CAPÍTULO 84

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— olha Beatriz, eu sei que eu não devia ter desconfiado de você, mas é que na minha mente tudo se encaixou para que você tivesse outro. Primeiro você estava estranha, depois teve aquela ligação, depois veio o teste, foi muita informação junto e aquilo foi o que eu pensei na hora. Mas eu sei que você não tem outro. Eu confio em você.
Por um instante eu quis sorrir, mas fui forte. Querendo ou não ele me deixou esperando por uma semana e não vai voltar assim, pelo menos não agora.
— era a Francielly.
— mas você não quis me falar, lembra? E ainda foi toda grossa. Minha cabeça foi inventando um monte de coisa, não tive culpa.
— então a culpa foi minha?
— não é isso que estou falando. -passa a mão no cabelo- Beatriz, -pega minha mão que estava vazia- me perdoa? Eu ajoelho se for preciso. -se ajoelha.- Mas me perdoa.
— levanta! -puxo minha mão- Não me faz passar vergonha, pelo amor de Deus.
— me perdoa. -diz ainda ajoelhado- Eu não devia ter falado tudo aquilo, eu errei, eu sei disso, mas eu não aguento mais ficar sem você, eu tô ficando louco! Eu tô irritado, to emburrado, to sem ânimo. Eu preciso de você Beatriz.
— Caio, se levanta. Os vizinhos vão comentar...
— eu não ligo! Podem comentar. Eu me ajoelho todos os dias se você quiser, se assim você me perdoar. Eu tô ficando louco sem você, Beatriz. Eu preciso de você, do nosso filho.
— filho?
— Junior? -falamos juntos e olhamos assustados para eles.
Ele se levanta.
— que história é essa de filho? -me encara.
— o que você está fazendo aqui? Não é o horário de você chegar.
— não muda de assunto, Beatriz!
— uma hora ou outra você ia ter que contar. -diz Caio.
— eu queria contar! -o encaro.- Vem Junior, entra que eu vou te explicar tudo.
Ele entra e Caio vai entrando junto.
— você fica! -o paro com a mão.
— mas eu também...
— você ja fez muita besteira por hoje. Agora chega, né?! -interrompo.
— ele é o pai? -pergunta sério.
— sou! -sorri.
— então ele fica!
— não fica, eu não quero ele aqui!
— eu sou o pai Beatriz!
— ele é o pai, ele fica! E chega de briga aqui fora, vamos entrar porque já está na hora de me explicarem isso.
Não digo mais nada, deixo ele passar e fecho o portão. Entro. Cada um estava em um sofá. Deixo as flores e os chocolates sobre a mesa e me sento no sofá que Caio estava, bem longe dele. Não conseguia nem olhar para seu rosto, só sabia sentir raiva, não sei nem porque.
— anda, eu quero saber tudo! -diz.
— você vai ter um sobrinho. -diz Caio sorridente.
Eu vou matar ele!
— quanto tempo? -me olha.
— um mês, acredito eu.
— e você ia me contar isso quando?

Maquiagem Borrada - Caio CesarOnde histórias criam vida. Descubra agora