Capítulo Sete - Vai Ficar Tudo Bem

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  3:00 AM

     Era madrugada, Millie estava dormindo até que foi acordada por um grito seguido de um choro alto e desesperado.
     — Mãe? — perguntou ainda na cama, com os olhos quase se fechando de sono. Ela ainda não sabia se o grito fazia parte de algum pesadelo ou se era real.
     Mais um grito seguido de choro alto soou pela casa. Ela levantou da cama desorientada pelo sono e escuridão, abriu a porta do seu quarto e a primeira coisa que ouviu foi a voz do sei pai.
     — Eu quero uma ambulância para a casa 011... — Alex estava no telefone no andar de baixo, sua voz era alta e trêmula.
     Ao ouvir "ambulância", Millie despertou totalmente.
     — MÃE? MÃE? — gritava enquanto corria para o quarto dos seus pais.
     A primeira coisa que ela viu foi o lençol branco no chão com uma mancha enorme de sangue. Ela olhou para sua mãe. Allie estava sentada na cama com sangue nas mãos e no meio das pernas. Tinha muito sangue. Seu rosto estava vermelho de tanro chorar, ainda havia lágrimas escorrendo pelo seu rosto.
     — Mãe... — falou com a voz falha. Millie não sabia o que fazer. No momento que viu sua mãe naquela situação, entrou em choque, nem piscava.
     — Filha, por favor, saia do quarto! — falou enquanto apontava para a porta com sua mão coberta de sangue.  
     Millie não se movia, nem mesmo escutava a sua mãe, seus olhos não desviaram daquela enorme poça de sangue. Tudo o que passou em sua cabeça era seu maior pesadelo: perder sua mãe. Esse pensamento tomou conta da sua mente e corpo.
     Ao ver a sua filha sem reação, Allie gritou pelo Alex. Assim que ele chegou no quarto, sua esposa desmaiou.  
     Millie viu a sua mãe desmaiando começou a gritar por ela.
     — PAI! A MAMÃE MORREU, A MAMÃE MORREU! — gritava sem parar.
     Chorando, tentou abraçar a sua mãe mas os paramédicos chegaram e passaram na sua frente.
     — Vamos, ela está desmaiada, perdeu muito sangue! Cuidado com a barriga, sem fazer movimentos rápidos demais. Com cuidado, não podemos arriscar mais a vida do bebê. — a fala era rápida demais.
     — Ela está com quantos meses? — perguntou um dos paramédicos olhando para Alex.
     — Sete meses — respondeu. Estava quase chorando, mas pensou na Millie. Ele precisava ser forte nesse momento. Alex tentou se acalmar para poder tranquilizar a filha que chorava descontroladamente assistindo a cena do socorro.
     — Filha, Millie, olhe para mim! — disse Alex segurando o pequeno rosto da menina. Assim que ela olhou, Alex começou a falar olhando nos olhos dela,— eu preciso que você se acalme, tudo bem? Olhe pra mim! A sua mãe não morreu, ela perdeu muito sangue e desmaiou, mas vai ficar bem, filha. — ele falava com calma.
     Millie começou a respirar fundo, mas lágrimas ainda escorriam pelo seu rosto. Mesmo assim, consentiu com a cabeça.
     — Pegue seu casaco, vamos para o hospital com sua mãe, tudo bem? — sua fala era mansa, isso deu um pouco de calma para Millie.

     Alex estava muito preocupado, mas não deixou a filha ver isso em seu rosto. A pequena que ainda chorava, correu até o quarto, pegou seu casaco e voltou para seu pai. Os paramédicos já estavam descendo a escada com a maca, Allie ainda parecia desmaiada.

✥✥✥

     Com a sirene da ambulância, diversas pessoas da vizinhança acordaram. Algumas até saíram de casa, todos muito preocupados.
     Finn também acordou. Desceu correndo as escadas e foi pra rua mesmo de pijama. Os paramédicos estavam saindo da casa com a maca e Alex e Millie estavam logo atrás.
     — Ei!! Finn! — era Matt, pai do Finn. Ele havia chamado o filho pela janela do carro e logo saiu do mesmo — Entre no carro, Finn! — disse.
     Finn obedeceu, imaginou que o pai fosse oferecer ajuda para a família da Millie. Ele acertou, Matthew foi até Alex.
     — Sou Matthew, pai do Finn — estendeu a mão para Alex, eles se cumpimentaram — Nossos filhos estudam juntos. Posso ajudar em alguma coisa? Posso levar a Millie para hospital, se quiser. Já tirei o carro da garagem — disse olhando pro carro e voltou a olhar para Alex.
     — Me chamo Alex... conheço o seu garoto. — ele nem pensou duas vezes. A ajuda do Matt não poderia ter vindo em melhor hora. Millie não poderia ir na ambulância, ela não estava bem pra isso. — Eu agradeço, muito. — Alex se virou para Millie — Mils, você não poderá vir na ambulância, mas vamos nos encontrar no hospital, tudo bem? —  beijou a cabeça da filha.
     Millie consentiu, mas suas lágrimas  ainda caíam pelo seu rosto.
      — Vai ficar tudo bem, eu prometo. — disse Alex enquanto secava as lágrimas da filha. Beijou demoradamente a testa da pequena. — Obrigado — disse novamente olhando para Matt.
  Logo se distanciou e foi para ambulância.

     Matt, colocou a mão carinhosamente nos ombros da pequena menina e ambos caminharam até o carro.
    

(Concluída) O Amor Mora ao Lado (Fillie)Onde histórias criam vida. Descubra agora