Capítulo Um - Novos Vizinhos

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Época de inverno na Carolina do Norte e a manhã estava nublada e um silêncio cobria a casa, dava até mesmo para ouvir o tic-tac do relógio. Os pais de Finn Wolf e seu irmão Rob foram passar o fim de semana nas montanhas, mas ele quis ficar sozinho em casa. Finn adorava isso, sempre fora um menino que gostava de tirar um tempo para si, ficar sem amigos por perto, família, apenas com os próprios pensamentos podendo fazer e falar o que tem vontade.

Já que estaria sozinho pelo final de semana inteiro, havia planejado dormir até tarde, mas uma ligação atrapalhou o plano. Seu celular começou a vibrar e com os olhos ainda fechados começou a procura-lo pela cama. Finalmente, encontrou e com os olhos semicerrados pelo sono atendeu o celular.

— Alô? — falou com voz de sono.

Dava pra ouvir um monte de meninas gritando e rindo. O menino revirou os olhos ao ouvi-las.

— Amber, não estou te ouvindo! — impaciente, desligou o celular.

2 minutos depois chega uma mensagem:

"Amor, liguei pra dizer que estou com saudades e não vejo a hora de voltar. Eu amo você! Nos vemos no colégio segunda.

Beijos, Amber. "

Finn:

"Está bem! Estou com saudades também. Te amo. Nos vemos segunda.

Finn."

Ele ficou pensando se realmente deveria ter mandado o "te amo". Sim, eles ainda estavam namorando, mas, não tinha certeza se ainda amava a garota dessa forma. Sentou na cama, ainda sonolento com esse pensamento, esfregou os olhos e deu grande bocejo. Finn estava quase cochilando sentado quando uma voz quebrou o silêncio da rua.

— Pai, essa caixa, aonde eu coloco? — disse uma voz feminina e doce.

Será que são novos vizinhos?, pensou.

Ele se levantou da cama e foi até a janela do quarto que fica de frente para a rua. Havia um homem tirando as caixas do carro e do lado dele, uma pessoa baixa. Ela usava toca, uma blusa enorme de frio. A mesma pegou uma das caixas e entrou dentro da casa. Finn foi até a outra janela que se dá de frente com a da casa vizinha, e depois de alguns minutos, aquela pessoa baixa entra no quarto, tira a sua toca e o casaco pesado e começa a pegar as coisas da caixa. Era uma menina. Uma linda menina de pele branquinha, cabelo bem curto. A cada coisa que ela tirava da caixa, dava um sorriso e ficava admirando. Finn nem tinha se dado conta que já estava ali por quase meia hora. Só percebeu quando seu estômago começou a roncar de tanta fome. Será que ele não se deu conta que estava parecendo um maníaco espiando a menina pela janela?

Millie estava arrumando sua prateleira, colocando seus enfeites e ursos em ordem. Na prateleira de baixo, colocou seus gibis e livros favoritos. Quando terminou, desceu para comer alguma coisa e encontrou seu pai. Ele estava tomando mais um café da manhã.

— Pai, eu tenho mesmo que ir para a escola segunda feira? Acabamos de chegar, nem conheço ninguém aqui! Que tal só na próxima semana? — perguntou enquanto pegava uma fruta.

— Você precisa estudar. E além disso, vai conhecer pessoas novas na escola. — respondeu enquanto se levantava para colocar a louça na pia.

— Mas Pai! E se as pessoas me acharem estranha, que eu falo demais, sou quieta demais, que sou chata... — ela falava sem parar, quase sem nenhuma pausa — ou que... não sei, pai, e se ninguém gostar de mim?

A mãe de Millie entrou na cozinha e respondeu por seu marido.

— Querida, se as pessoas não gostarem de você, é porque são todas umas idiotas. — falou com um sorriso e abraçando a filha — Você é uma garota especial, não é qualquer um que tem o dom de enxergar isso. As pessoas que enxergarem terão uma grande sorte de te conhecer e te amar do jeito que você é! — beijou a cabeça da Millie.

Allie sempre foi uma pessoa muito positiva e com muito orgulho da filha que tem. Afinal, a pequena Sparks sempre foi muito inteligente e cuidadosa com todos. Tem um coração enorme e sempre tenta ajudar. Allie sempre foi radiante, agora grávida, está ainda mais.

— Obrigada, mãe! Espero que tenha razão, eu quero ter amigos aqui.

Finn estava comendo cereal na sala de estar e assistindo um filme de desenho animado. O celular vibrou novamente, era uma mensagem de sua mãe que dizia:

"Filho, está tudo bem? Já acordou? Já comeu?"

Finn respondeu:

"Oi, mãe! Sim, já acordei e estou comendo agora. Vocês estão bem aí?

Mãe, a casa dos Johnson finalmente foi vendida. Tem uma família morando lá agora. Eles parecem legais."

Mãe respondeu:

"Finalmente temos vizinhos! Seja um bom garoto e faça uma cesta de boas vindas. Tem um bom vinho no bar, coloca também aquele licor de cereja e alguns biscoitos que deixei no forno.

Seja educado!

Nós te amamos,

Mamãe."

(Concluída) O Amor Mora ao Lado (Fillie)Onde histórias criam vida. Descubra agora