Sasuke

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A notícia pegou a todos como uma bomba prestes a explodir. No dia seguinte, Deidara foi buscar o anel do falecido companheiro de dupla, Akasuna no Sasori, acompanhado do recém membro da Akatsuki, Tobi.

Tobi era um cara estranho. Vivia usando uma máscara alaranjada com ondulações na frente do rosto e que só possuía um buraco para o olho direito. Tinha uma voz esganiçada e era bastante engraçado e infantil. Naruto até gostava dele, mas algo dentro dele dizia para não confiar em Tobi.

Desde a morte de Sasori, a mais ou menos uma semana atrás, Deidara vivia trancado em seu quarto. Isolava-se de todos, não comia ou bebia com frequência, não ria, não explodia as coisas e nem cuidava do próprio cabelo – que, para o loiro, era "uma obra de arte a ser cuidada".

Itachi passava bastante tempo tentando convencer o Nakaiama de acordar para a vida, que Sasori estava vivendo uma eternidade de paz, e que ele odiaria esperar para que Deidara fosse feliz. Neste momento, o loiro deu seu primeiro riso e passou a ficar cada vez mais colado no Uchiha.

Com o passar dos dias, Deidara e Itachi começaram a ter um caso. Foi estranho receber aquela notícia, visto que os dois se tratavam como gato e rato e viviam brigando por todos os cantos. Mas Naruto estava feliz, gostava deles e os queria bem acima de tudo.

Naruto estava agora em uma cidade vizinha a Amegakure, em uma parte mais densa e distante da floresta. A bandana estava levantada, pondo em mostra o sharingan no olho esquerdo. Segurava a katana e a usava com maestria, se defendendo dos ataques de Itachi como podia.

– Você evoluiu bastante, Naruto-kun. – disse Itachi. – Posso ver que nossos treinos realmente valeram a pena, acho que você já deve ser capaz de viver a vida se eu morrer.

– Não diga uma coisa dessas, seu bastardo. – grunhiu. – O que seria de mim e de Deidara se você morresse?

Itachi suspirou. Guardou as kunais dentro do manto e se sentou em uma grande rocha coberta por musgos. Desativou o sharingan e tossiu.

– Tanto você quanto Dei sabem que eu vou morrer, nem que seja para Sasuke ou por essa doença. É inevitável o meu destino.

Naruto fechou as mãos em punho e socou a primeira árvore que viu, a deixando com um grande oco no tronco. Respirou fundo.

Itachi havia sido diagnosticado com uma estranha doença faz alguns meses e só agora havia dito para ele e Deidara. Os dois loiros ficaram desesperados e encheram o Uchiha de perguntas sobre a doença. Infelizmente ele não sabia de muita coisa, nem do nome dela, apenas sabia que seu fim estava próximo.

– Eu sei, estou sendo egoísta. – sentou ao lado da rocha. – Mas é que eu me acostumei a viver aqui, com você, Dei-nii e até com Pain. – riu. – Não consigo imaginar uma vida longe de vocês.

– Você se apega fácil às pessoas, Raposinha. – bagunçou seus cabelos. – Entendo como se sente, mesmo eu sendo um espião acabei se acostumando com a companhia deles. É assustadoramente familiar, sabe, eu me sinto em casa aqui.

– Sei como se sente. – sorriu. – Ita-nii, você sente falta de Konoha?

Itachi suspirou e focou seu olhar em algo translúcido no horizonte. Ah, como ele sentia falta da Vila Oculta da Folha, de seus pais, seus amigos, sua namorada irritante – talvez nem tanto assim – e de seu irmãozinho tolo. Entretanto, tinha que aceitar que Konoha não era mais seu lar. Ele era um nukenin, um Akatsuki agora.

– Sinto, eu nasci e cresci lá na Vila da Folha. Eu sinto falta de tantas coisas que queria voltar lá apenas para ver de longe, mas não posso. Os aldeões me odeiam, e Sasuke também.

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