''Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde.
E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fo...
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Adentrei a plantação e comecei a andar reto, seria péssimo se eu me perdesse aqui. Fiquei na ponta dos pés e tentava enxergar algo, até ouvir alguns passos próximos a mim, então decidi seguir o som.
Eu confesso que estou bastante ansiosa, não sei o que esperar dela, e justamente essa sensação de que qualquer coisa pode acontecer me faz ficar tão ofegante. Parece bobo todo esse desespero que arrumei só pra ter uma chance com uma garota que vi de longe em uma calourada, e muito provavelmente isso não vai dar em nada demais, mas pra mim isso tudo é sobre coragem. Muitas vezes temos medo de até mesmo admitir que queremos algo, seja por não nos julgarmos merecedores ou seja por medo da decepção. Mais do que somente coragem pra admitir, é preciso muito mais coragem pra dar a cara a tapa e descobrir se poderia ter sido. Eu realmente gostei da morena maravilhosa, e não gostaria de ir dormir a noite com um '' e se '' por ter medo demais de um constrangimento. Tudo bem, aquela hora eu dei pra trás, dei muito pra trás, passei o maior vexame, mas a culpa é da Dinah que ficou me pressionando, eu ia tomar um ar e ia lá nela, eu juro!
Eu já podia ver seu cabelo mais a frente, ela parecia saber pra onde estava indo. Enquanto a seguia, repetia alguns comandos para minha mente, como um mantra, pra no caso de eu ficar muito nervosa não fuder tudo:
'' Não passa cantada nela, não fala besteira, mantenha a coluna ereta ... Não passa cantada nela, não fala bestei- ''
Ué, cadê ela?
Olhei em volta, estava em uma parte rala da plantação, um círculo parcialmente estreito com uma pequena moita de fenos à esquerda. Esse espaço com certeza foi planejado, pois era a única parte capinada, depois os longos fios amarelados continuavam se estendendo normalmente até onde minhas vistas não podiam alcançar. Ela de fato sabia onde estava indo, isso me deixou curiosa.
-Meus amigos apostaram que você não me seguiria. – A voz dela era rouca e suave, uma delícia igual a dona. Ela pronunciava as palavras devagar, e pude notar um forte sotaque. Gringa. – Afinal, não costuma ser muito seguro seguir desconhecidos para matagais. – Ela me encarava fixamente, mas diferente de minutos atrás, seu olhar era de divertimento. – Ou é corajosa ou realmente está interessada, acertei? – Direta ela, gostei.
-Não sabia que tinha ficado tão na cara. – Sorri pra ela.
-Você é uma gracinha mas não é nem um pouco discreta. – Ela passou a mão nos cabelos, os colocando pra trás.
-Ao que parece não sou a única a ter se enfiado no meio de um matagal sem ninguém ao redor com um desconhecido, então tenho a impressão de que também não sou a única realmente interessada aqui. – Falei sorrindo de canto e arqueando uma sobrancelha.
