Chantagem

Madara

Sorriu para os inúmeros pares de olhares assustados sendo dirigidos a sua pessoa. Claro que não entendia o porquê de estar novamente em vida, ou melhor, ele entendia sim. Afinal aquilo tudo fazia parte de seu plano firmado com o pequeno garoto Uchiha, Obito.

Ele seria a chave para sua vingança final contra aquele mundo shinobi ingrato. O que Madara não entendia era o porquê de não estar à frente do lendário Juubi, o bijuu de dez caudas, prestes a dominar o mundo com sua intolerância. Falando nisso, onde estava aquele garoto prepotente?

– Madara.

Ergueu a sobrancelha para a figura que apareceu após um vórtex de ar ao seu lado. Crispou os lábios, aquilo definitivamente não estava nos planos.

– O que aconteceu, garoto? – perguntou sério. – Me chamou antes da hora?

– Temos um pequeno problema, nada com que deva se preocupar. – deu de ombros. – Mas acho que gostaria de ganhar um pouquinho de diversão antes do nosso momento de glória.

– Espero que isso não interfira nos meus planos e no meu momento de glória. – enfatizou os pronomes possessivos, deixando claro que aquele mérito seria único e totalmente seu.

Obito revirou os olhos por detrás da máscara. Nos poucos tempos de convivência, ele aprendeu que Madara era um cara frio e intolerante, e que possuía uma boa leva do que foi denominado “orgulho Uchiha”, e também que ele odiava quando tiravam seu mérito de si. Talvez seja essa o motivo para ter partido para cima de Hashirama depois de tudo o que passaram.

O mundo shinobi sabia que Madara e Hashirama haviam lutado no atual Vale do Fim, mas não sabiam que eles tinham uma história longa de amizade e algo mais. Eles tinham uma espécie de amizade colorida, até que o Senju fora obrigado a se casar com a primogênita de Uzugakure, Uzumaki Mito, causando num momento de discórdia entre o casal.

E foi esse motivo e seu maldito orgulho que levou Madara a lutar contra Hashirama e perder de forma digna, porque o Uchiha sabia que nunca teria coragem de matá-lo. Desmaiá-lo? Talvez. Mas matar a quem se ama era frio demais para seu pobre coração.

– Que seja, Madara. Tenho que ir capturar as outras duas bijuus, Hachibi e Kyuubi. – se virou. – Pode atrasar eles para mim?

– Mais respeito comigo, garoto. – bufou. – E atrasar é uma palavra muito leve para o que farei. Irei destruí-los em milhões de pedaços e dar para seu povo concluir o seu próprio quebra-cabeças.

 – Só os destrua, baka. – resmungou.
Obito ativou seu kamui e saiu dali antes que Madara continuasse com seu discurso mortífero. O Uchiha mais velho se aproximou lentamente, parando a quase cinco metros de distância do Kazekage.

– Isso vai ser interessante. – sorriu de canto. – Nova geração, mostre-me o que sabe fazer.

Gaara respirou fundo e olhou para Oonoki, que apenas concordou com a cabeça. O Tsuchikage conversou rapidamente com um shinobi de Kumo que saiu correndo atrás de um conhecido do grupo de comunicações. Ambos sabiam que sozinhos não iriam derrotar Madara e que no mínimo sairiam mortos dessa guerra. Precisavam de reforços, e rápido.
 

* * *
 

As informações mais recentes eram passadas para o QG, a Divisão de Inteligência, comandada por Yamanaka Inoichi, e é destinada a reunir informações entre as demais companhias e transmiti-las entre Gaara e os demais Kages, pelo bem da estratégia feita por Shikaku.

E no momento, o que recebiam não eram notícias boas.

Claro que ficaram felizes ao saber que shinobis como Sarutobi Asuma e Hyuuga Hizashi haviam sido derrotados e devidamente selados. Porém Inoichi quase tira os olhos para fora do rosto quando Gaara e Oonoki disseram que Uchiha Madara aparecera pessoalmente na guerra, e totalmente diferente do que fora visto antes.