Corvo

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Sentia a brisa fresca bater sobre seus fios dourados esvoaçados ao vento calmo daquela manhã. Montado em sua águia de argila, Deidara tentava pôr os pensamentos em ordem enquanto Sasori o encarava profundamente, como se quisesse entender o que o seu parceiro tanto pensava para estar avoado daquele jeito.

Deidara sempre fora um idiota imprudente na maioria das vezes, mas sempre se esforçava quando participavam das missões simplesmente por ser o mais novo do grupo e, é claro, para tentar se igualar a Itachi.

O motivo óbvio para toda aquela desconcentração do loiro era o fato de ter que machucar Naruto, Sasori mesmo estava se sentindo mal por isso, mas de longe Deidara era o mais afetado por isso. Ele que praticamente viveu sem família, se identificou naquele Uzumaki problemático e se tornou seu irmão, companheiro para todas as horas e fez parte de sua família.

O Akasuna sabia que tanto ele quando Deidara não conseguiriam encostar num fio loiro de Naruto, mas não se assegurava de nada quando o maldito platinado os comandasse pelo Edo Tensei. Ou seja, as coisas poderiam fugir do controle.

– Deidara.

– Sasori no Danna, hn? – virou-se assustado.
Deidara balançou a cabeça para os lados várias vezes, tentando tirar a imagem dum Naruto morto de seus pensamentos. Ele não conseguiria, se mataria, mas o loiro não iria machucar o Uzumaki. Nunca.

– Pensando no Naruto, não é?

– Me conhece bem, Sasori no Danna, não consigo tirar a culpa da minha cabeça, hn. – suspirou.

Levantou a mão e guiou a dupla de pássaros para o caminho certo, estava tão absorto em seus pensamentos que nem notará estar errando a rota de voo. Seria ainda pior se decepcionasse Madara, não queria se tornar um robô sem sentimentos promíscuos.

– Também me sinto mal, Deidara. Porém temos ordens a cumprir, de qualquer forma, teremos nossos sentimentos corrompidos e desestabilizados. – respirou fundo. – E acho que Naruto não ficaria feliz de te ver desse jeito todo caído.

– Ele me abraçaria e gritaria comigo por estar triste. Sempre foi assim, e sempre era pra ser. – sorriu melancólico. – Maldito Uchiha, acabou com a minha família, fico feliz por tê-lo explodido aquela vez, hn.

Sasori levantou uma sobrancelha. Uma das merdas de ter sido o primeiro a morrer era que não sabia de nada do que havia acontecido, tanto que se surpreendeu ao ver tanto Deidara, Itachi, Kakuzu e Nagato mortos, eles que eram nukenins rank-S e possuíam uma força absurda. Mas infelizmente toda marionete tem sua hora de falhas, assim como todo ser humano precisa morrer algum dia.

– Uchiha? – ergueu uma sobrancelha. – Foi você que matou Itachi?

– Não tenho coragem de matar aquele bastardo. – sorriu. – Quem eu explodi com minha C0 foi Uchiha Sasuke, o otouto de Ita-kun, hn.

Arregalou um pouco os olhos. O pouco que sabia da argila C0 é que era uma lenda fresca que Deidara vinha se vangloriando para si. Considerada sua Kyuukyoku Geijutsu, a “arte final”, a C0 é uma técnica suicida utilizada apenas em situações de emergência, usando seu próprio coração como receptor da bomba. Quem quer quem seja esse Sasuke, deveria ser osso duro para fazer o Nakaiama usar essa técnica.

– Se matou para isso, Deidara? Por que não me sinto surpreso?! – debochou.

– Assim como você, Sasori no Danna, fiz questão de morrer como uma arte memorável, hn. – sorriu.

Deidara olhou para baixo e franziu o cenho quando viu um pequeno grupo de shinobis abaixo de si. Trouxe um de seus pássaros de argila e leu suas informações, suspirando em seguida.

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