(Dante) Capítulo 8 - O vulcão explodiu de vez.

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O dia havia chegado, eu e todos os outros convidados estavam no hotel para o casamento, eu já estava arrumado e usava um terno preto comum e a gravata cor de vinho para combinar com o vestido de Roberta. Suspirei ao vê-la descer as escadas. Ela estava tão linda, e meus olhos queimavam nos dela, era impossível desviar, eu me senti como um inseto que fica hipnotizado pela luz, mesmo que eu tentasse, e olha que tentei, não consegui parar de olha-la. O vestido era lindo, e a cor vinho realçava ainda mais sua pele branca. Porra, eu ia acabar morrendo até aquele casamento acabar, já era difícil aguentar no escritório vendo-a de longe, imagine assim tão de perto.

— Parece que você está pronto. - Comentou ao se aproximar de mim.

Você está linda. - Deixei escapar.

Ela suspirou, e parecia estar sentindo o mesmo que eu.

— Obrigada, a noiva já está por vir. 

Eu apenas assenti, não queria correr riscos.

Rodrigo apareceu e chamou Roberta para conversar, eles acabaram indo até o jardim e eu fui até lá um tempo depois. A decoração estava linda, cheia de flores vermelhas e amarelas por toda parte, e algum tempo depois a música para entrada dos padrinhos se iniciou, eu e Roberta ficamos perto um do outro esperando a nossa vez, ela segurou meu braço e nos olhamos de relance, olhei sua boca e engoli em seco. Precisava de uma bebida urgentemente. Depois disso a cerimônia começou e foi exatamente igual ao ensaio, mas dessa vez claramente muita gente se emocionou. Eu estava feliz por minha irmã, esperava que ela tivesse tomado a decisão certa.

Depois da cerimônia a festa se iniciou e eu tive que me sentar em uma mesa ao lado da de Roberta, pois por sermos padrinhos tínhamos lagares reservados só para nós. Eu pedi um uísque, e Roberta várias doses de vodka. Fiquei a observando pelo canto do olho, e ela naquele dia estava realmente querendo se afogar na bebida, mas eu não podia julgá-la de forma alguma pois fazia exatamente a mesma coisa. Perdi a conta do quanto bebi, acho que fazia muito tempo que não fazia aquilo, mas eu estava tão cansado e a coisa não melhorou muito quando minha irmã me apresentou uma amiga.

— Esta é Aline, Dante. Ela é enfermeira no hospital que trabalho. - Disse Carolina sorrindo. 

Eu sorri sem vontade alguma. Todo que eu menos queira é jogar conversa com uma desconhecida, ainda mais depois de ter bebido tanto, e fora as outras razões que não queria entrar no mérito naquele momento.

— Carol falou tanto de você, soube que você é advogado. - Disse Aline sentando-se ao meu lado.

Ela era linda, o cabelo loiro brilhava na trança que ela usava, os olhos verdes me olhavam com puro interesse, e eu até me interessaria por ela se a minha vida não estivesse tão bagunçada quanto estava.

— Sou sim, e também dou aulas de direito penal. - Respondi.

Aline continuou a conversa, mas eu não prestei muita atenção. Pelo que parecia Rodrigo tinha tido a mesma ideia que minha irmã, e tinha apresentado um cara para Roberta também. Eu sabia muito bem que não tinha porquê de estar puto com aquilo, mas eu estava, e sem direito algum.

Eu.... já volto. - Invento a ela.

Aline fica surpresa a apenas concorda com a cabeça. Eu me levanto apressado, e sigo pelo corredor que levava até os elevadores. Aquela festa estava sem graça alguma, preferia beber em meu quarto do que ficar ali. Ouço passos vindo atrás de mim e percebo que era Roberta. Puta que pariu, eu estava fodido pra caralho! Se ela continuasse perto de mim por muito tempo eu tinha certeza absoluta que não ia me controlar.

Ei, você já vai ir para o seu quarto? - Perguntou ao me alcançar.

Respirei fundo, tentando manter a calma.

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