Cap. 80

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Jade Williams On

O que? Jake... Meu Deus, é o que eu estou pensando?

- Er...

- Jade, eu sei que sim, quando ficamos você tinha terminado com Lorenzo.

- Jake, você...

- Sim, Jade, eu recuperei a memória. - seus olhos estavam marejados.

- Jake... Eu planejava dizer a muito tempo, inclusive, hoje eu prometi a mim mesma que te contaria. E, sim, esse filho é seu.

Eu fiquei receosa. Tinha cinquenta por cento de chances de ele gostar, e outros cinquenta por cento de ele odiar a notícia.

Em fração de segundos, sinto seus lábios colados aos meus. Por um momento eu senti o Jake que eu conheci lá no Batalhão, como o meu Capitão. Ele realmente tinha recuperado a memória, eu sentia.

- Obrigado... Obrigado, obrigado, obrigado. - ele dizia animado e me disponibilizando um selinho a cada palavra que saia de sua boca.

- Obrigada pelo o que? Na época você odiou a ideia de termos traído sua noiva, até me expulsou de sua sala e me ameaçou. Pode parecer que não, mas suas palavras, seu jeito de falar, me machucaram demais. - olho sinceramente no fundo de seus olhos.

- Eu sei... Eu lembrei de tudo, Jade. Tudo! Eu praticamente revivi o momento em que eu fui totalmente grosseiro e mal educado contigo. Foi como uma pedrada no coração. Eu imaginei o quanto você ficou bolada comigo. Saiba que eu não quis dizer aquilo. Agora tudo faz sentido. Eu inventei aquela briga para você se afastar de mim. Foi errado, mas só assim você ficava longe e eu não teria recaídas ao estar perto de você, porque você não estaria perto de mim. Jade, por que acha que eu disse não no altar, na frente da minha noiva e de todas aquelas pessoas? Tudo se encaixou. Você desapareceu, todos ficaram preocupados, e então Luana disse que tinha perguntado se você tinha feito alguma coisa para eu desistir do casamento. Fernanda endoidou, disse que você estaria arrasada e que tinha ido atrás de mim para me fazer voltar até lá, naquele altar, e continuar com o casamento. Eu fiquei preocupado com o que você poderia estar fazendo e onde você estaria naquele momento. Eu corri para a rua onde deixei o meu carro, à uma hora daquelas você tinha voltado para casa e se afogado nas lágrimas. Foi quando eu senti uma pancada forte e tudo apagou. Acordei no hospital com várias pessoas estranhas na minha frente, me senti sozinho, mesmo rodeado de pessoas. Me senti sozinho por ter perdido a memória. Você me perdoa?

- Perdôo. Claro que perdôo.

- E o namoro continua de pé, não é?

- Não. - fico sem expressão no rosto, como um caminho para ele despistar o que eu estava sentindo no momento.

- O que? Jade...

- Eu estou brincando. - começo a rir da cara de preocupação dele.

- Nossa, quase morri agora. - ele ri, aliviado.

- Eu estava com tanta saudade desse Jake. - abraço ele.

- Eu também... - massageia os meus cabelos. - Eu ainda não acredito na ideia de ser pai.

Ele estava bem emocionado.

- Eu estava com tanto medo de você não gostar da notícia. Ou então, de você nunca mais recuperar a memória e não se lembrar do seu filho.

- Ei, - segura em meu maxilar, fazendo, de alguma forma, eu olhar para ele - eu sempre sonhei em ser pai, e, principalmente, com a mãe sendo Jade Williams. - sorri.

Acabei sorrindo também. Era tudo o que eu queria ouvir.

- Jake, eu estou tão feliz por você ter recuperado a memória. - eu abraçava ele à cada minuto, era algo inevitável.

- Eu estou mais ainda. - sorriu.

- O que os pombinhos tanto conversam?

Nos assustamos, olhamos para o nosso lado esquerdo, era a aniversariante.

- Ah...

- Queríamos um tempo a sós, só isso. - Jake abre um sorriso sem graça.

- Vamos, o pessoal está formando uma roda e cantando músicas.

- Pode ir na frente, já estamos indo. - sorrio sem mostrar os dentes.

Ela assente e sai.

Jake entrelaçou nossos dedos, sorrimos em resposta daquela ação. A casa era bem bonita. Chique, espaçosa, nada que tenha gastado milhões, mas era uma casa linda.

- Oi, querida, está se divertindo?

Era a dona Maria, mãe de Flávia.

- Oi, tia, estou sim. - sorrio.

- Que bom. E você, meu filho, como vai o relacionamento? - Jake me olhou, voltou a admirar a mulher e então a respondeu.

- Vai bem, ela é a mulher da minha vida. - me aperta mais.

- Tão lindos juntos. - seu jeito de falar foi de admiração. - Bom, qualquer coisa me procurem.

E lá vai ela, para dentro da casa com um sorriso no rosto.

- Ei, eu não queria te perguntar isso, até porque, agora foi um momento importante para nós, e para a nossa relação. Deixando claro que eu não gosto mais dela e que eu só pertenço a você. O que aconteceu com a Marina?

- Ah... Ouvi falar que ela foi prestar um concurso para um hospital particular, tipo uma prova, lá na França. E que também estava fazendo um curso, não sei do que. Ela ficou bem abalada, por mais que não parecesse tanto. Porém, ela sempre se conformou que você amava outra.

- Entendi. Eu te amo tanto. - sinto seus lábios aos meus. Retribuo após eles descolarem.

Fomos lá para fora, Ítalo estava com um violão embaixo do braço direito e, com o auxílio do braço esquerdo, segurava o mesmo. Começou com as sifras da música "Tão Natural quanto a luz do dia". Eu já sabia de longe, era uma das minhas preferidas.

- Céu Azul

Charlie Brown Jr.

Tão natural quanto a luz do dia
Mas que preguiça boa
Me deixa aqui à toa
Hoje ninguém vai estragar meu dia
Só vou gastar energia pra beijar sua boca

Fica comigo então
Não me abandona, não
Alguém te perguntou como é que foi seu dia?
Uma palavra amiga, uma notícia boa
Isso faz falta no dia a dia
A gente nunca sabe quem são essas pessoas

Eu só queria te lembrar
Que aquele tempo eu não podia fazer mais por nós

Eu estava errado e você não tem que me perdoar

Mas também quero te mostrar
Que existe um lado bom nessa história
Tudo que ainda temos a compartilhar

E viver
E cantar
Não importa qual seja o dia
Vamos viver
Vadiar
O que importa é nossa alegria

Vamos viver
E cantar
Não importa qual seja o dia
Vamos viver
Vadiar
O que importa é nossa alegria

Tão natural quanto a luz do dia
Mas que preguiça boa
Me deixa aqui à toa
Hoje ninguém vai estragar meu dia
Só vou gastar energia pra beijar sua boca

Eu só queria te lembrar
Que aquele tempo eu não podia fazer mais por nós
Eu estava errado e você não tem que me perdoar

Mas também quero te mostrar
Que existe um lado bom nessa história
Tudo que ainda temos a compartilhar

E viver
E cantar
Não importa qual seja o dia
Vamos viver
Vadiar
O que importa é nossa alegria

Vamos viver
E cantar
Não importa qual seja o dia
Vamos viver
Vadiar
O que importa é nossa alegria

Tão natural quanto a luz do dia

A voz de Ítalo é muito boa, principalmente nessa música.

- Eu lembro de ti.

- Lembra o que? - não entendo o sentido da frase que acabará de sussurrar em meu ouvido.

- Essa música, entre outras, eu só consigo lembrar de você. Eu te amo tanto. Agora eu amo em dobro. Essa criança me deixou tão feliz, tão alegre, você nem imagina. Vou amar tanto.

O Capitão 2 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora