Capítulo 41

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Natalie

Continuo deitada no peito de Brad explicado tudo enquanto ele acaricia minhas costas. Conto que pretendia fazer uma fertilização e dar um neto a minha mãe. Falo que não quis envolvê-lo em tudo porque não tínhamos um relacionamento longo e sólido, e ainda não nos conhecíamos o suficiente para uma proposta que dura a vida toda, como um filho. Ele suspira e concorda que a proposta de um filho teria feito ele, no mínimo, ter uma crise de pânico.

Explico que o bebê foi um golpe arquitetado pela minha saudade. Eu havia parado de tomar contraceptivos havia tão pouco tempo que não imaginava engravidar rápido. Mas em retrospecto, minha alma se apazigou com o fato de ao menos ter um filho dele pra me lembrar que o amor nem sempre é linear, mas sempre é bom.

O resto ele mesmo lembra como aconteceu.

Ele tem certeza que é uma menina e isso me assusta um pouco, porque convivo com o bebê há seis meses e ainda não consegui ter um palpite único sobre seu gênero. Eu só espero que durma bem, coma e seja tranquilo, porque eu piro um pouco com choro de crianças, especialmente as muito pequenas que não dizem o que estão sentindo. Quando digo isso a Brad, ele ri de mim.

– Você tem vinte e oito anos e ainda não sabe dizer o que está sentindo, Natalie.

– Se está tentando me conquistar, devo avisar que rir das minhas dificuldades sentimentais é um jeito bem estranho de fazer isso.

– Não preciso te conquistar, você já me adora.

– Eu sei dizer o que sinto, ao menos a parte inegável que reforça seu ego. Eu amo você.

Ele me abraça forte. Eu não me sentia tão espontaneamente feliz assim há tempos e beijo seu peito demoradamente, me sentindo agradecida por ele ter voado pra mim.

– Você é muito mais corajoso do que eu, Brad. Eu sinto muito por tudo que eu errei.

– Vou precisar de um pedido mais esforçado do que este, bonequinha. – ele me olha maliciosamente.

Levanto a cabeça e olho ao redor, ele me observa sério.

– O que está procurando?

– Sua humildade, Kensington. Deve ter saído no banho junto com a sua cara de avião.

Ele ri e volto a deitar sobre ele.

– Não fale assim na frente dela. Não quero que ela aprenda a ser debochada.

– Como você pode ter certeza que é uma menina?

– Nada com você foi fácil até hoje, Natalie, você acha mesmo que eu teria um menino pra me preocupar bem pouco no futuro?

– Faz todo sentido. Especialmente se ela for parecida comigo.

– Estou rezando pra ela ter sua aparência e minha personalidade. Se for o contrário eu vou estar morto em dois anos. – ele gargalha.

Presto atenção no que finalmente está em mim, um deleite leve e sem complicações. Eu quero eternizar este momento, ou pelo menos vivê-lo novamente, diariamente, até o fim dos meus dias.

– Fica comigo pra sempre, Brad?

– Na verdade eu sou meio galinha, canalha e um aproveitador. Eu só queria transar com você.

– Esqueceu imbecil, neste caso.

– Isso também.

– Só melhora pra mim, meu sexo é tão bom que você cruzou o oceano por ele.

– Cruzei o oceano algumas vezes por você. Indo pra Grécia, então saindo de Barcelona, e agora até Monterosso.

– Meu Deus, eu sou realmente demais. Pode pegar suas roupas e voltar a Nova Iorque, já me sinto melhor.

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