava sendo apertada possessivamente. O homem misterioso se levanta deixando o cheiro do seu perfume, gym com tônica e cigarro espelhado no ar. Fernanda ouve seus passos e fecha os olhos apertando firmemente quando percebe que ele estava dando a volta na cama e se agachando da um beijo úmido em sua testa, instantâneamente a respiração da garota se prende e só é liberada com a partida desse homem que entrando no banheiro fecha a porta atrás de sí...
Atordoada com a falta de informação, Fernanda se levanta da cama rapidamente e apanhando calcinha e sutiã que estavam jogados pelo chão junto ao restante de suas roupas ela se veste numa pressa desesperadora, enquanto observava a decoração pálida e gélida do cômodo. O som estridente de um iPhone X atrai sua atenção e num empasse entre atender ou não a ligação, a garota apanha o celular num impulso:

-Alô? Antony, você está me ouvindo?

Impossibilitada de pronunciar qualquer palavra sequer, depois de descobrir que o celular que atenderá pertencia ao seu ex namorado inglês, Fernanda ouve o som da água do chuveiro se anulando e se dá conta de que precisava sair da apartamento naquele momento, caso não quisesse ser pega por Antony.

Com a toalha enrolada na cintura, o rapaz musculoso e com os dois braços fechados de tatuagens, sai do banheiro e percebendo que sua ex namorada não estava mais na cama, procura por ela em todos os cômodos do apartamento, quando olhando para a porta de saída, percebe que o molho de chaves que estava na porta ainda se movia. Raivoso com a fulga da garota, Antony da um murro na parede da sala de estar, derrubando um quadro artístico até então exposto na parede...

No flat de André, o rapaz havia acordado mais cedo, com a intenção de preparar um café da manhã bem reforçado para Karen, como forma de  agradecimento pela noite maravilhosa que passaram juntos. Porém para atrapalhar sua surpresa, a garota surge na cozinha usando apenas calcinha e uma das camisetas do rapaz, o surpreendendo com um abraço por trás, agarrando-o pela cintura:

-Bom dia para o homem mais gostoso que eu conheço!

-Bom dia linda! Eu não sabia que você já tinha acordado. Eu iria levar café da manhã na cama para você.

Ao observar a bandeija de café da manhã repleta de croissant, suco e morango com calda de chocolate, Karen sorri ainda de olhos inchados por ter acordado a pouco tempo:

-Ah que lindo, André. Eu não sabia que você era tão romântico? Eu aprecio o romantismo nos homens. Fiquei até emocionada com seu gesto.

-Então se eu te surpreende-se na cama, segurando essa bandeija e com uma rosa vermelha na boca você iria gostar?

-Eu iria adorar, iria ficar excitada!

Karen beija André, depois de imaginar a cena, dele a acordando com uma rosa vermelha nos lábios e logo após o beijo mergulha um morango na calda de chocolate e ao comer a metade, oferece a outra metade para o rapaz, que sorri por lambuzar seus lábios de chocolate:

Minha aluna, malcriada (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora