CAPÍTULO 4

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— Beatriz, cheguei. -escuto Junior gritar.- Entre e fique à vontade.
Agora é hora. Respiro fundo para tomar coragem e falar com alguém de porte fino como deve ser. Vou até a sala.
— olá. -sorrio.- Fique a vontade viu, senhor Caio.
— sem o senhor, por favor. -sorri.
Ele olhava para cada canto da casa, reparando em cada detalhe. Provavelmente, vê o como somos pobres e nunca mais voltará aqui. Mas também, não sei porque veio.
— eu vou me trocar. Com licença. -digo saindo.
Vou até meu quarto, fecho as portas e respiro mais aliviada. Ele não parece ser aqueles caras chatos como o meu patrão. Se é que se pode chamar aquele cara de patrão. Meu celular toca. Fabrício.
— fala. -atendo grossa.
— que grosseria é essa comigo? Fale direito!
— fala logo Fabrício, hoje não estou pra conversa. -respiro fundo.
— quero você aqui às nove hoje, entendeu?
— que? Como assim? Eu falei que eu não ia hoje. -eu falei pra ele que eu só iria na próxima semana agora, já estava com dinheiro suficiente.
— Juliana está passando mal e não pode vir. Eu quero você no lugar dela, às nove. Ouviu?
— eu não vou!
— vai, vai sim. E se você aparecer aqui com um minuto de atraso já sabe, né?! Então trate de vir logo. -desliga.
— que ódio! -jogo o celular na cama.
Se ele soubesse da raiva que eu tenho dele, ele... Eu não posso fazer nada. Beatriz, acalma e vai! O ônibus já vai sair e se você atrasar vai ser pior.
Coloco uma calça jeans, uma blusa de manga longa branca, o sobretudo e um tênis. Pego minha bolsa e o celular e saio.
— Ju, aconteceu umas coisas e eu preciso ir, tá? Depois te explico. Tem bolo e café na mesa da cozinha, esqueci de avisar. E fique à vontade Caio, foi um prazer te conhecer. -saio.

Maquiagem Borrada - Caio CesarOnde histórias criam vida. Descubra agora