Capítulo 13 - Não posso.

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Acordei com o cabelo todo em meu rosto. E quando olhei em volta não sabia onde eu estava, na verdade eu aos poucos fui me lembrando de tudo que havia acontecido. Foi então que vi Dante ainda dormindo, e me abraçando com força. Droga! Precisava sair correndo dali. Mas eu não ia sair ilesa - literalmente - porque Dante acordou enquanto eu tentava me desgrudar dele, seus olhos me fizeram afundar naquela imensidão azul.

Onde pensa que vai, Roberta?

Pela primeira vez na vida eu me senti constrangida na frente de um homem. Tudo que eu tinha feito ontem era muito humilhante. Eu tinha feito um escândalo na casa dele em plena madrugada, depois ele teve que me dar um banho e... realmente eu estava em completa decadência. Fora os riscos que corri ao misturar drogas. Meu coração disparou só de pensar no que poderia ter acontecido comigo.

Eu... eu vou ao banheiro. - Menti.

Ele teve a audácia de revirar os olhos.

— Você não vai embora sem que nós possamos conversar de verdade.

Suspirei e levantei-me de sua cama. Percebi ao me levantar que sua camisa que eu usava era da banda Queen, ele tinha muito bom gosto para música assim como eu.

Eu... não sou de fugir de nada, mas eu definitivamente não quero conversar sobre o que aconteceu ontem. - Falei sem olhar para ele. — Onde estão as minhas roupas?

Ele pigarreou.

— Estão na secadora, eu coloquei lá ontem à noite.

Assenti.

Obrigada... Hum... eu... vou me vestir.

Depois de dizer isso eu basicamente quase que saí correndo e tentei a achar a tal da secadora. Peguei minhas roupas e me vesti ali mesmo na lavanderia. Depois fui até um dos banheiros e achei uma escova que eu supus ser dele, usei ela para escovar meus dentes e lavei meu rosto. Droga eu estava horrível e meu cabelo parecia um ninho de ratos. Fiz um coque e ao sair de lá percebi que Dante estava na cozinha.

— Vou fazer café, sei que você gosta do mais forte, você sempre toma desse lá no escritório.

Sorri para ele, então ele prestava atenção que eu amava café? 

Aí... aí aquele homem ia acabar me matando.

Ele colocou uma capsula na máquina e pegou alguns pães no armário da cozinha, depois os colocou em cima do balcão. Pegou também alguns frios na geladeira.

— Obrigada, mas eu vou ficar só no café mesmo. Meu estômago está embrulhado.

Ele me olhou sério.

— O que você fez ontem foi completamente irresponsável. Você sabe o que pode acontecer com você se continuar usando drogas?

Bufei. Agora só porque dormiu comigo ele achava que ia ficar se metendo em minha vida?

— Eu não preciso da sua aprovação para nada, vivo a minha vida da maneira que eu quiser. Eu nem devia ter falado nada ontem à noite. - Falei cruzando os braços.

Ele me entregou a xícara de café e tomei um gole.

— Não. Realmente você não precisa da aprovação de ninguém. Mas eu apenas estou tentando te fazer enxergar o quanto isso pode ser letal. Agora eu entendo o que você quis dizer quando falou que ia morrer até os vinte e sete.

Não respondi, apenas tomei mais café.

— Eu... não sei nada do que acontece na sua vida, mas acho que você devia tentar alguma coisa diferente disso, tipo tentar ir a um terapeuta ou...

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