RUN!

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'' -Lauren, para essa porra! Você vai se machucar! – Uma voz feminina gritava desesperada.

A câmera estava focada em uma jovem garota vestida de noiva; ela pilotava uma lambreta vermelha e carregava desajeitadamente consigo um bezerro de pelos brancos. Seu vestido estava rasgado na altura das coxas e completamente amarrotado; sua maquiagem estava borrada e não usava calçado algum. Era perceptível seu estado de embriagues, assim como o das ocupantes do carro que a seguiam de perto.

-Não, Ashley! Vou ir ser feliz com o Geraldo! – Respondeu emboladamente, acelerando mais a lambreta.

-Ser feliz onde caralho? A vaca da mãe dele tá lá chorando no curral! Não se torne um monstro, Lauren! Devolva essa criança! – Era possível ouvir uma sirene ao fundo.

-Jesus Cristo, essa foi muito ruim! – A voz que segurava a câmera exclamou rindo. – Lauren, se você parar a moto agora, prometo não mostrar o vídeo que tô fazendo para os seus filhos no futuro!

-Não caio mais nessa de promessa, Veronica! Meus pais também prometeram me buscar no orfanato, e você sabe que eles não buscaram! Do mesmo modo que o One Direction prometeu voltar, mas todos sabem que isso não vai acontecer! – Gritou de volta, concentrada na estrada a frente.

-Policia de Nova York! Encostem os veículos agora! Repito: encostem os veículos!

-Ah, merda! Não acredito que aceitei sair do quarto pra isso! – Uma terceira voz exclamou irritada dentro do carro.

O video foi cortado, na tela, subiu um: PARTE 2.

A garota vestida de noiva aparecia em frente a uma viatura da polícia; tinha dificuldades em manter os olhos abertos. Um policial segurando um bloquinho a encarava com seriedade:

-Que porra você tem na cabeça, garota? Achou que ia fazer um cagaço desse na minha cidade e sair impune? – Perguntou sério.

-Que eu saiba, Nova York pertence ao México, não ao oficial Horan! – Respondeu nervosa.

-Escuta aqui, vo-

-Calma, senhor policial! Não leve a sério o que ela diz, ela está bêbada e juro te-la visto fazendo uso de drogas! – Uma garota loira apareceu se enfiando entre Lauren e o policial. – Estou no segundo período de direito, e como advogada da suspeita, digo que não pode prende-la! – O rapaz arqueou uma sobrancelha, como se pedindo para moça continuar. – O senhor não sabe ainda, mas a lambreta usada pela suspeita sequer a pertence! É de propriedade de um entregador de pizza que por acaso esqueceu as chaves no veículo! E que vergonha a sua! A garota nem tem licença pra dirigir, como espera que ela saiba as normas do trânsito?

-Jura que a senhora está tentando ajudar?

-Seu fascista! – Gritou enfurecida. – Racista, xenofóbico, machista e corrupto de merda!

-A senhora está presa por desacato a autoridade e calúnia! – Disse bravo, pegando um par de algemas.

-Então vai me dizer que é policial e não é fascista, racista, xenofóbico, machista ou corrupto? Se não todos os intens da lista, nem sequer umzinho? – Negou indignado. – POSER!

-Já chega! Não quero ouvir uma palavra de vinda de vocês até chegarem a delegacia! – Um outro policial que acompanhava a cena um pouco mais afastado, agarrou o pulso da morena, tentando algema-la, enquanto o oficial Horan tentava fazer o mesmo com a loira.

-Mete o pé no retrovisor desse cuzão, Keana! – A garota vestida de noiva se debatia, tentando a todo custo fugir, assim como a loira. – Isso é um absurdo! Conheço meus direitos, minha mãe paga minhas contas em dia!

Tongue TiedOnde histórias criam vida. Descubra agora