Capítulo Trinta e Quatro - Siga o Coração

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     Finn falou todas aquelas coisas para Millie sabendo que ela não poderia ouvir, mas Wolf não sabia de duas coisas. Primeiro, Allie estava prestes a entrar no quarto quando Finn começou a falar aquelas palavras bonitas. Ela não sabia que o menino estava no quarto, mas assim ouviu a voz dele, ficou esperando do lado de fora segurando os dois chocolates quentes. Ouviu a maior parte de tudo que ele falou e aquelas coisas aqueceram seu coração, mas no fundo ela sabia que poderia ser um desafio para Finn já que sua filha sempre teve medo de mostrar seus sentimentos e ser ainda mais magoada do que já foi.
     Finn saiu do quarto e deu de cara com a Allie.
     — Ah, ou Sra. Sparks! Desculpa não avisar, eu queria muito ver a Mills antes de voltar pra Carolina. — falou com um sorriso.
     — Está tudo bem, Finn. Me chame de Allie, por favor. Toma, pegue um desse. — Allie sorriu e entregou o um chocolate quente para o Finn.
    Ele pegou o chocolate quente e então deu um sorriso largo. Estava mesmo precisando de uma bebida quente.
     — Obrigado, Allie. Você pode dizer para Millie que eu estive aqui? É... eu tenho que ir agora... — disse sem jeito, sem saber como se despedir.
     Allie notou que o menino estava sem jeito para de despedir, então o abraçou.
     — Obrigada por vir, obrigada por tudo... — falou baixinho enquanto abraça forte.
     Finn abraçou tão forte quanto ela, mas não soube o que falar. Logo depois ele foi embora e Allie entrou no quarto que estava sua filha.
 

   Segunda coisa que Wolf não sabia, Millie já estava acordada.
     — Querida, aqui seu chocolate quente. Beba devagar como o médico falou. — falou enquanto dava o chocolate para Millie e depois beijou a testa da mesma, depois se sentou na cadeira ao lado da cama.
     Millie permanecia em silêncio e sua mãe sabia o porquê.
      — Eu ouvi tudo o que ele disse, filha. Finn gosta mesmo de você.. ou ama. — falou com uma voz calma e doce como sempre.
      A pequena Mills olhou para sua mãe e então suas lágrimas começaram a cair. Allie se levantou, colocou o chocolate quente da Millie no criado mudo e então se sentou na cama e abraçou a filha.
     — Tá tudo bem meu amor, não chora... — falou enquanto beijava a cabeça da Mills.
     — Mãe eu tenho medo disso — falou em meio ao choro.
     — Eu sei que tem. Mas precisa saber, você sente o mesmo por ele?
     — É que depois daquilo com o diário eu, eu...
     — Ele errou Mills e está fazendo de tudo pra mostrar isso. Sabia que ele dormiu aqui no hospital só pra poder te ver? Sei que é difícil, mas precisa perdoar. Quem mais errou nisso foi aquela garota idiota.
     Millie começou a rir e ao chorar ao mesmo tempo.
      — Idiota? Você está xingando uma adolescente, mãe?
      — Estou. Ninguém merece essas meninas, filha. Se fosse comigo eu não ligaria, mas quando é com nossos filhos... aí é diferente. Mas você ama ele?
     Millie enxugou as lágrimas do rosto e olhou para a sua mãe.
     — Sim, eu amo. Mas tenho medo demais de magoar, mãe. Se não aguentar. Você me entende?
     — Entendo. Eu tenho uma coisa para te mostrar, vou ligar para o seu Tio e já volto. — disse se levantando da cama e já saindo do quarto sem dar tempo da filha responder.
  

     Depois de quase uma hora, Allie volta para o quarto com uma caixa de madeira e coloca sobre a cama.
     — Eu vou te mostrar uma coisa. Você já é grandinha e está pronta para falar sobre o amor. — falou enquanto pegava um álbum de fotos e voltava a se sentar do lado da Millie.
     Allie abriu o álbum, a primeira coisa que tinha era uma foto dela com um cara que Millie nuna havia visto antes.
     — Ué, cadê o papai? — perguntou olhando para a sua mãe.
     — Esse foi o primeiro cara que namorei, Mills. Eu tinha 16 anos, estávamos prestes a terminar o colegial. O nome dele é Jimmy Cash.
     — Você o amava?
     — Eu pensava que sim. Até ele simplesmente me deixar, como se eu fosse qualquer coisa. Uns meses depois ele apareceu na formatura com outra menina e eu sofri demais. Depois disso achei que nunca mais seria amada ou que amaria novamente. Foi a pior sensação do mundo. — disse com uma voz triste.
     — Eu sinto nuito, mãe... — falou enquanto beijava o ombro da mãe e deitava mo mesmo.
     — Sei como você se sente, Mills. É como se não fosse capaz de se entegar,  um medo que te segura e te faz acreditar sempre no pior. Mas as coisas não são assim, meu amor. Depois disso, eu conheci o seu pai. — Allie passou algumas fotos até chegar na do Alex e ela — Dois anos depois eu fui para a faculdade e assim que eu vi seu pai me apaixonei. E ele também. Só que ele sempre foi essa pessoa livre, brincalhona, sempre falando o que sente. E eu não... ele tentava se aproximar e eu sempre me afastava mesmo sabendo do que eu sentia por ele. Então um dia brigamos por isso. Falei que não queria vê-lo nunca mais. Alex dizia "Você precisa largar esse medo, você precisa deixar que eu ame você, Al.", minha resposta é que ele estava louco e que estava apenas feliz demais, entusiasmado, que isso passaria. Pensei que fosse só paixão de faculdade que acabaria rápido. Ele me respondeu "Eu sei o que sinto e teremos que lidar com isso porque não vou desistir". — Allie começou a rir enquanto algumas lágrimas caíam.
      — O que aconteceu depois, mãe? Me conta! — Millie estava muito curiosa e feliz em saber finsomente a história de seus pais.
      — Ele foi embora, Mills. Bateu a porta e se foi, enquanto fiquei chorando no quarto me perguntando porquê que eu não me entregava para a pessoa que era louca de apaixonada. Louca de amor. Mais tarde recebi uma ligação que o carro dele havia capotado na chuva e enquanto me falavam isso senti que uma parte de mim morria. Seu pai quase morreu naquela noite e senti tanto medo... Quase perdi o amor da minha vida por medo de ser magoada novamente. O medo faz isso com a gente, filha. Nos faz perder as melhores coisas das nossas vidas. Eu quase o perdi, não quero que você perca isso. Não quero que tenha medo de nada, principalmente do amor. — Allie fez uma pausa e olhou para sua filha que estava chorando em silêncio, então o abraçou bem forte e voltou a falar — Talvez Finn seja o amor da sua vida, talvez não. Você só vai saber disso se vencer o seu medo. Haverá muitas tristezas no caminho se resolver mostrar que o ama, não vou mentir. Mas haverá mais felicidade ainda... mas se resolver ignorar seu coração, só haverá arrependimento e uma vida que poderia ter tido e que não voltará. E arrependimento é o pior sentimento, pior que medo e....
     Antes que a Allie termine de falar, Alex entra na sala e para na frente da cama.
      — ... e se deixar pra muito tarde pode ser que não dê mais tempo. Pode ser que não exista um amanhã. É preciso fazer isso agora enquanto temos vida e temos um ao outro, porque depois não tem como voltar atrás. E o que mais quero nessa vida é ver a minha filha feliz sem medo algum. — falou Alex olhando para sua filha e sua esposa.
      Millie começou a chorar, Alex se aproximou e abraçou a filha tomando todo cuidado com o braço engessado.
      — Eu vou fazer isso. Eu vou dizer para o Finn que sou apaixonada por ele. Eu vou vencer o meu medo, eu vou porque tenho vocês comigo... — disse abraçando o pai. Sua mãe se aproximou e abraçou os dois — Obrigada, Mãe. Obrigada, pai. Eu amo muito vocês.
   


Gente, espero que tenham gostado do capítulo pois aqui acontece um momento lindo de família e vocês ficam conhecendo um pouco mais sobre os pais da Millie. Escrevi com muito amor! ❤

    

(Concluída) O Amor Mora ao Lado (Fillie)Onde histórias criam vida. Descubra agora