Brad
Natalie tem ideias ótimas e eu preciso concordar com Edward sobre o brilhantismo dela. É fascinante ouvir sua voz tão característica discorrer sobre formas de manipulação de imagem e saturação de público. Seus olhos perfeitamente desenhados em contorno preto se arregalam quando ela se entusiasma e se espremem quando ela sorri, lindamente mostrando seus dentes brancos. Ela é expressiva e sorrio de seus maneirismos tão próprios, a dicção imperfeita, que me faz acender ainda mais a curiosidade por sua língua. Gosto da voz rasgada de Natalie, o formato de sua boca e a forma que seus lábios se mexem quando ela fala. E ela fala muito. Muito mesmo. E rápido.
Eu quase preciso de um intérprete almoçando conosco, porque sinto que o tempo mastigando desvia meu cérebro da loira energética na minha frente. É impossível não rir do entusiasmo dela ao falar sobre como convencer Edward a tirar a barba fez milagres por sua imagem pública.
– E eu? – pergunto divertidamente depois de uns goles de água. – O que melhoraria minha imagem?
– Pra começar, deixar de enfiar suas partes íntimas em qualquer ser vivo que se mova. – o revirar de olhos vem acompanhando de um sorriso.
– Você disse que não tem nada contra a promiscuidade, mas vive me recriminando. Sente este cheiro, Natalie? – respiro fundo e ela espreme os olhos. – Sua hipocrisia fede.
Ela gargalha alto e deliciosamente.
– É diferente. Eu não durmo com ninguém do escritório ou com pessoas que se relacionem entre si. Você já esteve com setores inteiros da EP Morgan. Além disso... – prevejo uma defesa bem hipócrita. – Eu sempre procuro saber coisas sobre quem está comigo. Assim não fica tão impessoal, mesmo que não signifique nada. Duvido que você tenha essa humanidade.
– Que tipo de coisas, Dra. Humanidade? – me debruço sobre a mesa, interessado na súbita disposição dela em me contar algo pessoal.
– Coisas, mesmo superficiais, pelo menos cinco. – seu tom professoral é encantador, ditando mais uma de suas regras de relacionamento.
– Cinco?
– Lógico, Brad. Pode me dizer cinco coisas relevantes, mesmo que superficiais, sobre o último corpo que esquentou sua cama?
– Ela tem descendência mexicana. – Natalie levanta um dedo da mão, contando meu conhecimento e eu me desespero por não saber de fato se sei cinco coisas sobre Alina. Estou caindo numa armadilha. – Tem uma tatuagem de caveira na panturrilha. É garçonete há pelo menos dois anos. Adora banhos de banheira. Sua comida favorita é chili.
– Estou impressionada. – ela finge aplaudir. – Embora você possa ter inventado tudo isso.
– Eu não inventei. – inventei a parte da comida favortia sim. – Mas isso é pura hipocrisia, não é conhecer alguém de verdade, só serve pra amenizar sua própria consciência, Parker.
– Eu não disse que era conhecer, disse que é apenas não tratar a pessoa como instrumento de satisfação pessoal.
– E faz qualquer diferença se no final a pessoa vai embora de qualquer jeito?
– Talvez faça pra mim no momento em que acontece.
– Há um romantismo em algum lugar aí dentro. – claro que há, por mais que ela seja bem resolvida com o sexo.
– Há em todas as garotas que você já tocou, Brad. Mas elas fingem que não porque querem te impressionar. A gente acredita nos contos de fadas até que o príncipe vira sapo. – ela brinca.
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Cosmopolitan
Krótkie OpowiadaniaNatalie é uma mulher forte e decidida, cosmopolita e dona de suas próprias regras. Quando ela percebe que não consegue controlar absolutamente tudo, vai ter que descobrir até onde suas leis podem ser dobradas em nome do que realmente importa na vida...