Sequestro

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O vento uivava calmo naquela noite de quinta-feira, a brisa fria tocava com graciosidade nos longos cabelos loiros do desconhecido. Este voava em um ser bizarro e com partes estranhamente desregulares. Abriu com facilidade a janela do quarto hospitalar e entrou ali com o mínimo de barulho possível.

Deidara observou o corpo dormente de Naruto sobre a maca e sentiu suas feições suavizarem. Se aproximou e tocou levemente na testa fria do gennin, sentindo como a pele parecia estranhamente pálida ao seu ver e em como o garoto estava em paz naquele sono.

Tirou parte do pano fino de cima do corpo jovem e levantou um pouco a camisa esverdeada que Naruto usava, olhando atentamente para o selo negro que se desfazia aos poucos na barriga do loiro gennin. Respirou fundo e ajeitou as roupas finas, desligou os aparelhos hospitalares e colocou o corpo leve no colo. Antes de sair pegou um ramo de flores, lírios brancos, que estavam num jarro com água ao lado da cama.

Levaria como uma última lembrança de Konoha para o loiro.

Saiu do hospital e fechou a janela como se nada houvesse acontecido. Se ajeitou no pássaro de argila e tirou de dentro do casaco negro um manto grosso e vermelho, cobrindo delicadamente o corpo desfalecido de Naruto e colocando-o em seu colo. Guiou sua arte para o esconderijo da organização enquanto mexia distraidamente nos cabelos dourados do rapaz.

Alguma coisa o fez prender em Naruto, para Deidara, ele era como um imã para carinho. E daquele jeito, totalmente desprotegido, o fez ter ainda mais certeza em seguir com o plano de seus companheiros.


* * *


O ser de argila pousou numa construção próxima às redondezas de Amegakure. Deidara colocou o Naruto coberto em seu colo e saiu até uma distância segura, olhou para os lados e ativou sua argila explosiva, deixando com que o barulho da explosão assustasse os pequenos pássaros que por ali voavam. O loiro se remexeu em seu colo, isso era bom: ainda estava vivo.

Correu até o esconderijo da Akatsuki, organização criminosa ao qual fazia parte, e entrou pela passagem secreta. Entrando diretamente na sala de reuniões, uma Konan entusiasmada veio correndo em sua direção, parando ao ver o ser dormente em seu colo.

– Vejo que completou a missão, Deidara-kun. Ótimo trabalho! – sorriu.

– Foi muito fácil, aquela Hokage de Kohona não se deu ao trabalho de colocar uma boa segurança do lado de fora. Entrei pela janela e o peguei, hn. – disse com um sorriso de canto, olhando para as feições adormecidas do gennin.

Rapidamente, todos os membros da Akatsuki se dirigiram para perto de Naruto, olhando atentamente para os mínimos detalhes do loirinho. Itachi ergueu uma sobrancelha, aquele garoto estava bem mais diferente do pirralho que tentou capturar a dois anos atrás. Parecia mais maduro, mesmo que ainda usasse as roupas laranjas.

– Abram caminho. – a voz autoritária de Pain tomou conta do ambiente. – Deidara, o traga até a enfermaria, vou pegar um pergaminho no escritório e depois volto. Precisamos salvá-lo.

Deidara concordou com a cabeça e correu para a enfermaria que havia no esconderijo da Akatsuki, deitou Naruto na maca e viu Konan ligar os aparelhos médicos no corpo do menor. Os demais membros observavam da porta, com esperança de que o plano de Pain desse certo.

Pouco tempo depois, o ruivo apareceu segurando um pergaminho vermelho e de versão única, ou seja, não havia outro desse no mundo. Levantou a blusa de Naruto e olhou por míseros segundos o buraco negro que se abria em sua barriga. Abriu o pergaminho, mordeu seu dedo e despejou um pouco de seu sangue nos escritos em tinta no papel. Fez alguns selos de mão e iniciou o ritual de selamento.

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