Eu me sentia feliz pra caralho, a ponto de sentir que nem era eu mesma ali. Era somente naqueles momentos com a droga em meu sistema que eu me sentia bem, porque quando eu vivia no mundo real tudo era ruim demais, eu desistiria fácil se não fossem pelas drogas.
— Eu estava precisando disso, Vê. - Falei sorrindo.
— Eu sabia, sua vida sempre é uma merda com aquele pai idiota que você tem. O meu é igual a ele, não é à toa que são amigos desde a faculdade. Só que você tinha que fazer o mesmo que eu Rô, saia de casa e vá viver a sua vida da maneira que você quiser.
— Não sei se teria coragem de fazer isso, preciso do dinheiro dos meus pais, por mais que eu odeie essa vida que levo, eu gosto de poder fazer o que quiser, e comprar o que quiser. Se eu sair de casa vou ter que me virar, e você sabe que não dá pra viver a vida que estou acostumada com um salário mínimo. Talvez quando eu me formar eu saia de casa, aí sim, dá pra eu pensar nisso. Mas antes de um diploma eu não posso nem pensar em sair de lá.
— Bem... Então vamos voltar para o bar? Precisamos nos entupir de tequila. - Disse dando um tapinha em minha coxa.
Dei risada.
— Vamos sim, depois voltamos aqui, quero usar muito hoje.
Ela assentiu e sorriu. Voltamos para o bar e assim de nos sentamos ela pediu uma rodada de tequila. Fiquei ainda mais feliz, precisava beber muito naquela noite.
— Ah, Vê, acabei de me lembrar. - Falei e tomei minha dose. — Eu e Layla fizemos uma aposta.
— Aposta? Aposta de quê?
— Tem um professor novo de direito penal na minha faculdade, e ele foi super imbecil comigo, aí eu dei o troco nele, mas isso é outra história. O fato é que ela falou que eu jamais ia conseguir seduzi-lo, mas obviamente que eu apostei com ela que ia conseguir transar com ele, e eu vou conseguir você vai ver.
— Não acredito nisso, e esse professor ao menos é gostoso?
— Claro, que sim! Você acha mesmo que eu ia fazer isso se ele não fosse! Bem... acho que ele não transa já fazem anos por ser tão mal-humorado, mas eu vou resolver isso. - Falei sorrindo, e tomei outra dose.
— Você vai conseguir, ninguém resiste a você. - Disse ela.
— Eu sei disso, e tem mais, hoje teve um jantar lá em casa e meu irmão pediu a namorada ridícula dele em casamento, aí quando eu vejo o tal professor estava na minha casa para o jantar, e não é que ele era irmão da namorada do meu irmão!
— Eita, porra! Como assim? Mas e aí, você vai continuar com tudo isso? Porque você sabe né, fica mais difícil agora que vocês basicamente são da mesma família.
— Agora é que eu gostei mais, me sinto muito mais desafiada. Eu vou fazer ele ficar aos meus pés você vai ver.
Ela riu e então começou a tocar uma música que eu amava demais: Chandelier da Sia..
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A Aposta
RomanceRoberta está no auge de sua vida aos vinte e três anos. È aluna de direito, e com todo o dinheiro de sua família, ela tem tudo para ser um sucesso. Mas por trás de tudo isso há uma mulher muito diferente do que todos esperam, tudo que ela quer é cur...