Roberta está no auge de sua vida aos vinte e três anos. È aluna de direito, e com todo o dinheiro de sua família, ela tem tudo para ser um sucesso. Mas por trás de tudo isso há uma mulher muito diferente do que todos esperam, tudo que ela quer é cur...
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— Eu fiquei bastante surpreso quando descobri que você é a irmã do Rodrigo. Minha irmã e ele sempre falaram de você, mas nunca pensei que poderia ser você. - Disse ele
Nosso almoço chegou e eu fiquei feliz ao experimentar, aquele ravióli estava delicioso.
— Todos pensam que eu sou a estudante de direito perfeita que ama o que faz e que é obediente com os pais. Se você não tivesse me conhecido na faculdade é isso que você ia pensar, porque eu sou obrigada a transparecer. A minha família é uma verdadeira fraude, o que eu sou de verdade você já viu, bom pelo menos um terço sim. Tem muita coisa sobre mim que poucas pessoas sabem, algumas só eu sei. Acho que a vida de todos é assim, não é?
— Você tem toda razão. Mas eu já passei da idade para ligar para o que os outros possam pensar.
— Tem um livro que eu adoro o nome é: "A sutil arte de ligar o foda-se", acho que você vai gostar. - Falei e ele riu. — Mas eu entendo o que você quer dizer, só que pra você é diferente, você já tem a sua vida, a suas coisas, eu sou obrigada a seguir muitas das coisas que o meu pai me obriga a fazer porque ainda moro com ele. Enfim, esquece esse assunto. Você disse ontem essa mesma frase, de que não tinha idade mais para ficar na festa, e hoje disse que já passou da idade pra se importar, mas você fala como se já fosse um idoso. Aposto que não tem nem trinta e cinco anos.
— Quase acertou, faço trinta e cinco, ano que vem. - Respondeu ele.
— Eu faço vinte e quatro em outubro. - Comentei e então começou a tocar Kozmic Blues no restaurante e eu enlouqueci. — Nossa eu amo essa música! È da Janis Joplin.
— Você gosta dela também? Quer dizer, você estava usando uma camisa do Nirvana um dia desses na faculdade.
Humm... então o professor Dante prestava atenção no que eu usava é?
— Ah, sim eu amo Nirvana. Amo tudo que é antigo na verdade, Janis, Guns N' Roses, Pink Floyd... enfim a lista é enorme. Meu avô Francisco que me ensinou o gosto pela música, ele era fantástico, mas já morreu fazem cinco anos. Eu tenho até alguns vinis dos Beatles que ele me deu de presente.
— Ele tinha um ótimo gosto para música, realmente. Eu já preciso ir, tenho alguns processos para ler e tenho certeza que você tem que conversar com os seus pais sobre o que aconteceu.
— Sobre isso, Dante, eu queria te uma coisa. È que eu não contei para os meus pais e nem pretendo contar. Você não sabe como meu pai ia reagir com isso, ele não é a pessoa que você imagina que ele seja, e a minha mãe, não vai fazer muita diferença se ela souber. E por favor, não conte para Rodrigo também. Vai que de repente dá uma de irmão mais velho e faz alguma besteira, não quero bem imaginar isso.
—Tudo bem, não se preocupe. Faça como você achar melhor, afinal isso diz respeito somente a você.
Dante se preparou para pagar a conta e eu não deixei que ele pagasse a minha parte, aquilo o irritou um pouco.
