Capítulo Trinta e Três - As Palavras Certas

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     O quarto estava claro, havia uma grande janela que deixava o todo iluminado e para melhorar, a neve que começou a cair de madrugada fazia tudo ficar ainda mais bonito.
Finn ainda estava parado na porta, sentiu seu coração acelerar e então respirou fundo para criar coragem e depois se aproximou aos poucos da cama da Millie. A primeira coisa que ele notou foram os roxos no rosto dela e o braço que estava engessado. Finn sentiu muita raiva dos meninos que ele nem conhecia, mas que eram o motivo dela estar nessa situação. A raiva passou assim que ele olhou novamente para o rosto daquela pequena garota. Parecia um anjo, mesmo com o rosto roxo, mesmo num quarto de hospital e mesmo que ela tivesse pedido para ele nunca mais chegar perto dela.
     Wolf abriu a boca para começar a falar mas era como se um nó o empedisse. Esperou mais alguns segundos e então as palavras saíram.
     — Me desculpa, Mills. — assim que essas palavras conseguiram ser pronunciadas, suas lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.
Finn se sentou na cadeira aconchegante que havia perto da cama da Millie e então segurou a mão dela. Começou a falar como se ela pudesse ouvir.
     — Eu odeio quem fez isso com você e me odeio também. Sei que tive culpa. Se eu não tivesse errado, você não teria ido embora e nada disso estaria acontecendo. Hoje eu sinto como se o fato de você ter me conhecido tornasse a sua vida um inferno. Não sei como me sentir sobre isso já que... ter te conhecido, foi a melhor coisa que já me aconteceu.
     Finn acariciava a mão de Millie como na noite em que ela dormiu em seu quarto.
     — Sabe o que é engraçado, Mills? — perguntou mesmo sabendo que ela não poderia responder  — No começo eu neguei até para mim mesmo tudo o que sinto por você. — deu um sorriso bobo  e continuou a falar — Como se eu conseguisse disfarçar a minha decepção de todas as vezes em que virei em algum corredor do colégio e não te via. Sempre que eu não te encontrava, sentia um aperto no meu coração. Exatamente igual a esse que sinto agora em te ver assim.
     Ele estava tentando encontrar as palavras certas para dizer tudo o que queria, mas algumas vezes as palavras simplesmente desapareciam ou não pareciam suficientes. Mas ele estava alí, estava disposto a tentar colocar todo o seu sentimento para fora.
     — Não sei se está ouvindo isso... acho que não, mas posso repetir tudo depois, talvez, se eu lembrar ou tiver coragem. Nunca fui bom nessas coisas de amor, Mills. E nem em perder pessoas... mas assim que soube que estava aqui no hospital, fiquei sem chão. Pensei que tinha te perdido para sempre e eu não posso aceitar isso. Não posso perder a menina que eu amo, não agora, nem qualquer outro dia. O amor não é fácil, sei disso, sempre falam isso. Mas eu estou disposto a lutar por ele se for ao seu lado.
     Finn se levantou mas não soltou a mão da Millie.
     — A única coisa que me passa pela cabeça é que eu seria capaz de qualquer coisa por um sorriso doce seu. E Mills, eu tenho medo de nada disso ser recíproco. Mesmo se não for, mesmo se você não me amar do mesmo jeito que te amo, preciso dizer que não importa o que ou quem Deus tenha colocado no meu futuro, o meu amor sempre será seu.
     O cacheado se aproximou ainda mais da pequena Mills e depositou um beijo demorado na testa dela.
     — Eu te amo - sussurrou.
     Finn saiu do quarto depois de se despedir. Ele realmente estava mais aliviado por ter falado metade das coisas que queria. Desejava ter forças para algum dia falar tudo novamente mas com a menina que ele ama ouvindo cada palavra dita.

(Concluída) O Amor Mora ao Lado (Fillie)Onde histórias criam vida. Descubra agora