Capítulo 8 - Tentando esquecer o pesadelo.

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 Entrei em casa e ninguém estava ali, dei graças a Deus por isso, mas quando eu achava que ia escapar ilesa acabei dando de cara com dona Lola

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 Entrei em casa e ninguém estava ali, dei graças a Deus por isso, mas quando eu achava que ia escapar ilesa acabei dando de cara com dona Lola. Ela ficou louca quando viu meu rosto e a mancha de sangue em minha roupa, devia ser de quando eu mordi aquele filho da puta.

— Vem comigo até o meu quarto e eu te explico. - Falei, e fiz sinal com o dedo para que ela fizesse silêncio.

Peguei ela pela mão e seguimos para o meu quarto eu tranquei a porta e antes de dizer qualquer coisa dei um abraço nela.

— Hoje foi o pior dia da minha vida. - Falei tentando não chorar.

— O que aconteceu, menina? O que fizeram com você?

— Eu... um cara da minha faculdade tentou me estuprar, esse sangue é dele, Dona Lola, ao menos eu consegui machuca-lo um pouco.

— Meu Deus, menina, mas como você fez para fugir disso?

— Sabe o irmão da Carolina, aquele que veio aqui no jantar outro dia? Ele é meu professor, ele acabou me ajudando e deu a maior surra no cara que fez isso comigo. Ele me trouxe em casa, e amanhã vamos denunciar o que aconteceu.

— Ele é um ótimo rapaz. Queria poder agradecer a ele por ter ajudado você.

Sorri para ela, só a minha querida dona Lola para me fazer sorrir quando eu estava enfrentando um inferno dentro de mim.

— Eu já agradeci muito a ele, mas olha, não conta nada para os meus pais por favor. Não quero que meu pai venha dizer um monte de coisas para mim, ele com certeza vai achar que eu provoquei tudo isso, você sabe que ele sempre pensa o pior de mim. Já a minha mãe... bem, ela não vai ajudar muito também, então é melhor que só a senhora saiba.

Ela sacudiu a cabeça e respirou fundo.

— Tudo bem, menina, não vou contar a ninguém. Mas se precisar de qualquer ajuda, você sabe que pode contar comigo, não sabe?

Assenti.

— Você é única pessoa que posso contar nesse mundo, Dona Lola.

Ela me abraçou e saiu de meu quarto.

Me sentia imunda, tanto por fora quanto por dentro. Tirei aquela roupa de mim e a joguei para longe. Não sabia o que fazer naquele momento, se chorava, se me sentia culpada pelo que tinha acontecido.

Pela primeira vez na vida eu questionei minhas ações. Talvez... se eu não tivesse transado com a maioria dos caras da minha faculdade isso não tivesse acontecido eu estaria ilesa de passar por uma situação como aquela.

Mas a verdade é que eu apenas estava tentando arranjar desculpas para tirar uma culpa que não era minha. Era como Dante havia dito, eu era livre, e podia ficar com quem eu bem entendesse, só porque eu era assim isso não significava que eu tinha uma placa no meio da testa dizendo: Pode me estuprar eu sou uma vadia!

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