Shukaku

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O dia amanheceu em Amegakure de forma melancólica e cinzenta. Pain já realizara o seu jutsu da chuva e os habitantes admiravam as gotas molhadas que caíam sobre o vidro das janelas. Em um quarto mais afastado, um garoto internamente nervoso arrumava suas coisas dentro de duas pequenas bolsas negras.

Os cabelos loiros estavam mais longos agora e batiam dedos abaixo de suas orelhas, seu olho direito azul era frio como o gelo e o esquerdo estava coberto pela bandana de Konoha – claro, com um fundo traço de nukenin no meio do símbolo. Deu um longo suspiro, apertando as bolsas escuras nas laterais de suas calças cinzentas coladas nas coxas.

Vestiu rapidamente o manto negro de mangas arregaçadas até os cotovelos coberto por nuvens vermelhas e fechou pelo zíper cor de sangue. Colocou seu par de luvas negras sem dedos que iam até os cotovelos e estalou o pescoço. Calçou o par de sandálias ninjas escuras. Aproximou-se de seu guarda-roupas e tirou de lá uma mala marrom e quadrada. Abriu-a.

Tirou da mala uma katana longa de punhal negro envolto de finos feixes dourados feitos de chakra da Kyuubi, a lâmina era inteiramente feita de um aço que sugava lentamente o chakra de seu oponente e a arma era guardada numa capa de tecido vermelho com detalhes amarelos.

No decorrer de seu treinamento, o Uzumaki conseguiu ter controle parcial da Kyuubi, que descobriu se chamar Kurama. Seu relacionamento com o bijuu era coberto por altos e baixos, mas o considerava até que um bom amigo.

Batidas na porta foram ouvidas e Naruto deu um sorriso de canto.

– Pode entrar, Deidara-nii-san.

Deidara abriu a porta e sorriu para o garoto de quinze anos. Usava seu manto Akatsuki e o aparelho anti-genjutsu no olho esquerdo. Aproximou-se de Naruto e o abraçou apertado.

– Deve ser difícil para você, Naru-chan. – disse com pena. – Sei que está aqui forçado para proteger Konoha, mas saiba que eu realmente gosto da sua companhia, "otouto", hn. – debochou e bagunçou seus cabelos.

Naruto se afastou um pouco do aperto e sorriu aberto para Deidara. Ele realmente gostava do Nakaiama, eles se entendiam com apenas um olhar, como se eles se conhecessem desde pequenos.

– Eu sei disso, Dei-nii. – suspirou. – Mas pelo menos eu pude conhecer você, Ita-nii e fiquei bem mais forte, além de ter minha surpresinha aqui. – tocou na bandana. – Sem vocês eu sempre teria uma opinião errada sobre a Akatsuki, mesmo que me doa ter que ferir meu amigo, Konoha é mais importante.

Olhou para o anel em seu dedo mindinho. Segundo Pain, tiveram que mandar refazer uma réplica do anel de Orochimaru – que, antes, era membro da Akatsuki – e afiliar o novo anel à estátua para selar as bijuus. O seu anel era de uma cor azul ardósia, escrito "céu"/"vazio" em japonês, e suas unhas foram pintadas de amarelo ouro.

– Ah, eu adoro esse seu jeitinho kawaii, Naru-chan. – piscou. – E você foi um ótimo pupilo da argila explosiva e olha que nem tinha a kekkei genkai, hn.

Naruto sorriu e se soltou de Deidara. Ouviu os resmungos impacientes de Sasori-sama e olhou para o mais velho. Ambos sorriram e riram do jeito fresco do Akasuna, como sempre faziam com todos os outros membros. Eram uma dupla incrível.

* * *

Enquanto andavam na direção da Vila Oculta da Areia, Naruto refletia sobre a reação que Gaara teria ao ver que ele, dado como morto a um ano atrás, estaria na sua frente e sendo um membro da Akatsuki. Oficialmente um nukenin da Folha.

Pensou também em como estaria Sasuke. Contou no calendário e iria completar pouco tempo que o Uchiha saíra de Konoha para ir ficar mais forte com Orochimaru e poder assim derrotar Itachi, ou seja, logo ele teria o corpo tomado para os bens do sannin. Se ele soubesse de toda a verdade, pena que ele não poderia contar nada. Prometera ao mais velho que teria o seu silêncio.

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