Surpresa

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Resmungou e tentou levantar-se, sentindo um par de braços fortes agarrando apertadamente a sua cintura. Com uma leve dor aguda nos quadris, Sasuke bocejou longamente e piscou os olhos freneticamente, acostumando-se lentamente com a claridade que invadia seus escuros olhos dormentes.

Olhou para o rosto sereno e calmo de Naruto, ressonando angelicalmente a cada intervalo de segundos, e depois para o quepe que ainda estava em meio aos fios loiros. Corou fortemente ao lembrar de cada ação sua, das palavras sujas e de tudo o que não faria normalmente. Sentiu vergonha.

Porém apesar da enorme vergonha que invadia o seu orgulho, Sasuke não podia negar que havia adorado a sensação masoquista do ato de amor consagrado na tarde anterior.

– Hn.

Sorriu de canto ao ver Naruto esfregando infantilmente os olhos e bocejando rouco, acordando vagarosamente e fazendo um bico ao ver que Sasuke já estava acordado antes de si.

– O que foi, Naru-chan?

Sasuke gostou tanto de chamá-lo assim que não queria parar. Era mais fofo, íntimo, não sabia explicar.

– Eu queria te trazer o café na cama, só que eu acordei tarde, ‘ttebayo. – bufou.

Sentiu o calor costumeiro que aflorava em seu peito. Sorriu largo.

– Então vamos tomar café, os dois, juntos. – beijou-o. – Usuratonkachi.

Naruto sorriu grande e pegou Sasuke no colo, mesmo com protestos do Uchiha dizendo que ele não era “uma garota para ser carregada no colo do namorado”. Tomaram banho juntos na banheira do hotel, não passando dos beijos molhados e das mãos bobas passando pelo corpo do marido.

Vestiram-se com yukatas simples, Naruto usava uma laranja com detalhes negros em formato de espirais, e Sasuke, com uma azul escura com o símbolo Uchiha nas costas. Saíram do hotel e dirigiram-se até um restaurante tradicional próximo ao local, sentando-se numa mesa perto de uma enorme janela de vidro que dava visão para as montanhas.

A garçonete sorriu para ambos e pegou o bloco de notas.

– Okaeri! O que vão querer?

Naruto olhou para o cardápio, não notando a garçonete sorrindo esperançosa para o Uzumaki. Sasuke rosnou e arrancou o menu das mãos do loiro, pedindo uma barca de sushis para ambos, enfiando o papel com os pedidos na cara lavada da mulher.

A moça notou as alianças iguais e o símbolo do leque na yukata de Sasuke e suspirou triste, fazendo uma reverência e saindo correndo em direção a cozinha.

O Uchiha cruzou os braços. Bem feito, vai procurar o marido dos outros, baka; pensou, vitorioso.

– Tem certeza que não sente ciúmes, Teme? – riu.

Sasuke segurou seu queixo com o indicador e beijou-lhe lentamente nos lábios. Sussurrou:

– Apenas cuido do que é meu.

Dessa vez foi uma outra mulher que trouxe seus pedidos. Comeram tranquilamente, conversando sobre coisas banais, com Sasuke dando-lhe alguns beijos às vezes para que os cidadãos atirados percebam que Naruto já estava acompanhado – muito bem, por sinal.

Naruto sugeriu para que fossem às termas depois que comessem. Sasuke ganhou no jokempô e pagou a conta. Andaram pelas ruas movimentadas por turistas de Yu no Kuni e acabaram distribuindo alguns autografos para quem os reconhecia, outros apenas se afastavam ao ver o símbolo Uchiha, e o resto apenas observava de longe.

Voltaram para o hotel e pegaram algumas toalhas na lavanderia, se dirigindo para as termas da seção masculina. Ela estaria vazia se não fosse por um cara dormindo no meio das pedras. Naruto deixou sua toalha com Sasuke e saiu, dizendo que precisava ir ao banheiro rapidamente.

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