Capítulo Vinte e Um - Eu, eu...

2.6K 256 135
                                    

     O sinal para ir para a próxima aula ja havia tocado mas como seria o último dia de aula daquela semana, os professores estavam fazendo gincanas com os alunos e algumas valiam pontos extras. Por sorte, não era obrigado participar.
     Jade estava sentada ao lado da Millie que ainda estava com lágrimas escorregando de seus olhos. As duas estavam em uma das mesas redondas de madeira que ficam perto das quadras.
     — Mills, por favor... tente se acalmar! — pedia Jade. Sua voz estava carregada de preocupação e ela não sabia o que fazer, então abraçou de lado a amiga.      
     Millie deitou a cabeça no ombro da loura e desabou ainda mais.
     — O Finn vai ler tudo aquilo que escrevi. E depois daquilo da Amber, as pessoas sempre me olharão feio. Será igual no outro colégio... Como ela conseguiu aquilo? — falou entre o choro. Quase não dava para entender.
     — E daí, Mills? Aposto que Finn vai amar tudo o que escreveu sobre ele. E sobre a Amber, eu e os meninos cuidaremos dela a moda antiga. Ah, olha só o Finn! Ele está vindo. —  disse olhando para o cacheado que ainda estava um pouco longe do lugar e ignorando a última pergunta da amiga. —Vou deixar vocês a sós, tá? 
     — Não, por favor! — falou e segurou forte na mão da Jade.
     — Vocês precisam conversar! Eu estarei lá perto do refeitório nas mesas brancas. — Jade se levantou e Millie soltou sua mão — Vai dar tudo certo!

✥✥✥


     Jade se distanciou da pequena Mills e foi até Finn.
     — Como ela está? — ele perguntou.
     — Mal, Finn. Ela chorou demais e está morrendo de medo da sua reação. Acho que ela pensa que você não gosta dela desse jeito.
      — Eu vou falar com ela.
      — E por favor, não esqueça de contar que você que gravou o diário. Faça isso antes que a Amber conte.
      Wolf ssentiu com a cabeça já se afastando de Jade.
       Millie olhava o cacheado cada vez mais próximo do lugar em que ela estava e se levantou, esperando ele chegar até alí. Já passava mil coisas em seus pensamentos. Ficou ensaiando coisas para falar mas não conseguiu terminar uma frase sequer, então ficou tentando controlar seu choro para nenhuma lágrima escapar novamente.
     Finn chegou aonde Millie estava e parou um pouco longe dela. Ele estava preocupado, mas não sabia o que falar. Quando andou até lá, pensava em dizer diversas coisas. Mas ao ver aquela garotinha baixa e sem jeito, suas palavras sumiram.
     — Eu, eu... me des... — ela começou a gaguejar mas não saía nenhuma frase inteira. Suas lágrimas conseguiram escapar e agora ela chorava na frente do menino que se tornou o protagonista de seu diário.
     Finn se aproximou da Millie bem rapidamente e abraçou-a com força. Ela precisava disso. Precisava do toque daquele garoto, do cheiro, do carinho. E foi aí que Mills começou a desabar ainda mais.
     — Você leu, Finn? — disse enquanto tentava controlar seu choro. Sua voz estava abafada, Millie estava aninhada no pescoço do Finn e ele passava sua mão no cabelo da pequena.
     — Primeiro você precisa parar de chorar, por favor... respira fundo. — sua voz era baixa e calma.
     — Você não vai querer mais ser meu amigo depois disso — sua voz ainda era quase inaudível.
     — Eu nunca vou te deixar. Nunca. Não importa o que você faça.
      A fala do Finn acalmou a Millie. Seu choro diminuía e o carinho que ele fazia em seu cabelo estava ajudando.
     — Respira fundo, Mills... — disse baixinho.
     Ela obedeceu. Os dois ficaram assim por alguns minutos. Colados. Ela aninhada a ele e ele sentindo aquele perfume doce que tanto gostava. Millie sentiu seu coração acelerar e Finn sentia aquela sensação estranha no estômago novamente.
     Millie finalmente levantou bem devagar a cabeça para poder olhar para Finn. Precisou de muito esforço já que alí estava tão aconchegante, mas as borboletas no estômago não paravam de voar. Ela tentou olhar para Finn, mas ele grudou a testa dele na dela. A única coisa que Mills conseguia ver eram os olhos de Finn que estavam fechados naquele momento.
     — Mills... — ele sussurrou enquanto colocava suas mãos no rosto dela. Segurou o mesmo com toda cautela que pôde.
     Quando sentiu o toque em seu rosto, ela fechou os olhos e ficou alí sentindo o arrepio percorrer seu corpo diversas vezes. Seu rosto ficou quente, como se estivesse com febre. Finn estava com o rosto vermelho e ficou ainda mais quando Millie deslizou as mãos até o seu rosto dele. Ela o acariciava e seu toque parecia de veludo, suas mãos tão macias.
     Finn esfregou seu nariz no dela algumas vezes, o que fez a mesma dar um riso tímido e baixinho. Ele sorriu e abriu os olhos, depois distanciou um pouco seu rosto do dela bem devagar. Foi como se tivesse bêbado. Bêbado de amor. Seus olhos mal conseguiam ficar abertos, mas também não queriam fechar depois que olhou a Millie tão de perto e em seus lábios haviam formado um sorriso bobo.  
     Millie abriu os olhos devagar assim que sentiu as mãos de Finn deixarem seu rosto. A primeira coisa que ela olhou foi o sorriso bobo do menino que estava com as bochechas coradas, o que fez ela dar um sorriso tímido.
      — Mills, eu preciso te contar uma coisa... — quando começou a falar seu sorriso desapareceu aos poucos.
     — O que, Finn? Pode me contar — disse olhando nos olhos dele.
     — É que eu... No dia da festa, eu... — Wolf tentava achar as palavras certas para contar o que havia feito. Mas enquanto ele não encontrava, Amber acabou com suspense.
     — Finn invadiu o seu diário e gravou várias partes dele. E é por isso que imprimi todas elas e estão todas pela escola. — falou se aproximando da mesa — Podem ficar com isso. — colocou um ipode em cima da mesa — Agora eu terminei!
    Amber deu um sorriso que faria qualquer um ter raiva dela e depois se distanciou, deixando uma tensão enorme entre Finn e Millie. Ele estava completamente em choque, olhando pra Millie. Seu coração disparou mas dessa vez não por um motivo bom.
     — Isso é verdade, Finn? — Millie falou baixo e com voz de choro.
     

(Concluída) O Amor Mora ao Lado (Fillie)Onde histórias criam vida. Descubra agora