Capítulo 25 - Confusão.

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O dia do evento havia chegado e eu estava mais nervosa do que nunca. Tinha ensaiado junto da orquestra por muitas vezes eles tinham me adorado, mas ainda assim minha ansiedade estava tão grande que cheguei a pensar em beber alguma coisa, tá eu confesso que cheguei a pensar em ir atrás de algo mais pesado, minha abstinência era muito complicada de controlar, e eu andava passando por emoções muito fortes nos últimos dias. Minhas mãe ter vindo me visitar foi algo que eu não estava esperando, e muito menos que ela ia me contar tantas coisas. Tudo que ela disse me deixou completamente chocada, e eu não sabia direito como lidar com tudo aquilo, se Dante não estivesse sempre por perto para me ajudar a controlar meu vício, eu não sei como seria. Tudo bem que a força de vontade partia de mim, mas era muito difícil, se eu fosse a Roberta maluca de antes já teria ligado o foda-se e teria ido atrás de diversas coisas. Mas eu estava com a vida tão boa agora, não adiantava nada estragar tudo.

Meu irmão havia me mandado uma mensagem de que seu bebê é um menino, e eu fiquei feliz por ele, sabia que ele queria muito ser pai e que estava muito animado com isso, mas ao mesmo tempo eu lembrei do que minha mãe havia me contado. Rodrigo com toda certeza surtaria se soubesse que é adotado, ele não lidaria nada bem com algo assim, e ele não sabia de nada sobre o real motivo da minha briga com o pai dele, para ele nós apenas tivemos outra discussão que acabou comigo fora de casa, e era melhor assim, quanto menos as pessoas soubessem dessa história, melhor seria. 

Estava terminando de ensaiar uma das músicas quando ouço minha campainha tocar. Só esperava que não fosse a minha mãe novamente. Abri a porta e minha surpresa foi enorme, um sorriso sincero esticou meus lábios.

— Dona Lola, que surpresa maravilhosa! Nossa eu estava morrendo de saudades da senhora. - Falo animada.  

Ela me abraçou e parecia bastante emocionada. 

— Betinha. minha menina, estava sentindo muito saudade de você também, sua mãe me contou onde você está morando, e eu vim assim que pude. Queria muito ver você. 

— Eu também queria muito ver a senhora, mas nem tive tempo de falar onde estava. Minha vida está uma correria, tenho tantas novidades para te contar. Senta, vamos conversar! 

Ela sentou-se no sofá comigo, e deixou em cima da mesa um pote enorme com meu bolo preferido.

— Trouxe para você, sei que você gosta. Mas me conte, como está a sua vida agora? Está se virando bem? Precisa de ajuda?

Sorrio para ela, Dona Lola era muito mais mãe para mim do que a minha própria. A preocupação dela era completamente genuína. 

— Bem, na verdade quanto mais ajuda eu ter melhor, e não digo da forma que a senhora está pensando. Vem acontecendo algumas coisas na minha vida além da briga que tive com o Eduardo e com a minha mãe. 

Eu comecei a contar a ela tudo, claro que ocultando a parte do Rodrigo, mas contei sobre a história do meu pai biológico, e sobre minha luta contra as drogas. Ela ficou um pouco assustada com tudo que eu lhe contei, na verdade acho que até eu fiquei enquanto narrava, porque parecia que eu estava falando de outra pessoa, e não de mim. 

— Betinha, não consigo acreditar que você está passando por tudo isso sozinha! Porque não me contou tudo isso antes? Eu tinha saído daquela casa e te ajudava na mesma hora. 

— Obrigada, mas eu tenho uma pessoa que está me ajudando bastante nisso tudo. Se lembra do Dante, o irmão da Carolina?

— Aquele que era o seu professor? Me lembro sim, mas o que tem ele. 

— Bem... é uma longa história, mas o que posso dizer é que estamos namorando. E eu estou muito feliz ao lado dele. Dante me faz muito feliz, e me ajuda em tudo que preciso, ele sempre está por perto, e eu realmente não sei como teria sido tudo isso se eu não tivesse ele na minha vida. Dante tem sido um anjo, a senhora não faz ideia. 

A ApostaOnde histórias criam vida. Descubra agora