Capítulo Trinta e Um - Colapso

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     O tempo em Rochester estava ficando cada vez mais frio. Na pequena TV ligada passava a previsão de tempo e havia grande possibilidade de começar a nevar na madrugada. Todos estavam assistindo a previsão já que estavam novamente tensos demais para conversar.
     O hospital estava muito silencioso, até que um barulho estranho quebrou o silêncio. Todos na sala ficaram atentos e logo em seguida o cirurgião da Millie passou correndo. Junto com ele, alguns outros médicos e enfermeiros estavam atrás.
      — Millie — sussurrou Finn se levantando do lugar.
      No mesmo tempo que Finn se levantou, um médico apareceu já falando com pais da Millie.
     — Peço que vocês fiquem calmos, sei que é difícil mas não é nada grave. O cirurgião e sua equipe já estão no quarto e...
     Antes mesmo do médico terminar de dar a informação, Finn saiu correndo da sala direto para o quarto da Millie. Não era muito difícil de saber qual era, Millie. A luz acima da entrada do quarto ainda estava em vermelho o que significava urgência e/ou emergência para o paciente que alí estava.
     — Finn! — Matt e Alex gritaram e em seguida foram atrás do menino.
     Quando Wolf chegou no quarto e ficou alí parado na porta. Ao ver a cena, suas pernas amolecaram e ele mal conseguia andar. Millie estava ficando cada vez mais roxa e o monitor mostrava os batimentos cardíacos que estavam extremamente acelerados. Logo, Dr. Ross colocava com força e rapidez um tubo entre as costelas da pequena garota. Finn ficou assustado e começou a gritar.
      — Não! Não machuque a Millie! Não machuquem a Millie! —  repetia diversas vezes.
     Assim que ele tentou correr em direção a cama, dois enfermeiros o seguravam com força mas Finn tentava resistir se debatendo e empurrando os homens. Ambos pediam para ele se acalmar, mas ele mal ouvia.
      — Tirem ele daqui, andem! Garoto, está tudo bem com a sua namorada mas preciso de espaço. Tirem ele! — falou o Ross.
      Enquanto Finn lutava contra os enfermeiros, uma enfermeira colocava um tubo de oxigênio no nariz da Millie.
      Finn continuava a gritar, até Alex e Matt chegarem. Seu pai o abraçou e repetia diversas vezes que ela ficaria bem. Alex entrou em choque quando viu todos aqueles médicos em volta da sua filha.
      — Alex, ela está bem. Ela vai ficar bem, Alex. Vamos para a sala, o médico irá falar com vocês. — dizia Matt com sua voz calma e com um braço em volta das costas do seu amigo. Com seu outro braço, Matt abraça seu filho que ainda chorava.
     Ao chegar novamente na sala de espera, Anne abraçou o seu marido, que limpou as suas lágrimas.
      — O que houve, amor? Nossa menina, o que houve? —  perguntava.
      — Eu não sei... talvez falta de oxigênio. Ela estava tão roxa, mas os médicos estavam dizendo que estava tudo sob controle, não sei o que pensar.
     Em seguida, Allie deu um abraço apertado em seu marido e surrurou "ela vai ficar bem", depois, olhou para o Finn que agora estava sentado com as mãos no rosto. Ela foi até Finn e o abraçou. Passava a mão no cabelo dele e ele o abraçou com força.
      — Ela vai ficar bem, Finn. E vai amar te ver aqui. Eu prometo. —  disse baixo para o menino que ainda chorava.
      Entre todas as pessoas, Wolf era o que mais chorava e estava mais sentido. Ele estava com medo. Antes de Millie ir embora, ela disse para ele não se aproximar mais dela pois ele errou com ela. Mills tinha toda razão. Mas e se ele perde-la? E se ela se for sem os dois conversarem, sem darem o primeiro beijo, sem ele dizer "eu te amo"? Era isso que passava em sua cabeça. Isso não podia acontecer.
     Depois de alguns minutos, Dr. Ross foi falar com todos na sala.
      — Millie está bem. A paciente teve um colapso pulmonar. Isso é, o ar escapa do pulmão e enche o exterior, isso faz com que o pulmão não consiga irá receber o oxigênio, pois não consegue expandir. Acontece porque a anestesia altera a dinâmica de entrada e saída de ar dos pulmões, a absorção de gases e a pressão. Podendo acontecer durante a cirurgia ou depois. Foi colocado um tubo na paciente para que o ar saia e o pulmão possa se encher como deve ser. Ela está recebendo oxigênio extra e ficará bem. Preciso dizer que a filha de vocês é muito forte e poderá ser acordada do coma induzido amanhã de manhã, mais rápido do que imaginávamos, o que é muito bom.
      Assim que Ross terminou de falar, Finn saíu do abraço de Allie e rapidamente abraçou o Dr. Ross.
      — Obrigado. — disse Finn baixinho.
      Dr. Ross sorriu e abraçou o menino.
      — Millie é uma menina sortuda por ter um namorado que se importe tanto com ela. O amor nessa idade é o mais bonito que existe. — disse com um sorriso.
      Os pais de Millie sorriam e agradeceram o Ross. Depois o mesmo se distanciou e o silêncio voltou a tomar conta da sala. Mas agora, todos estavam sorrindo e se olhando, o que fez Finn ficar vermelho. Ele sabia o que queriam dizer com aquele olhar. Estava óbvio para todos que Finn Wolf estava apaixonado.

(Concluída) O Amor Mora ao Lado (Fillie)Onde histórias criam vida. Descubra agora