— é Beatriz, fica. Só hoje, vamos comemorar. -implora Junior.
Suspiro.
— só hoje! -relaxo, olho a Caio- Mas não se acostuma, você não vai me levar todos os dias.
— tudo bem. -ri.
Ficamos conversando, os três, até dar minha hora e eu realmente ter que ir.
— Tchau Ju, até amanhã. -me despeço e saio.
Entramos no carro.
— obrigada. -digo a Caio.
— pelo o que? -estranha a pergunta.
— pela promoção dele.
— eu não fiz nada. -ri- Ele realmente é bom. Só estava na hora certa e no lugar certo.
— mesmo assim, obrigada. -sorrio.
— por nada, então. -sorri.- Posso fazer uma coisa?
— o que?
Ele se vira a mim, com o corpo. Apóia uma mão em minha perna e a outra leva em meu rosto, vai se aproximando.
— não. -digo baixo virando um pouco o rosto.- Eu não me sinto bem...
— você ainda me vê como um cliente? -retira a mão de meu rosto.
— você é patrão do meu irmão.
— não, eu não sou patrão do seu irmão. Patrão do seu irmão é a minha mãe, eu só sou um filho curioso que vai curiar a vida dos funcionários, só isso. E eu não estou aqui como aquele Caio, o cara que você conheceu por causa da empresa, eu tô aqui como Caio Cesar, um menino de 19 anos que está descobrindo a vida.
— eu não conheço esse Caio Cesar que você está falando.
— então se permita conhecer. Ele não é um monstro, eu te garanto. -dou um pequeno sorrio e abaixo a cabeça. Ele está me deixando sem graça.- Ei, -ergue meu rosto com as pontas dos dedos, fazendo com que eu olhe em seus olhos novamente- deixa eu te mostrar que no meio desse mundo difícil, tem coisas boas. Que no meio dessa vida, nós também precisamos de um descanso, de uma distração. Deixa eu ser a sua distração.
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Maquiagem Borrada - Caio Cesar
Fiksi PenggemarAbandonados pelos pais aos 15 anos, você e Junior, seu irmão de 13, se mudaram para São Paulo em busca de uma vida nova, sozinhos, apenas com o dinheiro que os restavam. Encontraram uma casinha abandonada e se apossaram dela. Os anos foram se passan...