Capítulo 18 - Novos Rumos.

3K 264 66
                                    

Infelizmente tive que voltar para a realidade e Dante me levou para casa naquele mesmo dia

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Infelizmente tive que voltar para a realidade e Dante me levou para casa naquele mesmo dia. E durante aquela noite fiquei pensando no quanto aqueles dias foram bons, e eu não precisei de nada para me sentir feliz, nem bebidas, nem drogas, apenas pessoas que me fizeram bem. Então tomei uma decisão séria sobre a minha vida. No dia seguinte eu não fui para a faculdade, decidi fazer algo para me ajudar de alguma forma, e pesquisei o endereço de um grupo de narcóticos anônimos, durante o caminho até lá apaguei os contatos de Verônica e todas as pessoas que poderiam me fazer ter uma recaída. Em casa eu joguei fora tudo que eu tinha de cocaína e ecstasy, a bebida seria mais fácil de controlar do que as drogas e eu tinha certeza que seria uma verdadeira luta para mim, mas eu estava disposta a mudar, não queria destinar a minha vida a uma morte trágica apenas por causa do vazio que eu tinha de amor, eu tinha amor por minha mãe, e ela não me dava do tanto que eu precisava mas até que me dava, eu tinha o amor puro e verdadeiro de Dona Lola, e isso já me motivava a recomeçar. Tendo esses dois, e o início de um amor próprio eu não precisava do amor do meu pai ou de qualquer outro homem.

Entrei no lugar e respirei fundo, a ansiedade enchia o meu peito.

— Olá, bom dia. - Falei para a moça.

— Bom dia, querida, em que posso ajuda-la?

— Eu queria saber quando é a próxima reunião.

Ela sorriu para mim, e me explicou tudo. Perguntou se eu não queria fazer uma espécie de entrevista com um dos organizadores para saber em que estágio eu me encontrava. Eu aceitei na hora.

Foi muito difícil contar tudo que já tinha acontecido na minha vida. Foi como se eu visse um filme de todos os momentos que tinham me levado a tantas escolhas erradas. Lembrei-me da minha infância, tão solitária onde eu só tinha o meu irmão e dona Lola ao meu lado, meus pais não tinham tempo nem de ir reuniões escolares, e muito menos para ir em homenagens de dia dos pais ou dia das mães. E meu pai nem disfarçavam nada, ele sempre foi mais carinhoso com Rodrigo, na verdade eu não me lembrava de já ter ouvido um "Eu te amo" do meu pai, aquilo me machucava demais, e tudo isso foi se avolumando dentro de mim quando eu cresci, porque foi na adolescência que eu comecei a perceber como a minha vida era superficial e como meus pais só ligavam para festas e o que os amigos poderiam pensar de nós. Meu pai tinha Rodrigo como seu maior troféu, quando ele passou em medicina eu fiquei muito feliz, mas ao mesmo tempo me senti completamente pressionada, foi então que eu me rendi as coisas que eu imaginava que poderiam me distrair de tudo aquilo, eu estava cansada da minha vida, e iniciei minhas saídas, as drogas vieram logo e eu nunca ficava satisfeita, sempre queria mais e mais.

O cara que me escutava se chamava Lorenzo, ele não me julgou em nenhum momento, na verdade o que vi em seus olhos foi pura compaixão.

— Muitas pessoas passam pelas mesmas coisas que você, Roberta, na verdade acho que a maioria aqui se rendeu as drogas porque buscava uma aprovação dos pais e nunca conseguiram. Mas quando você iniciar as reuniões vai perceber que tem muitos amigos aqui, e que vão estender a mão para você em qualquer momento que precisar.

A ApostaOnde histórias criam vida. Descubra agora