CAPÍTULO 70

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— óbvio! -me levanto- Seria de quem? -começo a andar.
— mas Beatriz, você me disse uma vez que sempre usou camisinha, que você colocava antes de ir para o motel pra não correr esse risco.
— eu faço isso! Só que isso é quando eu trabalho. Eu não sai com ele só em dias de trabalho.
— e você lembra do trabalho e não lembra em dias de folga?
— para Francielly! Eu não sei, eu não lembro. Eu tô com medo. -volto a me sentar.
— medo de que?
— de estar grávida. -passo a mão no rosto.- Eu vou fazer 20 anos, não tenho trabalho, me viro nos mil pra conseguir pagar uma faculdade que é mais caro que tudo e... -respiro fundo- ainda vou ser mãe solteira.
— que mãe solteira, Beatriz? Ela tem pai e nós sabemos muito bem disso. Você não vai esconder essa gravidez!
— eu não vou, mas vai ser em vão. Ele não vai aceitar, estou até vendo.
— vai. E se ele não aceitar por bem, vai aceitar por mal! Tem lei pra isso e você vai ser protegida por ela. Vou estar ao seu lado. Vou te ajudar.
Sorrio, ainda nervosa.
— agora não dá mais tempo, mas amanhã quando você acordar, você vai em uma farmácia e compra um teste, ou se quiser eu faço isso. A gente vê o que vai dar, se der negativo essa preocupação vai em vão, caso contrário, depois a gente vê o que faz.
Passo a mão no rosto como se fosse aliviar minha preocupação, mas nada aliviava.
— vai dar tudo certo, você vai ver. -me abraça.
Já estava dando tudo errado, não tinha como dar certo. Respiro fundo e tento ser forte.
— eu acho que já vou. -me levanto.
— tenta se acalmar. -afirmo com a cabeça- Qualquer coisa me liga.

Maquiagem Borrada - Caio CesarOnde histórias criam vida. Descubra agora