(Concluída) O Amor Mora ao Lado (Fillie)

Capítulo Vinte e Sete - Tio Cameron

      Millie havia chego na casa dos avós. Ainda tentava mostrar que estava feliz, mesmo sem estar. Mas assim qur entrou em dia quartos, sua felicidade foi verdadeira. Seu tio Cameron estava lá, com seu notebook no colo e teclando sem parar.
     — Tio Cam! — gritou de felicidade e foi até o seu tio que rapidamente jogou o notebook para o lado e o abraçou.
     — Veja só como a minha princesa cresceu! Que saudade de você minha pequenina. — respondeu enquAnto abraçava forte.
     — Eu não sabia que estaria aqui, tio Cam. Por que ninguém me contou?
     — Eu acabei de chegar, também não sabia que você viria. Como você está? Sente comigo.
    — Ahn, eu to... bem, tio. Estou mesmo bem. E você? — gaguejou um pouco.
    — Também estou bem. Mas você não me parece tão bem assim. Não minta para o seu tio favorito. Sou romancista, sei mais sobre as pessoas do que qualquer um.
    Millie deu risada e ele também.
    — Acho que você só sabe de romance...
    — O que??? Minha sobrinha está desconfiando dos meus poderes? Agora deu! Vá arrumar suas malas. — disse tentando fingir que estava bravo. Os dois caíram na risada novamente e depois Millie saiu do quarto. Ela realmente precisava arrumar as malas.
     Chegando no quarto em que ficaria, a primeira coisa que fez foi pegar o celular e colocar o mesmo para carregar. Ele estava zerado. Depois de alguns minutos que recebeu carga o suficiente para ligar, Millie pegou o celular novamente e enquanto ele ligava, sentiu uma ansiedade percorrer seu corpo.
      Quando finalmente ligou, muitas mensagens começaram a aparecer. Várias eram do Finn.

      Ao ler essas mensagens as lágrimas começaram a escorrer dos seus olhos. Ela não conseguia parar de chorar. Deixou o celular de lado, se encolheu na cama e desabou.
     — Toc, toc. Posso entrar? — perguntou Cam enquanto batia na madeira da porta.
     — Tio, não! Eu estou... — disse e se sentou na cama tentando enxugar as suas lágrimas.
     Cameron entrou no quarto e se sentou ao lado da Millie.
      — Você sabe que eu sou o tio mais incrível do mundo e que pode contar sempre comigo, não sabe? — falou enxugando as lágrimas da sobrinha.
     — Sei sim, tio Cam... 
     — Então me conta tudo o que está acontecendo. Não podemos guardar as coisas só para nós mesmos sempre.
     — É que é idiota... — Millie se aninhou nos braços do seu tio.
     — Nada que faça você chorar é idiota. Por favor, me conta.
     — Tudo bem... — respirou fundo e começou a falar bem devagar — Lembra que comecei a usar o diário para falar sobre meus sentimentos que eu não conseguia falar para ninguém? O menino que eu gos... amo. O menino que eu amo pegou, ele disse que não sabia que era um diário, mas salvou todas as partes com o nome dele para ler depois. Só que falou que se arrependeu, tentou apagar mas não deu tempo. A ex namorada dele teve acesso ao celular e bem... espalhou para todo mundo. Agora não sei o que fazer. Eu estava com tanto ódio dele que pedi para que ficasse longe. Só que ele esta me pedindo perdão e dizendo que sente o mesmo. Não sei o que fazer. Vou voltar a ser a estranha do Colégio de novo, ninguém vai gostar de mim e ficarei sempre sozinha. E a culpa é dele! Não é?
      Ela não tinha certeza se realmente a culpa era dele. Na verdade, nem sabia o que pensar.
      — Não deixe acontecer lá na Carolina do Norte o que aconteceu no colégio daqui. Essas meninas são dignas de pena. Elas é que são sozinhas. Você não. Você é inteligente, linda. Não pense que para ser feliz precisa ser rodeada de pessoas que nem te conhecem de verdade. Não abaixe a cabeça para essas pessoa vazias de amor. E nem deixe que uma delas faça você perder o seu primeiro amor, que é o que parece que ele é, se não, não estaria chorando encolhida na cama. Ele te pediu desculpas, está arrependido. Acha mesmo que não vale a pena desculpá-lo, ouvir o que ele tem a falar? Quer dizer... me responda uma coisa, o que sente é amor?
      — É sim, tio. — disse enquanto as lágrimas começavam a descer novamente.
      — Então, Mimi. O amor é isso. É saber ouvir mesmo quando se está com raiva. Mesmo quando sabe que o outro está errado.
     — Por que amar é tão complicado? Não deveria ser fácil?
     — Porque não é só amar e pronto, Mils. O amor se cultiva, se entende, se cuida. Tem que ser paciente. Tem muitas recaídas no amor. Existem até momentos de tristezas, mas esses são os que nos fazem a dar mais valor ao o que sentimos. A gente tem que lutar por isso e não desistir com tanta facilidade. Aproveita isso. O amor está batendo na sua porta, é preciso deixá-lo entrar. Vai aprender muito com ele, tenha certeza disso. Converse com o rapaz. Não deixe uma garota solitária estragar isso. Certo?
     Cameron enxugou novamente as lágrimas da Millie e depois o abraçou bem forte.
      — Obrigada, tio. Eu te amo muito. Eu queria tanto que você morasse mais perto de mim...
      — Amo você. Hm, posso pensar nisso. Espero ter ajudado. Agora vou te dar um tempo para pensar no que fazer. — falou enquanto se levantava e ía até a porta.
     — Tio! De novo, obrigada por isso. Eu me sinto muito aliviada. — deu um sorriso para o tio, que foi retribuído.
    Depois que o Cameron saiu do quarto, Millie deitou na cama novamente e ficou pensando em tudo que havia acabado de escutar. Ela estava sentindo um alívio muito grande no peito, mas ao mesmo tempo o seu coração acelerava ainda mais rápido. Ainda estava nervosa com Finn, mas precisava dar uma chance para ele. Afinal, é o seu primeiro amor.