Melhor amigo VS Cunhado

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O estado em que Sophia chegou na casa de sua mãe era deplorável, descalço e desesperada ela sai do táxi agradecendo ao motorista que se comparecendo da sua situação lhe deu a corrida de cortesia. Ela respirou fundo antes de tocar o interfone e se identificar. O que Aydê achará estranho pois sua filha tinha a chave e costumava entrar em casa sem ao menos bater na porta...
A senhora que aparentava ter seus 70 anos a esperava no jardim, perto da piscina, apreensiva pois coração de mãe não mentia e ela sabia que havia acontecido algo grave. Foi então que viu sua filha, usando apenas um roupão branco salpicado de sangue na parte do busto, descalço e aos prantos, sem mais lágrimas para chorar.
_Mãeeee!
Aydê a recolheu em um abraço com poder analgésico esperando que Sophia parasse de soluçar e em fim conseguisse falar com ela e explicar o que lhe acontecerá...

Na USP o período matutino pareceu não ter fim, os ponteiros do relógio a cima da lousa marcavam 11:45 da manhã a mais ou menos duas horas com base na percepção de Cecília que estáva empolgada e ansiosa para o seu primeiro dia de trabalho.
Por mais que a aluna tentasse se concentrar na aula de ciências sociais era impossível. Seus batimentos cardíacos estavam acelerados e por diversas vezes a garota achou que poderia infartar, suas mãos suavam e tremiam e para piorar sua tensão, o professor Alexandre lhe parecia disperso desde o momento em que ele entrará na sala e percebeu que Fernanda não estava presente. Cecília como uma aluna e prima responsável lembrou ao professor de que a aluna teria pego atestado e que não viria para a aula pelos próximos cinco dias.
O sinal para o término da aula então bateu fazendo com que os alunos recolhessem seus matérias e guardando dentro de bolsas e mochilas caminhassem civilizadamente até o estacionamento.
_Carona Cissa?
André dá uma leve buzinada e Cecília que estava bem próxima do carro do amigo pula levando um susto enorme:
_Ai André, seu louco. Quase que você me mata de susto!
Cecília comenta enquanto entra no carro de seu amigo e senta-se no banco do carona:
_Como você está? _Bem e você? _Com fome! Almoça comigo hoje?
O rapaz pergunta enquanto manobrava o carro para sair do estacionamento da universidade:
_Eu não sei se vai dar tempo. Hoje começo a trabalhar e não quero chegar atrasada! _Espera aí. Então você conseguiu a vaga naquela entrevista que fez? E como não me disse nada antes? Temos que comemorar. _Ah, não disse nada porque nunca te acho quando preciso, como sempre você vive grudado em minha prima, desde que se conheceram. Hoje só não estão juntos porque ela está de atestado se não aposto que estariam. _Ah... Para falar a verdade nós estávamos juntos sim. A Fernanda passou a noite no meu flat. Eu a deixei em casa de manhã. _Quer dizer que para vir para a uma ela.nao está bem, mais para passar a noite com você ela está? _Bom... Até que ela tava bem disposta na noite passada.
Depois de seu comentário com uma pitada de duplo sentido André da um longo suspiro terminando com um sorriso de canto de boca, Cecília sorri também:
_Hummm. Tô sentindo que alguém aqui está apaixonado.
Cecília da um soquinho no braço musculoso do amigo que dá um meio sorriso e estaciona em uma lanchonete estilosa de esquina:
_É talvez eu esteja sim, só espero que esse sentimento um dia seja correspondido! O que você acha? _Ah, eu não posso te afirmar nada... Mais acho que a Nanda também te curte pra caramba...
Ambos os amigos saem do carro no mesmo momento e seguem conversando até a lanchonete onde escolhem uma mesa e se sentam para esperar a garçonete trazer o cardápio...

Na casa de Aydê, ela estava sentava a sala juntamente com sua filha que ainda soluçava muito ao contar para a mãe tudo o que tinha acontecido em seu apartamento horas antes:
_Mais você realmente traiu o Willian minha filha?
Aydê pergunta horrorizada:
_Mais é claro que não mãe eu não seria capaz de uma coisa dessas, você me conhece muito bem. _Mais você beijou outro homem o que não é tão grave quanto um ato sexual, mais também é considerado uma infidelidade. _Mais eu não me arrependo mãe. Eu passei muito tempo da minha vida sofrendo com o Willian... Ele... Ele... Me reprimia em tudo. Me proibia de viver. Mãe eu posso ter filhos, eu fiz os exames de fertilidade e sou completamente fértil o problema não está em mim está nele. Tenho certeza que o problema está nele. Sempre foi ele o culpado, me proíbindo de terminar minha faculdade, me proíbindo de trabalhar, de ser independente... Ai mãe eu me cansei dessa vida. Enfim chega de sofrimentos.
Com um suspiro profundo Sophia se deita no braço do sofá sentindo seus braços, pescoço, costelas e lábios latejarem de dor, devido a agressão do marido... Quando Alexandre que tinha sido avisado do acontecido por Aydê, chega esbaforido e preocupado com sua irmã e ao vê-lá estirada no sofá se preocupa com ela:
_Hei, Sophia. Como você está? Eu vim correndo pra cá assim que eu soube o que tinha acontecido!
Deixando sua mochila, pastas de provas e livros encima da mesinha de centro, Alexandre vai até a irmã e pegando em sua mãe a olha profundamente como se tivesse examinando-a:
_Eu tô bem Alex, apesar do meu estado deplorável.
Sophia da um meio sorriso para aliviar a tensão do irmão quando acaricia a mão dele:
_Mais... A nossa mãe me disse que você e o Willian se desentenderam. E porque? _Ah... Eu não sei se você vai gostar muito de saber o motivo. Talvez seja melhor que você não saiba. _Mas, mais, como assim talvez seja melhor que eu não saiba? Eu preciso saber. O Willian te agrediu preciso saber o motivo para saber quais providências tomar. Então acho melhor você falar Sophia.
Alexandre sentando-se na beirada da mesa de centro olha seriamente de Sophia para sua mãe Aydê que permanecem imóveis e mudas.
_Otimo. Se vocês duas não abriremos a boca eu vou ter que ir atrás do Willian e aí vai ser pior. _Não, pelo amor de Deus, meu filho. Não vá... Eu não suportaria ver dois filhos meus machucados pelo mesmo homem. Eu falo pra você o que aconteceu.
Aydê levantando-se de seu lugar no sofá, vai até Alexandre massagear seus ombros já bem tensos, na mesma hora em que Sophia arregala os olhos preocupada com a atitude que seu irmão poderia tomar se soubesse de toda a verdade:
_Nãooo mãe. Você não pode contar. _Pode sim e vai me contar mãe!
Alexandre fala autoritário e sua voz soa uma oitava mais alta:
_O que aconteceu é que o Willian pegou algumas mensagens comprometedoras de Sophia com o Thiago aquele seu amigo professor de administração. _O que?
Perplexo Alexandre levanta-se da mesinha de centro ficando de pé com os braços cruzados enquanto fuzilava Sophia com seus olhos verdes:
_Sophia? Eu não acredito que você se deixou levar pelos encantos do Thiago? Você sabe que ele é um mulherengo. _Eu não me deixei levar por ninguém Alexandre! Se acalma tá. E o Thiago não é nenhum mulherengo. Ele é diferente quando estamos juntos. _Quando estão juntos? Isso significa que vocês estão tendo um caso nas minhas costas é isso? _Nãooo. Não estamos tendo um caso, foram só conversas pelo celular e dois beijos, não foi nada de mais. _Beijos e conversas não é nada demais Sophia? O que vocês estão fazendo chama-se traição. O que não explica o Willian te agredir desse jeito, mais ainda assim é traição. _Mais o Willian também me traia. Engraçado que com ele ninguém ficava bravo e dava sermões. E se vocês dois querem saber eu não me arrependo de ter me envolvido com o Thiago, porque eu estou apaixonada por ele.
Foi a primeira vez que Sophia confessou seus sentimentos em voz alta e não se importando com as expressões confusas de Alexandre e Aydê, ela sorriu ao perceber que estava apaixonada e se sentindo viva novamente, viva como não se sentirá a mais de cinco anos... O celular de Alexandre que estava encima da mesinha de centro toca e o display mostra o nome e a foto de Thiago o que faz o coração de Sophia perder o compasso:
_Alexandre é o Thiago. Por favor me deixa falar com ele?! _Não eu não vou te deixar falar com ele. Eu vou matar esse filho da puta. Eu disse pra ele não se envolver com você. Eu disse que você não precisava se mais uma desilusão amorosa.
Sophia percebe que seu irmão estava falando sério na hora em que seus lábios proferem um palavrão, a muito tempo Alexandre não xingava, nem quando Monique o deixou ele xingou. Mais foi quando seu irmão apanhou as chaves do carro e o celular e saiu para o jardim que Sophia se desesperou:
_Vai atrás dele mãe. Por favor! Se ele for atrás do Thiago os dois vão acabar se matando. _Sophia o Thiago é o melhor amigo do Alexandre os dois podem até brigar mais eu sei que eles vão se entender! Agora se levanta e venha para o meu quarto eu vou preparar um banho relaxante e analgésico para você...
Apoiada em sua mãe Sophia levanta-se do sofá e segue para o quarto de Aydê onde uma banheira a esperava...

Minha aluna, malcriada (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora