(Concluída) O Amor Mora ao Lado (Fillie)

Capítulo Nove - Tão Doce

 

Capítulo narrado por Finn Wolf.

Aperte o play da música.

      O abajur do lado da cama ainda estava ligado. Era uma luz fraca, mais parecia uma vela do que uma lâmpada. Eu amo como essa luz deixa o meu quarto.
     A Millie estava dormindo e as nossas mãos ainda estavam entrelaçadas. A mão dela era tão pequena e tão macia... acariciei a mesma por alguns minutos e depois soltei aos poucos e devagar. Assim que soltei, ela colocou a mão por baixo do seu travesseiro. Ela ainda estava dormindo e... parecia um anjo.  
     Peguei o meu celular e o meu fone, apertei o play da música. Permaneci deitado e olhando para a Mills. Não sei o porquê mas não consegui parar de olhar pra ela. A respiração dela estava tão calma e a minha parecia estar acelerando. O que estava acontecendo?
     Fechei meus olhos e tentei dormir. Droga... essa foi uma péssima idéia. A imagem da Millie me abraçando me veio a cabeça, depois ela me acordando no sofá. Então tentei pensar na escola, resultado: Lembrei de como ela estava linda andando pelo corredor com seu jeito tímido. Droga, droga, droga! Por quê isso ta acontecendo????

     Desisti de tentar dormir. A presença da Millie no meu quarto estava me deixando inquieto. Isso é bom?
Abri os olhos e novamente olhei pra ela, dessa vez senti um arrepio correr por todo o meu corpo, como se eu tomasse um pequeno choque, me estremeci. Eu preciso ficar mais próximo dela, mesmo que seja por alguns segundos. Não sei o porquê dessa necessidade, mas preciso.
     Me sentei no colchão e me aproximei da Millie com todo cuidado do mundo. Eu ouvia sua respiração calma. Depositei um beijo demorado na sua testa. Só que não consegui me distanciar. Fiquei alí em silêncio, sentindo aquele perfume doce que só ela tem. Como se Millie tivesse mergulhado em uma piscina de todos dos doces favoritos que já provei na vida. Esse perfume me faz lembrar de todas as boas sensações que já senti. E a partir daquele momento, me faria lembrar do dia em que senti o meu coração acelerar por Mills pela primeira vez.
      Será que isso tem haver com aquilo que senti hoje de madrugada quando ouvi a ambulância na casa vizinha? A primeira coisa que pensei foi na Millie. Só Deus sabe o quanto fiquei aliviado quando a vi saindo daquela casa. E depois quando ela estava chorando? Parecia que alguém estava pisando no meu peito de tanta dor e agonia que fiquei. Odiei vê-la sofrer. Queria proteger menina de todo mal do mundo.
      Me deitei novamente no colchão e fiquei pensando naquilo tudo que eu estava sentindo. É confuso. Nunca senti isso antes. Nunca tive essa sensação de estar caindo de paraquedas quando na verdade eu só estou pensando em alguém.
     Talvez eu não ame mais como a luz deixa o meu quarto. Talvez eu ame a pessoa que está dentro dele.