- Sim, claro, eu aceito. - sorrio.
Selamos nossos lábios e olhamos nos olhos um do outro. Bem no fundo. Onde havia verdades. Passamos um tempo rindo e conversando, mas, parecia que tínhamos nos conhecido a um mês atrás. Estávamos com vergonha um do outro, era até engraçado. Depois disso entramos em seu carro, que estava dali a uma rua, e então voltamos para casa. Eu acho que as pessoas estão me achando uma louca, eu sorria para tudo e todos que estavam nas ruas em que a gente passava de carro.
- Quando vai voltar ao médico? - olho para Jake Dornan, que estava dirigindo.
- Amanhã mesmo, às duas da tarde. O Delegado deixou eu faltar para a consulta. Aquele médico só tinha horário sexta, de tarde, ainda por cima. E você sabe, ele que está responsável pelo meu caso desde que perdi a memória, e é o único neurologista que eu confio.
- Sim, eu entendo. Fez bem.
- Ei, você realmente não se importa sobre eu ter perdido a memória?
- Não, eu já disse que não. Não tem porque.
Mais tarde...
Acordei com uma baita dor de cabeça. Não que o sol já tenha nascido e que seja hora de eu acordar, deve ser em torno das duas e meia da manhã. Com a luz do abajur eu consegui ser guiada até a porta. Girei a maçaneta com cautela, por mais que eu quisesse abrir aquilo imediatamente e sair correndo atrás de água. É, na última ultrassom que eu fui eu tirei algumas dúvidas com o médico. Uma delas foi se eu podia tomar algum tipo de remédio de dor de cabeça, já que eu tinha muita, ele respondeu que sim, e agradeceu por eu ter perguntado, assim ele prescrevia os mesmos ali na hora. Lembro bem quando ele disse que dipirona pode solucionar o problema. Aspirina NUNCA deve ser usado para dores em uma gestante. Pelo menos, não, nos primeiros três meses. Pode afetar o desenvolvimento do bebê. E também não pode nos últimos três meses, algo assim, não tem uma explicação exata, mas não é indicado, pode dar uma complicação. Mas ele disse que, na dúvida, para eu beber pelo menos 1 litro de água dentro de vinte minutos, segundo ele, poderia melhorar a dor de cabeça e também não faria mal ao bebê.
Por mais que ele tenha receitado dipirona e ter dito que não faria mal algum, desde que fosse prescrito por algum médico, eu não arriscaria tomar remédios. Eu tenho dor de cabeça quase todos os dias, se eu tomar remédio toda vez que eu fico com dor de cabeça eu tenho certeza que o "seguro" se tornará algo fatal.
- Está tudo bem?
Ele aparece com uma cara de sono, um pouco preocupada também. Estava apoiado com um braço na parede, e parecia cansado. Eu deveria estar igual uma louca bebendo água desesperadamente, claro, se eu estivesse como eu imaginava.
- Desculpa te acordar, eu estou com dor de cabeça.
- E já tomou remédio?
- O médico disse que água poderia aliviar a dor de cabeça e também os outros sintomas na gravidez. Eu acho melhor poupar remédios por enquanto.
- Tudo bem. Se alimentou bem hoje? - por mais que eu mentisse, ele não ia acreditar, eu sabia que não. - Jade, você sabe o quanto essa criança pode ser afetada com a falta da sua alimentação correta.
- Sim, eu sei.
- Eu vou hoje mesmo na Delegacia conversar com o Delegado e dizer que você não irá trabalhar mais e...
- NÃO! Quero dizer... Eu gosto de trabalhar. Me sinto bem. Não sei o que aconteceria comigo ficando vinte e quatro horas por dia dentro dessa casa sem fazer nada de interessante.
- Ok, então vou pedir para que ele te deixe entrar mais tarde todos os dias e te dar folgas concretas, pelo menos um ou dois dias na semana. Tudo bem?
- Está bem. - suspiro. - Volte a dormir, daqui a pouco eu volto para a cama.
- Tem certeza de que está bem?
- Sim, pode ir.
Ele se aproximou e selou nossos lábios. Jake já tinha voltado para o quarto, enquanto eu continuei bebendo aquela água do copo. Me deitei um pouco no sofá e fiquei assim por um bom tempo. Bebo mais alguns copos de água, fui ao banheiro e depois voltei para o quarto. A dor de cabeça já havia aliviado bastante.
De manhã... 22/06
Jake não estava mais ao meu lado. Senti falta daqueles lábios. Eu queria beijar ele a cada segundo, isso estava se tornando até um problema. Por mais que o dono não esteja em casa agora, o perfume dele continua intacto no colchão. Eu estava determinada; hoje eu iria contar quem é o pai do meu filho para ele mesmo. Eu acho que ele merece saber.
Me levantei, calcei meus chinelos e entrei no banheiro. Escovei os meus dentes, fiz minhas higienes, pronta para tomar meu café da manhã. Eu não sabia exatamente a hora que era, mas eu sabia que estava muito atrasada e que tinha perdido o meu dia de trabalho, tendo que inventar uma ótima mentira para contar amanhã para o Delegado. Me aproximei da geladeira, quando me deparei com um quadrado amarelo grudado na porta como forma de aviso. Era um post-it.
Bom dia, princesa. Eu espero que tenha acordado bem e que seus enjôos e a sua dor de cabeça tenha passado. Desejo melhoras se isso não ocorreu. Qualquer coisa me liga ou deixa mensagem na caixa se for algo urgente. Eu acho que vou chegar em torno das quatro hoje. Ah, e não se preocupe, já fui na delegacia e já falei com o Delegado. Ele permitiu que entrasse às onze. E disse que qualquer coisa você arrumava a sua tabela de acordo com o que acha melhor para você. Beijos, se cuidem!
Agora me diz se o meu namorado não é a pessoa mais fofa dessa mundo. Vendo assim até parece o mesmo Jake de antes. E, de fato, ele continua o mesmo.
Tomei suco de laranja natural e comi umas duas maçãs. De manhã eu não costumo e nem gosto de comer ou tomar coisas pesadas e que sei que me fará mal mais tarde.
- Vamos passear, garotas? - digo pegando o guia de cada uma delas, chamando a atenção das mesmas. Eu iria dar uma volta com elas pelo quarteirão, acabei de ver no relógio que são nove e dez da manhã, dá para aproveitar esse tempo antes de ir para a delegacia.
Coloquei o guia no pescoço das duas, tranquei o apartamento e desci de elevador até o hall de entrada. Passei pela portaria falando com alguns vizinhos e moradores do condomínio, também com o porteiro, sempre simpático e gentil comigo e com todos ali. Eu estava tão feliz. Aquele ser miúdo que crescia a cada dia na minha barriga me dava forças diária. Eu nunca pensei que essa gravidez, esse bebê, iria mexer tanto comigo. Ele chegou em uma boa época. Logo quando Jake perdeu a memória e eu deveria estar chorando pelos cantos. Claro, eu fiz muito isso, mas meu filho me ajudou a me reerguer.
Ligação On
- Jake?
- Oi, amor. Te liguei porque entrou um policial no meu cargo para pegar os áudios gravados e ficarei alguns minutos sem fazer nada, então resolvi ligar para saber se está tudo bem com vocês.
- Está tudo ótimo. Estou passeando com Penélope e Luna, faz tempo que não faço isso com elas. Mas, e você?
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O Capitão 2 (Concluído)
RomanceJade se tornou a pessoa que nunca imaginou ser. Depois de provar dos lábios do Capitão e se apaixonar loucamente, ela estava disposta à continuar com esse amor. Após ser escolhida para servir em uma base dos EUA (Estados Unidos da América), não soub...