Capítulo Vinte e Seis - Rodoviária

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      Ainda era de manhã. A rua estava silenciosa como de costume e o quarto estava claro com aquele tom de azul. Finn foi acordando aos poucos e deu um longo bocejo. Ele nunca levantava de primeira. Sempre gostava de ficar enrolando com seus pensamentos e imaginações.
      "Hoje vai ser diferente. Hoje vai dar tudo certo", pensou Finn. Seus planos era pedir desculpas para Mills, explicar detalhe por detalhe e finalmente dizer que ele também sente o mesmo que ela. Wolf ficou imaginando a cena, mas a voz de Mills o fez voltar para realiade.
      — Peguei, pai! Não se preocupe, não estou esquecendo nada. Eu te amo, pai! Eu te amo, mãe! Noah, eu amo você. Vou sentir saudades. — dizia a voz que vinha da rua e em seguida o barulho da porta ao fechar.
      Finn levantou da cama e foi até a janela. A única coisa que ele via era um carro e os pais da Millie acenando. Depressa, Wolf desceu as escadas e quase no último degrau, acabou caindo. Não se importou, levantou rapidamente e foi até a porta. O carro já havia partido, mas ainda dava para ver o mesmo se distanciando. Os pais de Millie já haviam entrado em casa.
      Wolf ficou aí parado vendo aquele carro preto se distanciar até não dar para enxergar. Sentiu algo estranho percorrer seu corpo, era como se ele pedisse para correr atrás daquele carro. Mas ao mesmo tempo seu coração acelerado com sua sensação de ansiedade não o deixou mover se quer um músculo. E em seu pensamento só passava uma frase: Ela foi embora.
       Finn entrou em casa e se deparou com seu pai.
     — Bom dia, filho. Foi dar tchau pra Millie? — perguntou enquanto mexia a colher dentro do café.
     — Não deu tempo... aonde ela foi?   — perguntou sem tentar parecer desesperado.
     — Que cara é essa? Parece que viu um fantasma. Ela foi passar um tempo com a avó em Nova York State. Talvez ela se mude pra lá, mas os Sparks disseram que ela virá todo final de semana se isso acontecer. Ainda não é certeza. Vocês não são mais amigos?
     "Talvez ela se mude pra lá..." isso passou pela cabeça do Finn milhares de vezes. O resto ele nem ouviu.
     — Entendi, pai. Preciso tomar um banho, vou sair com os amigos hoje.  — falou já subindo as escadas sem responder a última pergunta do pai.
      Ao chegar no quarto, deitou na cama novamente e ficou pensando no que fazer. Passou horas tentando mandar mensagem para Millie mas a mesma nem respondia, nem visualizava.

      Já era a noite. Wolf ainda estava se sentindo agoniado com aquela situação. Mandou um total de 40 mensagens para Millie e 30 ligações, mas nada dela atender. Então, se levanou e foi direto para a sua gaveta e pegou um pote em que guardava dinheiro. Era o que estava guardando a anos para usar na viagem de formatura com os amigos. Pegou todo o dinheiro, colocou algumas roupas na sua mochila e foi para o banho.
     Finn havia mandado mensagem para Will, Nate, Ryan e Jade falando que estava indo para Novw York.
Assim que saiu do banho e se trocou, começou a ler as conversar.
     "Como assim, Finn?" "Você é louco?" "A sua mãe sabe?" Foram algumas delas. E então ele decidiu mandar mais uma
     "Me encontrem na rodoviária."
     E assim todos fizeram.
    

     Quando Finn chegou, todos estavam encostados no carro do Ryan.  E assim que o viram, começaram novamente as perguntas.
     — A Millie foi para a avó dela e talvez não volte. Eu vou atrás dela, mas preciso que alguém me ajude com o endereço. Jade, por favor! Você me ajuda?
     — Avó? Como assim? Ela não me falou nada! — respondeu jade.
     — É eu sei. Preciso dela. Preciso falar com ela. Pergunta o endereço! Diz que quer ir lá, por favor, estou desesperado.
     — Tudo bem... eu vou tentar. — disse pegando o celular — Finn, as mensagens não chegam lá. Ela deve ter me bloqueado. — sua voz tinha um tom de tristeza.
     — Que droga!!!
     — O que estamos aqui? Hoje não tem nem ônibus pra Nova York, Finn. — falou Nate.
     — Como não?
     — Olha alí nas compras das passagens.
     Finn olhou e tinham ônibus que iriam para vários lugares, mas NY não era um deles. Com muita raiva, Finn acabou chutando com muita força o carro do Ryan, o que lhe causou muita dor.
     — Você está louco??? — perguntou Jade quase gritando.
    O cacheado não conseguiu nem ao mesmo responder, estava vermelho e quase chorando enquanto ficava sem colocar o pé no chão.
     — Droga, Finn! Qual é o seu problema? Quer se quebrar todo? — disse Nate.
     — Isso ta doendo pra porra! — disse Finn.
     — Tenta colocar o pé no chão — Ryan.
     Wolf até que tentou, mas mal conseguiu encostar e o pé começou a doer.
     — Não consigo, está doendo demais!
     — Idiota, você quebrou o pé! Entra no carro, vamos ter que ir para o hospital.
    Enquanto Ryan falava, Will e Nate ajudavam Finn entrar no carro. Assim que todos entraram no mesmo, Ryan dirigiu até o hospital mais próximo.

     Estavam todos na sala de espera. Os pais de Finn haviam acabado de chegar. Tiveram uma conversa com médico e ficaram aliviados por não ser nada grave. Mas o cacheado teve que engessar o pé com qual chutou o carro. Logo em seguida, os dois foram até os amigos do Finn e começaram a fazer perguntas.
      — Como assim o Finn chutou o carro? O que aconteceu pra ele fazer isso? — perguntou Matt olhando para cada um deles.
      — Ele ficou nervoso e então acabou chutando o carro com muita força e... — Jade respondeu mas foi interrompida.
      — É a mochila dele? — Anne perguntou já pegando a mochila que estava perto de Will.
     — É sim, Tia Allie. — Will.
      Anne abriu a mesma e derrubou tudo o que tinha nela. As roupas, cuecas, dinheiro, todas no sofá.
      — O que é isso? — perguntou pegando o dinheiro e apontando para as roupas — Ele pretendia fugir de casa?
     Anne fitou os amigos do filho.
     — Ele pretendia fugir de casa? Nem venham dizer que ele iria dormir na casa de alguém aqui com esse dinheiro. Eu quero saber de tudo!
     — Mãe... Eu ía para Nova York, procurar pela Millie. — Finn estava parado na porta segurando as muletas.
      Anne olhou para o filho, depois para Matt.
      — Vamos para a casa. — disse secamente já saindo da sala de espera.
      — Vamos, filho. E vocês... direto pra casa, ouviram? — disse Matt.
      Os quatro fizeram "sim" com a cabeça e Matt e Finn se distanciaram.
      — Caralho! O lobo vai levar uma surra daquelas... — comentou Will. Todos deram risada do comentário de Will.
      

      Chegando em casa, Finn foi direto para quarto. Ja sabia que seus pais teriam uma conversa com longa com ele. Alguns minutos depois, seus pais entram no quarto. Anne já estava um pouco mais calma e Matt continuava tranquilo.
     — O que você ía fazer em Nova York, filho? — perguntou a mãe.
     — Queria ver a Millie.
     — Por quê? Nem é certeza que ela vá morar lá ainda — disse Matt.
     — Porque eu amo a Millie e sou apaixonado por ela.
     Anne e Matt se olharam. Matt não esboçava nenhuma certeza, Já Anne deixou abrir um grande sorriso nos lábios.

(Concluída) O Amor Mora ao Lado (Fillie)Onde histórias criam vida. Descubra agora