CAPÍTULO 91

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(...)
Nós já estávamos como antes. Nos víamos quase todos os dias, nos falávamos sempre que dava e o bebê já era considerado nosso filho. Caio já havia falado para os pais e Junior aceitado tudo. Eu estava de onze semanas, a barriga ainda não aparecia, mas eu sentia algo dentro de mim e isso me deixava mais ansiosa pra saber o sexo do bebê, decidir um nome, ver o rostinho...
Hoje é quinta-feira, vim para o escritório como todos os dias.
— o Caio vem te buscar hoje? -Francielly coloca uns papéis em minha mesa.
— não... Ele tem uma reunião hoje e não sabe que horas vai sair. Preferiu não me deixar esperando.
— quando vocês vão assumir o namoro?
— a Fran, -rio- ta bom desse jeito.
— namoro é mais sério.
— mas ta bom assim, vai que estrague né.
Ela ri.
— deixa eu ir, me espera em?!
— pode deixar! -sorrio e ela sai.
Todos os dias Caio me buscava, só que saiamos do escritório e íamos pra qualquer lugar, menos minha casa, então não tinha como ela ir com a gente. Ou saiamos comer ou íamos a qualquer lugar namorar um pouco.
— nossa. -passo a mão no rosto tentando fazer minha visão voltar.
De repente me bateu uma tontura, algo que nunca tinha acontecido antes. Respiro fundo e fecho os olhos, deve ser só um mal estar. Coloco uma mão na barriga e Respiro fundo novamente. Sinto algumas pontadas na barriga. Meu Deus, o que é isso? Me levanto com um pouco de dificuldade, pego minhas coisas e vou até a sala de Francielly.
— Fran, eu preciso sair, você pode cuidar das coisas pra mim? -tento esconder a dor.
— aconteceu alguma coisa? Você está bem.
— estou. -forço um sorriso- Só estou com um pouco de enjôo. Vou passar no hospital e depois vou pra casa.
— não quer que eu vá com você? Eu vou.
— não precisa. Eu já estou indo. Depois a gente se fala.
•• CAIO ••
Saio da reunião e olho meu celular, sentia ele vibrar enquanto estava nela, mas não podia atender, era uma reunião muito importante. Cinco ligações de Junior. Rapidamente ligo para ele novamente.
— oi Junior, desculpa não ter retornado antes, estava em reunião. Aconteceu alguma coisa? -digo logo que ele atende.
— você ta com a Beatriz? -parecia aflito.
— não, nem falei com ela hoje. Por que? Aconteceu alguma coisa?
— eu to ligando pra ela e ela não me atende. Já era pra ela estar em casa a tempos, mas até agora nada.
— já falou com a Francielly?
— ela passou mal no serviço, disse que ia ao médico e até agora não voltou.
— passou mal? -começo a me preocupar- Ela não falou onde ela ia? O hospital? Nada?
— não! Ela disse que ia ao médico, não deixou a Francielly ir junto e simplesmente sumiu. Ja liguei pra todo lugar que ela poderia estar, mas ninguém a viu.
— eu vou atrás dela! -pego a chave do carro.- Eu vou encontrar ela.
— eu vou continuar procurando, qualquer notícia você me avisa.
— pode deixar!
— encontra minha irmã, Caio!
— vou encontrar! -entro no carro e desligo o celular.
São oito horas da noite, onde ela poderia estar essas horas? Beatriz não sai com ninguém, não tem muitos amigos que o Junior não conheça. Cadê ela? Cadê o meu filho? Se ela passou mal no serviço deve ter ido pra algum hospital próximo dali. É pra lá que eu vou!
Ligo o carro e vou. Reviro o bairro atrás de um hospital, um P.A. ou qualquer coisa que pudesse atende-la, mas ali era um bairro só de comércios e não tinha nada. Ligo a ela e o celular cai na caixa postal. Tento de novo, mas de nada adianta.
- Beatriz, cadê você? -digo para mim mesmo.
Um dia ela me disse que por pior que fosse aquele Pecing, lá era o único lugar que ela conseguia esquecer um pouco da vida pesada e desestressar.
— não pode ser... Será?

Maquiagem Borrada - Caio CesarOnde histórias criam vida. Descubra agora