CAPÍTULO 2

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Francielly é uma grande amiga. Desde que me mudei para a capital ela que me ajuda. Ela é dois anos mais velha que eu e cursa advocacia, então me ajuda muito com os meus direitos, já que eu não sei nada sobre.
Pego o primeiro ônibus e vou até a estação de metrô. Pego o metrô para Tatuapé e apé vou até o fundo da boate onde "trabalho". Bato na porta e abrem.
— chegou cedo. -diz Jorge, o segurança.- Fez bem, está lotado. Entre se arrumar! -fecha a porta.
Entro sem falar nada e vou direto ao lugar onde ficava as roupas e maquiagem. Fabrício diz que isso é o nosso camarim, pra mim é um muquifo mesmo.
Visto minha roupa, um top vermelho brilhante, uma saia curta e justa preta e um salto preto maior que eu. Passo uma sombra bem preta, um rímel bem forte e um batom vermelho vivo. Me dou uma última olhada no espelho, respiro fundo e tomo coragem.
— olha quem chegou cedo hoje. -Fabricio para na porta.- Tem um monte de cara que veio pra te ver. Vai lá e se mostra. Eu quero dinheiro hoje! -me olha com desejo. Que nojo!
Não respondo.
— olha aqui, -segura em meu braço me fazendo olhar pra ele- hoje eu quero dinheiro. Então você trate de não dar showzinho que da última vez você já me deu muito prejuízo.
— eu já falei que eu não quero que eles encostem em mim! -puxo o braço.
— mas se eles quiserem encostar, eles vão encontar. Entendeu? Eles são clientes, eles que mandam!
— ninguém vai encostar em mim. -digo baixo.
— vai sim! -segura em meus cabelos puxando minha cabeça para trás.- Eles vão fazer o que quiserem com você e você não vai fazer nada. Se você me der prejuízo mais uma vez você vai pagar todo centavo aqui, depois. Agora vai lá e trabalhe! -me empurra para fora.
Respiro fundo e vou.

Maquiagem Borrada - Caio CesarOnde histórias criam vida. Descubra agora