Capítulo Vinte - Fútil e Inútil

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     O sinal do fim da aula tocou. Millie e Jade saíram da sala e caminharam até o corredor aonde ficam os armários. Muitas pessoas olhavam para Millie e Jade, o que deixou a pequena Mills muito desconfortável.
     — Jade, tá percebeu que as pessoas estão nos encarando? — perguntou enquanto guardava alguns livros no armário.
     A loira olhou em volta e depois voltou a olhar para Millie.
     — Deve ser por causa da festa, de termos saído cedo ou... você sabe. Algumas pessoas notaram que você estava chateada.
     — Eu odeio isso. Pelo menos no meu outro Colégio a maioria nem sabia da minha existência.
     — Ah Mil, jajá isso passa! Vamos encontrar os meninos pra lanchar com a gente. Preciso fazer uma lição de Biologia que acabei esquecendo — revidou os olhos e depois riu.
      — Claro que esqueceu, vive num planeta chamado Nate! — as duas deram risada.
     As duas terminaram de guardar as coisas e estavam a caminho do refeitório. Um menino passou com alguns amigos e ele mandava beijos pra Millie enquanto todos riam. Jade e Millie se olharam e acharam estranho. Logo depois duas garotas passaram perto delas novamente. Estavam de braços dados e enquanto uma falava, a outra só ria.
     — Deve ser tão triste um amor não correspondido! — uma delas falou olhando para Millie enquanto se afastavam.
     A maioria das pessoas estavam olhando para Millie. Algumas seguravam papéis e enquanto liam o mesmo, davam risada e outras poucas, bem poucas, ficavam entristecidas.
     — O que tá acontecendo? — Millie perguntou para a Jade.
     — Eu não sei... — respondeu e depois roubou o papel de um menino que passava ao seu lado.
     Jade começou a ler o papel e sua reação não era das melhores. Ela ficou com raiva, cerrou os dentes  e amassou o papel, foi em direção a lixeira e estava prestes a jogar o papel amassado quando a Millie o mesmo.
     — Millie, não lê isso. — pediu.
     Sparks ignorou a amiga e abriu o papel amassado. Quando começou a ler a primeira linha, já sabia o que se tratava. Entrou em choque, não conseguia mais ler. Ficou parada aí com o papel na mão.
      — Mills, nós vamos resolver isso. Vamos encontrar a Amber. Ela vai pagar caro.
      — Meu diário — sussurrou — Amber? — perguntou confusa.
      — Você vai saber de tudo, mas vamos achar a Amber primeiro. — falou enquanto puxava a amiga em coração ao refeitório.
      Pelo caminho até o refeitório, haviam vários papéis pelo chão. Tinham várias páginas e não eram todas iguais.
      Chegando no refeitório, encontraram a Amber rodeada de pessoas, conversando e dando risada enquanto suas amigas distribuíam os papéis.
      — Amber! — gritou Jade.
      Amber virou para Jade e ainda sorria.
     — Sabia que você ía aparecer. Sempre protegendo os mais fracos.
      — Ajudo as pessoas, diferente de você que vê todos como ameaça.
      Com a fala da Jade, Amber desfez o sorriso.
      — O que você e a garota nerd e sem graça querem? Não gostaram do diário?
      — Por quê você fez isso? — Jade perguntou.
      — Para essa idiota parar de roubar namorado dos outros, não passa dia uma vadiazinha de Nova York se jogando para o meu namorado.
      Millie passou na frente de Jade e começou a falar. Sua mão tremia, mas ela precisava falar algo.
       — Eu nunca fiz nada para o Finn e nem para você. Por que fez isso, Amber? É por isso que nunca tive vontade de me misturar com pessoas como você. Vazias, inúteis. — Millie estava nervosa, em seus olhos haviam lágrimas que estavam prestes a cair.
      — Você não se mistura com pessoas como eu? — deu uma risada irônica — Ah, que bonitinha. Pessoas como eu nem conhecem pessoas como você. Aliás, ninguém te conhece. Quem era Millie no outro colégio? Uma garota invisível, desprezada, odiada ou apenas um espaço desperdiçado no livro anual? Aqui você é tudo isso.
       Amber se virou para as pessoas que estavam em volta e começou a rir.
     — Imaginem que o Finn ficaria com essa sonsa depois de namorar comigo? Sonhando com o meu namorado e escrevendo sobre ele. — começou a rir ainda mais alto e se virou para Millie novamente — Você não passa de fardo para todo mundo.
      Os olhos da Millie começaram lacrimejar ainda mais e ela tentava segurar o choro.
      — Awn, vai chorar, vai? — perguntou Amber.
      Na hora, as lágrimas da Millie escaparam e virou para trás com a intenção de fugir, correr daquele lugar. Mas assim que ela virou, Finn o abraçou rapidamente. Ele acabara de chegar no refeitório, assim que soube o que estava acontecendo, foi correndo para o lugar. Wolf abraçou a Millie bem forte e ela estava encolhida em seus braços.
     — Está tudo bem, Mills. Vai ficar tudo bem... — sussurrou — Me espere lá fora, por favor. — sua fala era bem calma.
      Millie não disse nada, apenas saiu do abraço do Finn e Jade foi até ela para ajudar. As duas saíram do refeitório juntas. A pequena que ainda chorava não olhou pra ninguém.
     Finn respirou fundo e olhou para a Amber com firmeza. Agora já não havia ninguém rindo, estavam todos sérios.
      — Isso que dá terminar comigo só por causa de uma pentelha. — Amber falou, sorriu e olhou para todos em volta, mas ninguém sorria de volta e ela ficou extremamente sem graça.
      — A maior culpada do nosso término é você. Quem me traiu e não teve respeito, foi você. Quem mentiu e mente o tempo todo, é você. Tudo é você.
     — Então a Millie... — começou a falar mas foi interrompida.
      — A Millie? O que tem a Millie? Se sente ameaçada por ela não precisar pisar nos outros igual você faz? Ela conquista todas as pessoas em volta dela sem o menor esforço, já você, Amber, sempre precisa se passar por alguém que não é. Quer sempre ser o centro das atenções e eu espero que todas essas pessoas que te seguem por todos os lados descubram a pessoa fútil e inútil que você é. — Finn deu uma pausa e ficou olhando para Amber — Quer falar alguma coisa?
     Finn olhava para Amber e ela começou a gaguejar algumas palavras. Ela finalmente estava sem falas.
     — Foi o que eu pensei. 
     Wolf olhou para todos os que estavam em volta e depois saiu do refeitório da forma mais calma que pôde. Mas por dentro, ele estava se ardendo de raiva da ex namorada.

(Concluída) O Amor Mora ao Lado (Fillie)Onde histórias criam vida. Descubra agora