Cap. 49

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— Eu estou bem.

Digo quase num sussurro e saio da sala às pressas.

— Jade! Espera...

— O que você quer? — me viro rapidamente. Até demais.

— Eu só...

Todos nesse momento já pararam de falar ou fazer o que estavam fazendo apenas para observar a briga do Capitão com a pobre mocinha que ajuda ele.

— Queria dizer para eu ir embora grotescamente depois de eu ter te esperando por meia-hora? Não, obrigada, eu já estou satisfeita com sua resposta. — sorrio sínica.

Sem olhar para os lados, para trás, sem saber a reação dele depois que virei-lhe as costas, apenas entrei no carro, rumo à minha casa para pegar as minhas coisas e me mudar de vez para o apartamento novo.

— O que aconteceu?

Era de se esperar uma pergunta dessas depois de eu ter quase acabando com a porta de entrada.

— O Capetão! Aquele idiota! — subi as escadas correndo.

— Calma, fala o que aconteceu.

— Não, Brenda, ele é ridículo! Não sei onde arrumou tanta grosseria. — me sento no fim da escada e desabo.

— Relaxa, ele só está cumprindo com o que prometeu. — toca em minhas costas, se aproximando.

— E isso é bom? Sei lá, eu só achava que ele não iria levar tão a sério assim. Ou não fosse TÃO grotesco. — enxugo algumas lágrimas insistentes. — Por que eu estou chorando por homem? — reviro os olhos, limpando mais as lágrimas.  

— Porque você ainda o ama. E isso não vai mudar. Olhe para mim. — segura meu rosto. — Apenas fique bem, ok? Você não merece chorar por alguém que não deve nem estar pensando em você.

— Eu sei. Bom, vou arrumar minhas coisas. Vou me mudar hoje.

— Eu te ajudo.

— Mas e Tomás?

— Foi passear com o pai.

— Por que não foi?

— Eu tive que ficar para fazer uns últimos ajustes no relatório de hoje. Terminei quase agora.

— É, minha vida profissional também está bem corrida.

— Imagino.

Entramos no meu quarto. Ela pegou as minhas malas em cima do guarda-roupa e as colocou no chão. Fomos arrumando conforme as necessidades. Os sapatos e outros acessórios também foram guardados numa mala mediana.

— E como Lorenzo está?

— Eu sinceramente não sei. — entorto os lábios. — Depois da nossa última conversa, que foi o término, não nos falamos mais.

— É, foi doloroso, mas melhor do que você fingir algo que não está sentindo.

— Sim. Calma, coloca esses sapatos aqui, eles são sensíveis à qualquer coisa.

— E essas blusas? Também são, posso colocar aqui?

— Sim, essas pode. As roupas lá em New York são tão elegantes, porém, darei um pouco à vocês. Nem é frio aqui no Brasil, praticamente. Mas se vocês precisarem, podem escolher entre vocês. — lhe entrego uma sacola grande que eu já tinha separado.

— Nossa, mas são tão lindas, parece tão caras...

— Não, nem foi. Podem ficar com elas. Bom, tem de tudo um pouco. Creio que se eu levasse comigo não caberia no guarda-roupa do apartamento. — risos.

O Capitão 2 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora