O dia havia chegado, eu e todos os outros convidados estavam no hotel para o casamento, eu já estava arrumado e usava um terno preto comum e a gravata cor de vinho para combinar com o vestido de Roberta. Suspirei ao vê-la descer as escadas. Ela estava tão linda, e meus olhos queimavam nos dela, era impossível desviar, eu me senti como um inseto que fica hipnotizado pela luz, mesmo que eu tentasse, e olha que tentei, não consegui parar de olha-la. O vestido era lindo, e a cor vinho realçava ainda mais sua pele branca. Porra, eu ia acabar morrendo até aquele casamento acabar, já era difícil aguentar no escritório vendo-a de longe, imagine assim tão de perto.
— Parece que você está pronto. - Comentou ao se aproximar de mim.
— Você está linda. - Deixei escapar.
Ela suspirou, e parecia estar sentindo o mesmo que eu.
— Obrigada, a noiva já está por vir.
Eu apenas assenti, não queria correr riscos.
Rodrigo apareceu e chamou Roberta para conversar, eles acabaram indo até o jardim e eu fui até lá um tempo depois. A decoração estava linda, cheia de flores vermelhas e amarelas por toda parte, e algum tempo depois a música para entrada dos padrinhos se iniciou, eu e Roberta ficamos perto um do outro esperando a nossa vez, ela segurou meu braço e nos olhamos de relance, olhei sua boca e engoli em seco. Precisava de uma bebida urgentemente. Depois disso a cerimônia começou e foi exatamente igual ao ensaio, mas dessa vez claramente muita gente se emocionou. Eu estava feliz por minha irmã, esperava que ela tivesse tomado a decisão certa.
Depois da cerimônia a festa se iniciou e eu tive que me sentar em uma mesa ao lado da de Roberta, pois por sermos padrinhos tínhamos lagares reservados só para nós. Eu pedi um uísque, e Roberta várias doses de vodka. Fiquei a observando pelo canto do olho, e ela naquele dia estava realmente querendo se afogar na bebida, mas eu não podia julgá-la de forma alguma pois fazia exatamente a mesma coisa. Perdi a conta do quanto bebi, acho que fazia muito tempo que não fazia aquilo, mas eu estava tão cansado e a coisa não melhorou muito quando minha irmã me apresentou uma amiga.
— Esta é Aline, Dante. Ela é enfermeira no hospital que trabalho. - Disse Carolina sorrindo.
Eu sorri sem vontade alguma. Todo que eu menos queira é jogar conversa com uma desconhecida, ainda mais depois de ter bebido tanto, e fora as outras razões que não queria entrar no mérito naquele momento.
— Carol falou tanto de você, soube que você é advogado. - Disse Aline sentando-se ao meu lado.
Ela era linda, o cabelo loiro brilhava na trança que ela usava, os olhos verdes me olhavam com puro interesse, e eu até me interessaria por ela se a minha vida não estivesse tão bagunçada quanto estava.
— Sou sim, e também dou aulas de direito penal. - Respondi.
Aline continuou a conversa, mas eu não prestei muita atenção. Pelo que parecia Rodrigo tinha tido a mesma ideia que minha irmã, e tinha apresentado um cara para Roberta também. Eu sabia muito bem que não tinha porquê de estar puto com aquilo, mas eu estava, e sem direito algum.
— Eu.... já volto. - Invento a ela.
Aline fica surpresa a apenas concorda com a cabeça. Eu me levanto apressado, e sigo pelo corredor que levava até os elevadores. Aquela festa estava sem graça alguma, preferia beber em meu quarto do que ficar ali. Ouço passos vindo atrás de mim e percebo que era Roberta. Puta que pariu, eu estava fodido pra caralho! Se ela continuasse perto de mim por muito tempo eu tinha certeza absoluta que não ia me controlar.
— Ei, você já vai ir para o seu quarto? - Perguntou ao me alcançar.
Respirei fundo, tentando manter a calma.
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A Aposta
RomanceRoberta está no auge de sua vida aos vinte e três anos. È aluna de direito, e com todo o dinheiro de sua família, ela tem tudo para ser um sucesso. Mas por trás de tudo isso há uma mulher muito diferente do que todos esperam, tudo que ela quer é cur...