CAPÍTULO 12

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— eu não vou falar nada pra ele, mas você vai ter que me explicar. -me olha sério.
— explicar o que?
— vamos para um lugar mais calmo, preservado, lá a gente conversa.
Não respondo. Ele liga o carro e segue em frente. Estranho. Primeiro ele vai em casa com a desculpa de que quer conhecer os funcionários melhor, agora ele aparece no meu trabalho e diz que quer explicação. Explicação de que? Não devo nada pra ele. Não devo explicação nenhuma! Não é porque é rico e bonito que vai fazer o que bem entender. Bonito? Nem é tão bonito assim. Prefiro o Junior.
— vamos ficar aqui neste motel, mas pode ficar despreocupada que não vou te forçar a nada. -estaciona o carro.
— que? Pra que se não vamos fazer nada? Quem me deve explicações é você e não eu! -sou grossa. Preciso entender o que está acontecendo.
— vamos entrar. -desce do carro e corre até minha porta.
Abre. Desço sem falar nada e vou andando. Sigo até o quarto 43 e entro. Ele entra e fecha a porta. Paro e fico olhando a ele.
— senta. -diz.
— o que eu estou fazendo aqui se não vamos fazer nada? Eu sou paga pra fazer as coisas não pra ficar de conversinha!
— então quando seu irmão disse que você não é prostituta ele mentiu? -me encara.
— não sou! -digo séria- Eu danço.
— então por que quer transar?
— não quero! Eu quero saber porque você pagou uma furtuna pra vir aqui e ficar de conversinha.
— senta. Vamos conversar. Eu te explico tudo. Prometo.
Olho a minha volta, respiro fundo e me sento.

Maquiagem Borrada - Caio CesarOnde histórias criam vida. Descubra agora