Entrei na cozinha chamando por Jade e nenhum sinal dela. Entramos em quase todos os cômodos da casa, pelo menos os da parte de baixo. Estava passando por um corredor ao lado da escada. Ao estar voltando, percebi que em meio a correria eu nem liguei para o banheiro com a luz acesa, para mim, ninguém estaria por lá. Voltei a andar devagar até o mesmo. Pensei que veria apenas o banheiro com a luz acesa, sem ninguém, já que nem mesmo Jade respondeu quando chamamos por seu nome diversas vezes desde que entramos, mas não foi o que me deparei. Corri tomando cuidado para não escorregar no sangue que estava por todo o banheiro, ela estava muito pálida, deve ter perdido muito sangue.
— CALLEB!!!
— Oi, achou el... Jade... — corre até ela.
— Liga para uma ambulância! Urgente! Ela perdeu muito sangue, já está pálida, se não levarem ela à tempo você sabe o final da história. — digo tudo muito rápido. Respiro fundo por último para recompensar a velocidade em que falei tudo.
Calleb olhou para mim e saiu do banheiro com o celular na mão. Voltei meu olhar de pena para a moça linda e cheia de vida que conheci ontem no almoço. Pensei, o que levou ela a tentar suicídio? Ela nos parecia tão bem. Me disse que aceitou uma proposta para trabalhar fora, que virou Capitã, que deixou seus amigos e família mas que eles entenderam e ainda apoiaram-na. Por que e como uma jovem como ela sabe esconder tão bem seus problemas pessoais à ponto de ninguém perceber que está prestes a cometer suicídio? Eram tantas perguntas que não davam tempo de respondê-las em mente.
— Hello? Is it from the hospital? Yes, something terrible happened. A friend of mine is all bloody in the bathroom. The bathroom is full of blood, it is pale, the mirror is broken ... Yes, everything indicates that yes. At the address ******** ***** number 1269. (Olá? É do hospital? Sim, aconteceu algo terrível. Um amigo meu está todo sangrento no banheiro. O banheiro está cheio de sangue, está pálido, o espelho está quebrado ... Sim, tudo indica que sim. O endereço é ******** ***** número 1269. — disse mais algumas coisas para encerrar.
Deslizei as costas da mão direita em sua face, pálida e gelada. Posso ter conhecido ela à pouco menos de dois dias, mas a energia que ela tem, o sorriso que ela carrega, quem ela é, ninguém consegue fazer cópia.
— Ela está com...
— Sinais vitais? Poucos. Bem poucos.
— E agora? À quanto tempo será que ela está assim? Ela perdeu muito sangue. Olha esse chão e...
— Calma! Vamos conseguir tirar ela dessa. Eu sei que vamos. Pelo menos... — olho para ela e me levanto. — Tentaremos.
— Eu sabia. Eu sabia que ela estava mal. Foi tudo culpa minha. Ela me dizia que tinha tido pesadelos realacionados à isso e eu só perguntei se ela estava bem e ela respondeu que sim, mesmo sem estar. Eu deveria...
— Dane-se o que você ou ela deveria ter feito. Acontece que ela está quase morta no próprio banheiro. E eu juro que estarei com você nessa. Eu sei que ela tem amigos e família no Brasil, eu sei. Ela precisa resistir. Ela acabou de conseguir um cargo melhor no trabalho, uma vida melhor, eu acho. Ela precisa sobreviver à esse caos que está sua vida.
De repente apareceram paramédicos no corredor. Pediram para que nos retirássemos para poderem pegar o corpo e blá blá blá. Calleb parecia bem preocupado e também assustado.
— Ei... — ele me olha. — Isso não é culpa sua. Nunca será. Ela teve os porquês dela. Ninguém é capaz de saber a dor de ninguém, e talvez o jeito que ela encontrou de se sentir aliviada e longe de tudo isso foi fazendo o que fez. Talvez ela só não queria incomodá-lo.
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O Capitão 2 (Concluído)
RomanceJade se tornou a pessoa que nunca imaginou ser. Depois de provar dos lábios do Capitão e se apaixonar loucamente, ela estava disposta à continuar com esse amor. Após ser escolhida para servir em uma base dos EUA (Estados Unidos da América), não soub...