CAPÍTULO 9

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CAIO
Os dias foram se passando e cada dia eu ia em uma boate em Tatuapé. Precisava descobrir em qual delas Beatriz trabalhava. Hoje vou em um puteiro, como diz Breno. Ele que me indicou e deu certeza que é lá que ela trabalha. Não sei como ele sabe, mas vou arriscar. Coloco uma calça jeans preta, uma camiseta branca e uma jaqueta preta por cima. Calço um sapato e estou pronto. Pego dinheiro e vou. Estaciono o carro em uma rua que diz ser o estacionamento do lugar, claro que não confiava, mas é melhor não arriscar colocar em outro lugar. Desço do carro e entro no lugar. Uma porta pequena se abria para o paraíso. Eram muitas mulheres dançando, uma mais linda que a outra. Também havia muitos homens olhando, a maioria deles aparentava ter mais de 30 anos, só eu com 19. Também, 500 reais para entrar nesse lugar não é qualquer um que paga. Mas chega de pensar besteira, preciso encontrar ela.
Me sento em uma mesa próximo do palco principal, onde ainda não havia ninguém, e peço uma garrafa de whisky. Me trazem rapidamente e ali fico bebendo e vendo aquelas mulheres dançarem.
— com vocês: a pantera da noite! -anuncia no microfone.
Então, todos se levantam e começam a bater palmas e gritar. Parecia um show musical. E eles pareciam animais esfomeados que nunca viram uma mulher na frente. Uma menina, com mais ou menos a minha idade, sobe no palco principal e começa a dançar. Vestia um shorts preto brilhante que vinha com um rabo, um bustiê preto cheio de brilho e uma máscara de pantera que cobria os olhos. Essa pode ser que seja ela, mas como vou saber? Ela mal olha para os homens, só dança. Alguém precisa tirar a máscara dela, preciso ver seu rosto! Me levanto e vou bem próximo a ela. Quando ela abaixa falo.
— tira a máscara, deixa eu ver seu rosto.
Ela mexe a cabeça fazendo sinal de não e volta a dançar.

Maquiagem Borrada - Caio CesarOnde histórias criam vida. Descubra agora