Ataque

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Era noite quando os combatentes da Terceira Divisão da Aliança Shinobi descansavam num campo plano repleto de árvores de altas copas, que cobriam boa parte do céu e impediam que a umidade da recém-acabada da chuva os atingisse.

Perto dali os ninjas médicos foram separados e reunidos num único grupo, a Unidade Médica, que era responsável pelo cuidado dos shinobis e samurais lesionados em meio ao combate. Ficavam num lugar estratégico, que fosse de fácil acesso para todas as divisões que precisassem de atendimento médico urgente.

Kakashi estava sentado no galho de uma árvore, lendo seu livro verde do Icha Icha, porém totalmente atento a qualquer sinal de perigo. Ouviu um som ao longe e guardou seu livro, pulou da árvore e caminhou calmamente na direção do barulho.

Gai Might, que estava comendo os restos de seu oniguiri, percebeu as ações do amigo e rival e franziu o cenho. Se levantou e bateu as mãos na roupa verde, estalou os dedos e seguiu Kakashi pelas sombras. Lee fez o mesmo, querendo saber o que seu sensei iria fazer.

– Oi, Kakashi! – chamou correndo ao seu alcance.

– O que quer, Gai? – perguntou tedioso, ainda procurando pelo barulho.

– Vim saber o que foi fazer, Kakashi, não é seu tempo de patrulha.

Kakashi respirou fundo. Chegou em um outro campo, um pouco mais aberto que o outro, e que continha uma estranha névoa que o Hatake já havia visto.

– Está sentindo isso?

– O que? Não sinto nada. – olhou para os lados.

– Essa névoa, não é normal nessa época do ano, e muito menos nessa vegetação.
Gai coçou a nuca enquanto fazia bico. Ele não fazia ideia dessas coisas de geografia, o nerd da sala era Kakashi, mas ele mesmo admitiu que aquilo não era normal. Névoas costumam aparecer em lugares altos e não em florestas, certo?

– Acha que podemos estar sendo atacados? – sussurrou.

– É bem possível, mas parece ser apenas um aviso. – suspirou. – Diga para seu aluno sair do esconderijo.

– Lee! – repreendeu.

O moreno saiu detrás de uma árvore com o rosto um pouco corado, estava envergonhado de ter sido pego ouvindo a conversa dos mais velhos. Era constrangedor.

– Gomen, Gai-sensei. – choramingou.
– Sem problemas, Lee, mas não faça isso de novo. – bagunçou seus cabelos.

Gai gostava tanto de Lee que poderia considerá-lo seu filho, tanto que nem avisou para ele, mas quando a guerra acabasse e eles voltassem para Konoha, os papéis do processo de adoção estavam prontos, apenas esperando a assinatura do sobrancelhudo menor.

De repente, um barulho estranho foi ouvido, atraindo a atenção dos três shinobis presentes. Oito caixões de madeira ergueram-se do chão e se abriram. Kakashi arregalou um pouco os olhos ao ver quem saia dali, finalmente se reencontraram de novo.

De dentro dos caixões, revividos pelo Edo Tensei, estavam Haku e os Kiri no Shinobigatana Shichinin Shuu – os Sete Espadachins da Névoa Sangrenta.

– Parece que nos encontramos de novo, Hatake Kakashi.

O dito cujo olhou-o um pouco assustado, porém sabia que aquele momento algum dia chegaria. Depois de mais de quatro anos, estavam ali novamente, em meio a névoa densa igual aquele dia na ponte. O demônio da névoa oculta.

– Okaeri, Momochi Zabuza.
 

* * *
 


O segundo pavilhão descansava na beira de um riacho circundado por pequenas pedras, enquanto conversavam entre si sobre as estratégias para patrulha, afiavam suas kunais para ataque ou cochilavam sobre a grama fresca.

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