Capítulo Dois - A Primeira Caminhada

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     Assim que leu a mensagem de sua mãe, Finn correu para o banho, se arrumou e foi logo fazer a cesta de boas vindas. Colocou o vinho, licor de cereja, os biscoitos, uma geleia caseira e algumas torradas deliciosas. Vestiu a sua blusa de frio, pegou a cesta e foi até a porta dos novos vizinhos tocar a campainha.
     Um homem alto, forte, barba feita e com cabelo bem preto abriu a porta. Parecia bem humorado, feliz.
     — Bom dia, garoto! Mal chegamos e já estamos atrapalhando com o barulho, não é? Sou Alex Sparks, como vai? — estendeu a mão para Finn e assim se cumprimentaram.
     — Prazer, Sr. Sparks. O senhor não esta atrapalhando. Na verdade, fico feliz em finalmente ter um novo vizinho. Sou Finn Wolf, vim dar uma cesta de boas vindas para o senhor e sua família — falou oferecendo a cesta para Sparks.
     Alex pegou a cesta e sorriu 
     — Uau! Isso é geleia caseira? - falou olhando a cesta —  Eu amo isso. Muito obrigado, Finn! É muita gentileza. Por favor, pode me chamar apenas de Alex. — falou enquanto entrava na casa e fez um gesto para que Finn entrasse também.
     — Querida! — chamou sua esposa que estava no andar de cima — Vem conhecer o nosso vizinho, Millie, você também! Ele trouxe uma cesta para nós! —  Alex colocou a cesta na mesa e voltou a olhar para o menino — Pode se sentar, Finn. Vamos aproveitar essa geleia. — falou enquanto pegava alguns pratos, xícaras e talheres.
     Finn não estava com fome mas mesmo assim se sentou. Tímido, começou a puxar conversa.
     — Então, onde vocês moravam?      
     — Morávamos em NY. — respondeu enquanto pegava o leite, suco de laranja e depois a água que já estava esquentando — Minha esposa está grávida e ela sempre quis se mudar para um lugar mais calmo. Criar um filho aqui me parece uma boa ideia e também, a minha filha Millie estava precisando de um lugar mais sossegado. E você? Sempre morou aqui?
     — Nossa, é uma mudança e tanto! —  falou sorrindo — Sempre morei aqui. Não penso em morar em outro lugar. 
     — E com razão! É um lugar muito bonito e bem mais tranquilo... ora, olha só, elas apareceram! — falou olhando para as duas moças que se aproximavam — Allie, Millie, este é Finn, nosso vizinho. Finn, minha esposa e minha filha. — apresentou.
     Allie é uma mulher bonita, cabelo castanho avermelhado e estava no sétimo mês da gravidez. Estava com um vestido azul escuro e assim como Alex, sorridente.
     — Olá, Finn! Aposto que meu marido te obrigou a entrar, não foi? — todos deram risada — Isso é geleia caseira? Que delícia! Finn, obrigada pela cesta! — disse se sentando a mesa.
     Finn estava envergonhado mas muito feliz. Ele realmente gostou da Allie e do Alex, já da Millie, bom, eles quase não trocaram ao menos um olhar direito. Os dois ficaram com vergonha de conversar, mas a conversa com os pais dela estava bem divertida.
     Alguns minutos de conversa se passaram, Millie continuava quieta e ria quando falavam algo engraçado.
     — Já que vocês estudarão no mesmo colégio, poderiam ir juntos segunda feira, o que acham? — Allie falou enquanto se servia mais chá.
      A pequena Sparks olhou para a mãe como se ela tivesse cometido um crime, logo em seguida tentou disfarçar.
     — Claro, seria muito legal. Posso apresentar Millie aos meus amigos e o caminho no colégio. O que acha? — perguntou e olhou para a Millie. Ela estava usando um vestido branco com florzinhas amarelas, um casaco por cima, o cabelo era mais curto que o do Finn e as bochechas estavam bem coradas.
     — Eu adoraria, Finn. — Sua resposta fez com que suas bochechas ficassem ainda mais vermelhas.
     A conversa demorou mais um tempo, depois Finn se despediu de todos e voltou para casa. Foi uma manhã realmente agradável.
     Millie foi para o quarto e ficou pensando naquela manhã. Foi uma manhã legal, mas ficou se questionando do porquê tinha que ser tão tímida. Ficou imaginando como seria a segunda feira e acabou ficando ansiosa. E tinha um problema: ela não queria ser a mesma garota de NY, tímida, sem amigos.

 
Domingo, 11:00 AM

     Millie estava plantada na porta do vizinho pensando no que dizer, não tocou a campainha, não bateu na porta.
     Finn, que estava deitado no sofá, se levantou para ir até a cozinha. Ao passar pela porta viu aquela "sombra" andando pra lá e pra cá. Olhou pelo olho mágico e viu a menina toda desajeitada, começou a rir e abriu a porta com tudo. Na hora, ela deu um pulo e gritou de susto, mas logo em seguida ambos começaram a rir da situação. A garota estava totalmente sem jeito e ele adorou isso.
     — Desculpe, eu adoraria dizer que não foi a minha intenção, mas... — ele começou a gargalhar de novo.
     — Tudo bem, eu também achei engraçado. Só vim perguntar se não se importa de dar uma caminhada, quero conhecer o bairro.... — perguntou desviando o olhar para baixo e sorrindo.       — Isso vai ser legal, claro que não me importo — falou e já pegou o casaco que estava pendurado do lado da porta. 

   Os dois começaram a caminhar. A rua estava silenciosa e o tempo estava fechando. Millie olhava para Finn. Ele é lindo. Olhos escuros, alto, branco como a neve e cabelos escuros e enrolados, pensou enquanto admirava.
    — Finn, você acha que vai nevar? — falou enquanto passava a olhar para o céu.
    — Espero que sim, já faz um tempo que não neva por aqui. Seria legal! —  respondeu empolgado.  — Ahn... Seu pai comentou que você estava precisando sair de NY...
     Finn estava querendo puxar assunto e também curioso sobre a Millie.
     — Sim, eu precisava. É que... — ela estava pensativa, olhava para o chão e sua expressão que era de felicidade passou a ser de tristeza. — Eu tinha apenas uma amiga lá, ela se mudou para Hawaii e comecei a me sentir sozinha. Não tenho muitos amigos e queria muito recomeçar, entende?
     — Não entendo porquê não tinha muitos amigos, você parece uma garota legal. — disse sem jeito e sem olhar para ela. 
     Millie ficou com as bochechas coradas ao ouvir Finn e se encolheu no seu cachecol.
     — Olha ali! — disse Finn apontando para o colégio — Aquele é o nosso colégio, é bem legal. Quer ir até... —  antes mesmo de concluir a frase, uma garoa forte começou e os dois começaram a rir.
     — Estamos longe casa? Vamos ficar encharcados! — Millie falava entre as risadas.
      — Droga! Temos que correr, vai ficar mais forte. — Finn ainda ria da situação e os dois começaram a correr. A chuva estava ficando mais forte até que finalmente chegaram na casa dele, abriu a porta e já foi tirando o casaco.— Entre, vou pegar uma toalha e roupas limpas pra você, quer ligar para sua mãe e dizer que estamos a salvos da chuva? O telefone está ali — falou apontando pro telefone no balcão da cozinha e subiu as escadas correndo.

(Concluída) O Amor Mora ao Lado (Fillie)Onde histórias criam vida. Descubra agora