Rosa branca, Rosa vermelha

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Na casa dos pais de Cecília, a garota estava sentada à mesa de café da manhã juntamente com sua mãe. Quando Vera Lúcia percebe que a filha estava calada perdida em seus pensamentos e interrompe o estado zen da garota:
_Cissa filha, tá tudo bem contigo? Você mal tocou no seu cereal. _Eu tô bem sim, mãe, só estou um pouco cansada por causa da faculdade e do estágio. _Cecilia, meu amor. Eu já te disse que não queria te ver assim, sobrecarregada, você sabe qual é minha opinião sobre seu estágio né? Você não é obrigada a nada. O que seu pai e eu ganhamos com os nossos trabalhos é o suficiente para nos mantermos. _Eu sei que é o suficiente mãe, mais é apenas a quantia exata, nunca sobra, nós nunca viajamos, nunca saímos para tirar um lazer. Eu já disse que quero ajudar. E tem mais. Eu estou amando trabalhar na Rayo Ake. O Renan, meu chefe é uma figura. E faz com que eu me sinta muito a vontade ao lado dele.
Cecília não disfarça um sorriso ao pronunciar o nome de seu chefe, Verá Lúcia percebe e limpando a garganta volta a falar:
_O Renan te faz sentir-se a vontade ao lado dele?! Entendo. E esse rapaz é bonito filha?
No momento em que Vera Lúcia faz a pergunta sua filha para de passar geleia na torrada e olha para a mãe:
_É sim mãe. Lindo... Um príncipe.
E depois da frase um suspiro longo e pesado:
_Hummm acho que alguém está se apaixonando aqui! _Quem? Eu?... Na-não mãe é claro que não. Pelo amor de Deus o Renan é meu chefe. _Filho do seu verdadeiro chefe você quer dizer. _Da na mesma mãe. Nós dois somos de mundos diferentes. Olha, eu não estou apaixonada. Mais se tivesse, já sabemos que não iria dar certo. Garoto rico, garota pobre esse clichê só dá certo em novelas e filmes.
Cecília revira os olhos entediada e sua mãe sorri, alcançando a mão da filha para acariciar:
_Se você se deu ao trabalho de pensar em tudo isso é porque está se apaixonando sim, sem se dar conta. Filha, nada é proibido. Nem impossível, não existe mais essa hierarquia boba no mundo de hoje. Só te peço para que você vá com calma tá. Como diria seu avô, que Deus o tenha. Não coloque a carroça na frente dos bois. _Ta mãe.
O celular de Cecília toca interrompendo os conselhos de mãe e pelo sorriso que a garota abriu era seu príncipe ligando.
_"Bom dia Renan. Aconteceu alguma coisa?"
A frase que continha o nome de Renan foi a única coisa que Vera Lúcia pode ouvir antes da filha sair da mesa e ir correndo para o seu quarto procurando ter mais privacidade.
_Ir em um casamento com você? Renan... Eu não sei se devo.
A garota morde os lábios enquanto deita em sua cama aflita com o convite que receberá ouvindo a voz do rapaz toda carinhosa do outro lado da linha:
_Por favor Cissa. Aceita vai. Eu sei que tá meio em cima da hora. E te peço desculpas por isso. Mais é que eu não iria levar ninguém. E então você apareceu em minha vida e sinceramente eu tô bem empolgado com você. _Empolgado? _Eu não sou bom com palavras mas te explico pessoalmente. Então te pego as 17:00 preciso chegar meio cedo na cerimônia. _Ta bem. Te espero. _Um beijo. _Outro para você!
Assim que Cecília desliga seu celular ela começa a pular na cama depois se joga e gargalha não contendo a felicidade, enquanto a palavra empolgado ecoava em sua cabeça...

Passeando pelo shopping para se dispersar do nervosismo do casamento que se aproximava, Augusto entra numa floricultura luxuosa e se depara com uma mesa dourada repleta de rosas brancas. O perfume suave das rosas trás em sua lembrança seus melhores momentos com Liliana sua ex mulher fazendo o noivo suspirar profundamente.
_Bom dia! Posso te ajudar em algo senhor?... Senhor?
A voz fina e tímida da vendedora a sua frente, faz com que Augusto recobre seus sentidos o trazendo de volta ao presente, fazendo com que ele deixasse o ano de 2006 e seu aniversário de 11 anos de casamento com Liliana de lado. Bodas de aço um dos melhores anos da vida do ex casal.
_Ah sim. Claro que pode. Eu quero um buquê com trinta rosas brancas. _Eu vou separa-las para o senhor! _Voces fazem entrega também? _Sim fazemos. O senhor quer assinar o cartão? Fique a vontade...

_Oh mãe. Esse é o último vestido que eu vou provar, se não te agradar eu esqueço o casamento e fico em casa!
Fernanda diz ríspidamente ao sair do provador e encarar sua mãe:
_Perfeito. Perfeito! Filha você está linda.
Deslumbrada com a beleza da filha Liliana põe as duas mãos na boca emocionada:
_É sério mãe? Você gostou mesmo desse? _Adorei. Vamos levar esse. O que você acha? _Fino demais, rosê demais, voal demais. Careta demais. Mais se você gostou desse vestido é com ele que eu vou.
Fernanda da uma última olhadela no espelho e logo depois entra no provador novamente.
Liliana já estava no caixa da luxuosa loja voltada apenas para roupas de festas em geral, quando ouve uma voz masculina e reconhecendo-o virasse para Alexandre que estava conversando com uma das vendedoras enquanto olhava alguns ternos.
_Alexandre?
Empolgada por reencontrar o amigo de faculdade Liliana o abraça interrompendo sua conversa com a vendedora, Sophia que estava ao lado de seu irmão também ganhou um abraço caloroso:
_Liliana! Nossa quanto tempo não nos vemos. _Pois é. Mais você não mudou nada. Só deixou crescer a barba. E ficou muito bem com ela. Alias vocês não mudaram nada não é. Você está cada dia mais linda Sophia, me lembro de você ainda bem novinha. _Ah obrigada Liliana, bondade sua! Você também está ótima.
Ao sair do provador Fernanda se depara com sua mãe conversando com Alexandre e Sophia e surpresa vai até eles:
_Mãe? Não vai me dizer que você conhece o Alexandre e a Sophia? _Ah, Fernanda, filha. O Alexandre e eu nos conhecemos a mais de 11 anos. Ele foi meu calouro, estudamos juntos e a Sophia acabei conhecendo nas minhas idas a casa dele para estudar. Bons tempos! _Tenho ótimas lembranças daquela época também!
Alexandre e Liliana trocam um olhar confidente o que não agrada muito Fernanda que se sente incomodada com a amizade de sua mãe e seu professor.
_Bom antes de encontrar vocês eu estava combinando com o Alex de almoçarmos por aqui, já tem séculos que eu não como hambúrguer e fritas vocês querem vir com a gente? _Ah, por mim está tudo bem o que você acha Fernanda? _Acho melhor não mãe eu ainda tenho que me arrumar para o casamento. _Nanda aceita vai, o casamento vai ser daqui cinco horas nós não iremos nos atrasar te prometo. _Ja que insiste, professor. Eu aceito almoçar com vocês. Sei que não vou te convencer do contrário mesmo.
Fernanda apanhando sua sacola de compras sai da loja entrelaçando seu braço ao de Sophia deixando Alexandre e Liliana para trás conversando...

Minha aluna, malcriada (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora