CAPÍTULO 37

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— nada, estou normal. -sorrio.
— pode se trocar sem pressa, não chegou ninguém ainda.
— ok!
Ele sorri e sai. Acho que a minha simpatia passou pra ele. Me troco e me maquio, sem pressa.
— 5 minutos e eu quero todas no palco! -escuto ele gritar.
Dou meus últimos retoques e saio do camarim. Bebo um gole de whisky e entro. Danço por mais ou menos duas horas, até Fabrício me chamar.
— sua companhia chegou. -sorri- Venha!
Vai andando em minha frente, acompanho.
— se divirtam!
Sorrio e vou andando. Com as mãos em minhas costas me guia.
— demorou hoje. -digo- Achei que nem viria mais.
— tava vendo você dançando, lá do fundo. -entramos no carro- Estava linda. -me olha sorrindo.
— obrigada. -sorrio.
Ele liga o carro e vamos. Entramos no mesmo motel e mesmo quarto. Entro e me jogo na cama, duas horas dançando não é a melhor coisa do mundo.
— aconteceu alguma coisa de diferente hoje? -se deita ao meu lado.
— naquele lugar? Fabrício estava simpático. -olho ao teto.
— ele é muito grosso?
— muito!
— ele já te obrigou a fazer alguma coisa?
A dois anos atrás, quando eu comecei, eu era muito inocente. Por mais que já tenha passado por milhões de coisas, por mais que eu vivia sozinha e tentava construir uma vida nessa cidade enorme, eu era muito inocente. Nunca tive um suporte pra conversar comigo sobre certas coisas, coisas que os pais costumam conversar com os filhos, mas que eu tive que descobrir tudo sozinha.

Maquiagem Borrada - Caio CesarOnde histórias criam vida. Descubra agora