Capítulo 43

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Natalie

Voltar a morar em Nova Iorque me deu a oportunidade de trabalhar novamente, mas precisei pensar bastante se isso era o melhor para Nana. Ela mesma se chama assim agora, aprendendo a falar os nomes, se intitulando "Nana" como se adivinhasse o apelido que a avó lhe deu. Peço a Edward meu emprego de volta quando ela completa dois anos. Como agora Ed e Mare têm um bebê, ele entendeu perfeitamente a minha necessidade de esperar um pouco mais antes de voltar, aproveitar um pouco mais, porque o tempo continua voando pra mim. Mesmo assim, eu acerto com ele uma carga horária reduzida.

Retornar ao trabalho é intenso e gratificante. Ganho um escritório maior e poucas coisas mudaram. Ou melhor, pelo menos a reputação de Edward está impecável e esta parte mudou bastante. Também não há rumores sobre um suposto relacionamento com meu chefe. Eu mesma faço questão de mostrar minha aliança, usando-a orgulhosamente. Deu um baita trabalho até casar com Kensington, eu não esconderia isso por nada.

O resto é igual, e eu adoro. Almoço com Brad e é delicioso passar uma hora do dia com ele. Só com ele. Minhas regras sobre sexo no escritório caíram todas por terra e este tempo também fortalece nossa intimidade, já que nosso desejo continua vivo e profuso. Eu ainda não consigo estar perto de Brad sem querer absolutamente tudo dele e isso é bem insano, e meio pervertido até, mas a coisa número quatro fala exatamente sobre loucura, e eu gosto bastante dela.

Eu mudei minha coisa número um, eu não fujo mais quando me assusto. Entendi que fugir é inútil. Os problemas fogem junto, porque estão dentro de mim e não fora. Eu fugi de Barcelona e continuei amando Brad. Fugi de Nova Iorque e continuei amanho Brad. Então hoje eu abraço e aceito o que me assusta, como a Natalie que existe em mim desde os 10 anos, e resolvo de alguma forma, já que minha mãe não está mais aqui pra resolver por mim.

O que eu nunca contei a Anna Parker é que só fiz armadilhas para os monstros no meu quarto porque sabia que ela apareceria para me salvar no primeiro grito. A certeza de seu apoio me fazia bem mais corajosa. De fato, é mais fácil enfrentar o medo quando não se está sozinha.

Eu finalmente aprendi o que ela queria que eu aprendesse.

Não foi fácil, nem simples, mas eu admito que posso depender de outras pessoas, e espero que ela se orgulhe de mim de onde estiver. O resto, todas as outras coisas, vou ajustando aos poucos com a ajuda indispensável de Brad.

Anna fica com Logan e Kali quando tenho um evento, o primeiro que eu organizo depois de voltar à ativa. Meu nervosismo me faz tomar meu lugar no bar com uma relativa atenção ao ambiente cheio. Eu adoro bailes. Absolutamente adoro e sorrio quando Kensington senta ao meu lado.

– Você nunca acerta esta gravata. – ajusto o nó borboleta no pescoço dele e nossa proximidade o faz sorrir.

– Cuidado, Parker, minha esposa está na festa, e ela é ciumenta.

– É mesmo? Parece que você nem é tudo isso pra ela ficar tão abalada.

– Ah, mas eu sou. – ele pega na minha mão e me leva para a pista de dança.

– Então onde está esta Sra.Kensington que te deixa solto para dançar com outras mulheres?

– É Parker. Ela não quis meu sobrenome.

– Garota independente.

– É só um nome. Diz muito pouco sobre como somos um do outro na prática.

– Tenho certeza que ela é sua em todos os aspectos. Menos para dançar esta música.

– Ela está bem ocupada, organizando esta festa incrível. – Brad me rodopia.

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