ID - Decisões

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Resmungou irritado quando sentiu a ardência solar em seu rosto bronzeado. Tateou o outro lado da cama com as mãos e franziu o cenho ao não encontrar nenhum outro corpo na cama. Sentou-se rapidamente e esfregou os olhos com a palma das mãos, bocejando alto e se espreguiçando.

Piscou os olhos rapidamente e virou-se para o lado. Suspirou vendo que havia acordado sozinho naquele dia. A estranha sensação sufocante tomando conta de seu peito, o matando em uma lentidão extremamente impaciente. Balançou a cabeça negativamente para tentar tirar aqueles pensamentos pessimistas de sua mente.

Nada de errado iria acontecer. Nada.

Entrou no banheiro sentindo uma dor pontiaguda em seu baixo ventre, logo sorrindo um pouco ao lembrar-se de como havia a ganhado. Por algum motivo, Deidara sentia que tudo tinha sido mais intenso na noite de ontem. Os toques haviam sido desesperados e apaixonados ao mesmo tempo, como se despedissem de si de forma desconfortável.

Respirou fundo e entrou no chuveiro sem ligar para a água quente que batia em suas costas. Ensaboou-se e retirou os últimos dejetos que comprovassem o que havia acontecido naquela noite, acalmando-se ao sentir pouco a pouco aquele estranho peso doloroso despencar de seus ombros.

Saiu do banheiro com uma toalha enrolada na cintura e a outra embrenhada nos fios dourados. Abriu a porta do quarto e olhou para os lados. Quando comprovou não ver ninguém conhecido, andou rapidamente pelo corredor e entrou no próprio quarto, logo fechando a porta atrás de si.

Ajoelhou-se rente ao guarda-roupas e retirou suas vestes: uma calça moletom preta, uma regata de malha cinzenta, um par de meias brancas e as sandálias ninjas básicas azuis. Vestiu tudo rapidamente e prendeu o cabelo no penteado habitual, escovou os dentes e pegou o manto da Akatsuki que se mantinha pendido no prendedor de madeira preso a porta. Colocou-o, catou a bolsa branca e saiu do quarto. 

Passou na cozinha e estranhou ao não ver ninguém ali. Nem Tobi, Zetsu ou Naruto se encontravam conversando animadamente sentados à mesa como sempre a esse horário. Nagato e Konan deveriam ter dormido juntos, então nem estranhara, mas e os demais?

Deu de ombros e pegou uma maçã do pequeno cesto centralizado a mesa. Enquanto comia, desceu o leve lance de escadas que levava a uma porta escondida do enorme prédio. Olhou para o céu, cinzento e nublado como o normal em Amegakure.

Jogou as sementes da maçã no solo úmido e ajoelhou na grama molhada. Abriu a bolsa e começou a enchê-la com a argila proveniente do pequeno lago escondido entre o pomar da Akatsuki. Fez uma águia de argila e subiu sobre a mesma, logo alçando voo e parando rente a janela de seu quarto.

Entrou pela janela mesmo, percebeu que tinha esquecido algo importante. Pegou o chapéu de palha da organização que estava sobre a escrivaninha junto ao pequeno pergaminho. Voltou para cima do pássaro e voou em direção ao seu destino.

Pôs o chapéu sobre a cabeça à medida que o sol aparecia em sua visão. Abriu o pergaminho e suspirou ao ver o nostálgico selo de Iwagakure. Leu-o novamente e suspirou novamente ao ver que haviam contratado seus serviços.

Deidara, além de ser nukenin Rank-S e membro da Akatsuki, era comumente contratado pelas nações shinobi como bombardeiro particular. Iwagakure era seu melhor cliente, e quase sempre o pediam algum favor em troca de moedas de ouro.

A parte mais difícil era encarar sua cidade natal tão perto e ao mesmo tempo tão distante de si. Nesses momentos, Deidara se encontrava com um subordinado de Oonoki e recebia o seu trabalho. O Tsuchikage nunca vinha pessoalmente falar consigo e isso o deixava levemente amuado, mas ele logo esquecia daquilo.
Não fazia mais parte daquela família. Na verdade, talvez ele nunca tivesse sido posto dentro dela.

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