Reviver

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Corria rapidamente pela densa floresta repleta de árvores. Havia caído uma garoa leve naquela região faz algumas horas e por isso uma parte dos galhos e folhas se encontrava úmida, regulando a temperatura do local e dificultando sua locomoção devido ao lodo debaixo de suas sandálias.

O falcão marrom que antes estava em seu ombro alçou voo e foi atrás daquele que continha um agradável cheiro de madeira de carvalho, com seus olhos sharingan a ave encontrou Naruto conversando de forma preocupante com Killer Bee a algumas milhas de distância do lugar onde Sasuke se encontrava.

– Maldita Sakura irritante. – resmungou. – Levou bem menos do que merecia. Essa desgraçada, dizia gostar de mim e pelas costas queria roubar aquilo que me pertence.

Há alguns minutos atrás, seu falcão invocado especificamente para vigiar Naruto – até porque Sasuke era alguém precavido e não iria admitir ser corno sem saber – contou-o que Sakura havia se declarado para o Uzumaki, e levado um curto e sério fora do mesmo. Estaria chorando até agora sob o ombro de Rock Lee. Pobre iludido, pensou sem um pingo de pena.

Sasuke não se importava com os outros. Se Naruto estivesse bem e em segurança, nada mais o importaria.

Acabara de sair das ruínas do antigo templo dos gatos que eram adorados por seu clã. O Clã Uchiha, assim como grande parte dos antigos clãs tradicionais, havia se disponibilizado para ser protegido por uma raça específica de animais ninja, no caso, os gatos.

Pedira uma entrega sigilosa de armas ninjas poderosas e um atendimento médico extra, afinal Sasuke não fazia a mínima ideia do que acontecia. Estava totalmente alheio a o que acontecia, só sabia que era algo realmente importante para que Naruto estivesse correndo brilhando em dourado por aí.

Andava na direção que achava dar em Konoha, apesar de não perceber estar correndo na direção contrária ao destino em questão. Contudo tudo não estava perdido, afinal um estranho arrepio tomou conta de seu ser ao sentir uma aura familiar nas redondezas.

Parou abruptamente e fechou os olhos, medindo com concentração aquilo que suspeitava. Estupefato, abriu os olhos e correu para a direita, encontrando um vulto de casaco avermelhado correndo em estado robótico para algum lugar desconhecido. Havia passado por si numa velocidade incrível, mas Sasuke reconheceria aquele chakra de longe.

Correu atrás dele tentando em vão alcançá-lo, até que na metade do percurso o cara pareceu ter encontrá-lo. Virou minimamente a cabeça, mas o Uchiha viu bem o outro par de olhos sharingan olhando-o de forma carinhosa e até mesmo preocupada. Diziam uma mensagem clara:
Você não devia estar aqui.

Sasuke não ligou para o aviso. Se cansara de ficar olhando as suas pessoas importantes morrerem a sua frente e não poder fazer nada. Não era mais uma criança assustada e indefesa, ingênua, que não sabia o que havia de ruim afora das paredes silenciosas do clã Uchiha. Agora ele era Uchiha Sasuke, o último sobrevivente de seu amaldiçoado clã, era um vingador.

E ele não iria desistir de sua ambição. Nunca.

– Itachi! – berrou. – O que está fazendo aqui?

Não recebeu resposta.

– Itachi! – gritou novamente, irritando-se. – Que porra está fazendo? Você está morto!

– Tanto eu como você sabemos que existem outras formas de trazer um morto a vida, Sasuke. – respondeu de forma calma e séria, continuando seu caminho sem olhar para a frente.

Claro! Sasuke se lembrava bem de Orochimaru o mostrando com um bizarro sorriso a técnica que havia aprimorado do Nidaime Hokage, o Kuchiyose: Edo Tensei – Invocação: Reencarnação do Mundo Impuro –, a técnica que consistia em aprisionar a alma de um corpo, antes morto, num novo recipiente ainda vivo, “ressuscitando” a pessoa a qual a alma aprisionada correspondia.

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